60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 1. Ciência de Alimentos

ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE COMPOSTOS FENÓLICOS E O ESTÁGIO DE MATURAÇÃO EM FOLHAS DE TERMINALIA CATAPPA LINN

Davi Novaes Ladeia Fogaça1
Wilson Rodrigues Pinto Júnior1
Newton Oliveira Rêgo Júnior1
Francisco O. M. Júnior3
Monalisa P. Dutra4
Genebaldo Sales Nunes5

1. Graduando em Engenharia de Alimentos - UESB
3. Graduando em Zootecnia – UESB
4. Graduada em Engenharia de Alimentos - UESB
5. Prof. Adjunto do Dep. de Est. Básicos e Instrumentais – UESB - Orientador


INTRODUÇÃO:
A ingestão de substâncias antioxidantes oferece proteção ao corpo contra uma série de doenças, o que desperta interesse por espécies que contenham esses compostos, que podem ser encontrados em diversas plantas (SIMIONATTO, 2007). Uma vez que há restrições no uso de antioxidantes sintéticos como BHA e BHT, por apresentarem atividade cancerígena (BRANEN, 1975), cresce o interesse no uso de antioxidantes naturais (LÖLIGER, 1991). A atividade antioxidante de vegetais, em geral, está relacionada à presença de compostos fenólicos (VELIOGLU et. al, 1998). A Terminalia catappa Linn (Combretaceae) é uma planta característica dos trópicos, particularmente de áreas costeiras. A T. catappa é comumente usada na medicina popular no Taiwan, para tratamento de doenças associadas ao estômago (LIN & KAN, 1990). Tradicionalmente, apenas as folhas caídas são usadas na preparação de infusões, decorrente da adstringência das folhas verdes, que contêm um alto teor de taninos, inviabilizando o consumo (PETERSON et. al, 1978). Este trabalho objetivou relacionar a variação da quantidade de fenólicos com o estágio de maturação de folhas da Terminalia, assim como, o efeito da acidez sobre a extração dos fenólicos, a fim de incentivar o uso de extratos das folhas como antioxidantes naturais.

METODOLOGIA:
As folhas da Terminalia foram coletadas em Itapetinga-Ba, entre junho e julho de 2007, observando-se três estágios de maturação: verdes, maduras e pós-maduras. Após a coleta, as folhas foram lavadas, sêcas a 55º C e pulverizadas. O pó obtido foi, então, utilizado para a análise com extratos etanólicos e etanólicos acidificados (2% v/v de HCl). Para extração utilizou-se de 10 g do pó e 100 ml do solvente, os quais foram agitados durante 60 minutos, à temperatura ambiente (28ºC ± 2ºC). Em seguida, o material foi centrifugado a 3000 x g (15 min.), o sobrenadante foi coletado e levado à concentração num evaporador rotativo a 65 ºC e depois foi ressuspenso em 50 ml dos solventes correspondentes. A determinação dos fenólicos totais foi realizada segundo WETTASINGHE et. al, 1999, utilizando-se uma curva analítica de catequina com concentrações variando de 0,5 até 0,09216 mg de equivalente de catequina/ml, a equação para essa curva foi C = A/3,1043 com R2 = 0,9942 (C = conc. da catequina em mg.mL-1; A = abs. em 773 nm e R2 = coef. de correlação). Os fenóis totais foram expressos em mg de catequina / g da amostra. Os resultados foram obtidos em triplicatas e submetidos à análise de variância, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (5%), utilizando o programa SAEG.

RESULTADOS:
Os resultados obtidos mostraram que os teores de compostos fenólicos nas folhas da Terminalia catappa L. estatisticamente não diferiram com o estágio de maturação ou com a acidificação do solvente, sendo estes resultados os seguintes: para folhas verdes o extrato etanólico (e.e) apresentou 27,79 mg.g-1 e o etanólico acidificado (e.a), 26,01 mg.g-1; para as folhas maduras, e.e. apresentou 27,34 mg.g-1 e e.a., 27,06 mg.g-1; para folhas pós-maduras, o valor para e.e. foi 27,3 mg.g-1 e e.a., 26,26 mg.g-1; todos os resultados foram expressos em mg de equivalentes de catequina / g de amostra desidratada e não diferiram estatisticamente entre si. Comparando-se com outros resultados de vegetais considerados como boas fontes de fenólicos, hortelã (Mentha arvensis) (17,10 mg/g); capim-cidreira (Cymgopogun citratus) (16,29 mg/g); camomila (Matricaria recutita) (12,70 mg/g); carqueja (Baccharis genistelloides) (24,35 mg/g) (LIMA et. al, 2004) a Terminalia catappa foi superior, podendo ser considerada uma fonte segura e natural de componentes antioxidantes, abundante em grande parte do Brasil.

CONCLUSÕES:
A partir dos resultados obtidos, é possível concluir que as folhas da Terminalia catappa L. representam uma boa fonte alternativa de fenólicos. Não houve influência da acidificação do solvente e do estágio de maturação sobre o teor de fenólicos. Experimentos serão posteriormente realizados para determinar o teor de antocianinas totais e as atividades antioxidantes destes extratos.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  antioxidantes naturais, Terminalia catappa, fenólicos totais

E-mail para contato: davinlf@yahoo.com.br