60ª Reunião Anual da SBPC




B. Engenharias - 1. Engenharia - 6. Engenharia de Produção

ESTUDO SOBRE MÉTODOS DE GESTÃO DE ESTOQUES

Luis Augusto Pereira Pradenas1
Juliana Veiga Mendes2

1. Universidade Presbiteriana Mackenzie - EE (IC)
2. Profª. Drª. - Universidade Federal de São Carlos - Campus Sorocaba (Orientadora)


INTRODUÇÃO:
A intensa competição e a necessidade de informações precisas têm levado as empresas a buscarem a adoção de conceitos, métodos e técnicas que auxiliam o processo de tomada de decisão para fundamentar e apoiar as ações adotadas pelos gestores. Considerando as ações do âmbito da gestão de materiais, o grande desafio do gestor é saber quando e quanto ressuprir de cada material e, quanto manter em estoque. Estas informações podem ser de difícil obtenção, principalmente quando se observa que a grande maioria dos estoques gerencia uma quantidade muito grande de itens com diferentes padrões de demanda e características específicas. Cada uma das técnicas disponíveis para gestão de estoques assume um conjunto de hipóteses sobre as variáveis que tratam. Em situações práticas, essas hipóteses podem distanciar da realidade (Dias e Corrêa, 1998) e muitas vezes, inviabilizar sua aplicação por parte das empresas, levando-as a adotar o empirismo e a experiência dos gestores como mecanismos de administração de materiais. Assim, diante da importância da adoção de métodos formais visando o gerenciamento eficiente dos estoques, este trabalho tem como objetivo analisar métodos e conceitos tradicionais relacionados ao tema, através de um estudo de caso, e avaliar se estes são adotados pelos gestores.

METODOLOGIA:
O presente estudo iniciou com uma investigação sobre os conceitos associados ao estoque e métodos para gestão de estoques publicados na literatura especializada sobre o assunto, analisando as características de cada um deles. O referencial teórico deste trabalho teve como fonte de pesquisa livros nacionais e internacionais sobre gestão de estoques, administração de materiais, administração da produção e a base de dados de periódicos disponível na biblioteca da Universidade Presbiteriana Mackenzie, principalmente o Proquest. Foram consultados também artigos nacionais em revistas indexadas e especializadas no assunto e realizado levantamento em congressos nacionais da área. Após análise na literatura conduziu-se um estudo de caso no almoxarifado de uma instituição de ensino, localizada no centro da cidade de São Paulo. Foram realizadas várias visitas ao almoxarifado com o intuito de caracterizar o ambiente em questão. As informações foram coletadas através de entrevistas, sem roteiro previamente estipulado, com o encarregado do almoxarifado e com os demais funcionários.

RESULTADOS:
Em relação ao referencial teórico verificou-se uma grande concentração de abordagens e estudos em situações produtivas ligadas à manufatura, sendo poucas as análises em situações produtivas associadas à serviço. Estudando as técnicas e métodos tradicionais apresentados pela literatura observou-se que o caso estudado não adota nenhuma delas. A base para a gestão está ancorada na experiência dos funcionários e na suposição interna de que existe um custo elevado associado à implantação dos conceitos tradicionais presentes na literatura. Portanto, pode-se levantar a hipótese do almoxarifado estar tendo custos elevados e desperdiçando espaço físico por não possuir um controle mais preciso. A respeito da qualificação dos funcionários, exceto o encarregado, todos têm baixa qualificação e suas atividades são supervisionadas pelo encarregado. Não existe um treinamento específico para novos funcionários. Como são atividades simples e de fácil aprendizado, acredita-se que um período de experiência é suficiente para o aprendizado. Em relação ao uso do sistema de informação, observa-se que há informações falhas, dificultando um controle preciso e eficaz. Essa situação leva os funcionários do almoxarifado a não confiarem no sistema.

CONCLUSÕES:
Primeiramente, pode-se destacar a constatação de uma situação mencionada por Dias e Corrêa (1998), onde o empirismo e a experiência do gestor são a base para a gestão do estoque. Pode-se supor que as atividades de melhoria e adoção de técnicas específicas são deixadas para um segundo plano, já que as atividades rotineiras são prioritárias. Esse fato, provavelmente está associado há escassez de recursos humanos. A inadequação das informações obtidas via sistema de informação pode ser decorrente da falta de sistematização nas atividades de alimentação da base de dados. Pode-se supor que o excesso de atividades rotineiras leva a atualização do sistema de informação ao segundo plano. Esta situação pode ser minimizada se for feito um investimento em treinamento e/ou conscientização sobre a utilização adequada do sistema. A falta de confiabilidade nas informações conduz à hipótese de que o sistema possa ser utilizado como um mero acompanhador de ordens de compra. O sistema possui um critério de classificação ABC implantado, porém parece ser subutilizado. Por fim, pode-se lançar a hipótese de que os funcionários estão intensamente comprometidos com os processos rotineiros e não possuem tempo para questionar os métodos praticados e implantar técnicas comprovadas e menos subjetivas.

Instituição de fomento: PIBIC Mackenzie/MackPesquisa e PIVIC Mackenzie

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  gestão de estoques, gestão de materiais, instituição de ensino

E-mail para contato: pradenas21@hotmail.com