60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Desordem temporomandibular (DTM) é um termo que abrange problemas clínicos envolvendo musculatura mastigatória, articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas ou ambas (Michelotti et al., 2004), considerada uma alteração musculoesquelética do sistema mastigatório, afeta mais de 25% da população (Mcneely et al., 2006). É caracterizada por dor orofacial (DOF), limitação ou desvios na amplitude de movimento, estalidos articulares e cefaléias. A etiologia da DTM é atribuída a fatores como bruxismo, trauma e estressores ocupacionais (Cleland & Palmer, 2004). A relevância prática da dor muscular é suberestimada na população, embora a prevalência e gravidade seja comparada com outras condições de dor (Mense, S., 1993). A terapia laser de baixa potência (LLLT) é indicada para tratar dor, incluindo dor muscular na ATM, um dos sintomas nas DTM (Tullberg et al., 2003). A eficácia da LLLT é descrita em trabalhos associados a dor, aguda ou crônica ou em outras condições como doenças degenerativas. Chow et al., (2007) relatam evidências dessa terapia em dor no pescoço, tendinoses, desordens crônicas. OBJETIVO: o estudo objetivou a avaliação da dor e da abertura total da boca em portadoras de DTM após terapia laser de baixa freqüência.

METODOLOGIA:

Participaram do estudo 15 jovens, gênero feminino, com ausência de doenças e sem uso de medicação analgésica ou antiinflamatória, com queixa de DTM triadas pelo Índice Anamnésico elaborado por Fonseca, 1992 e diagnosticadas pelos critérios do RDC/TMD (Research Criteria Diagnostic/Temporomandibular Disorder) apresentando dor crônica miofascial com ou sem limitação de movimento mandibular, tratadas com laser de baixa potênica, num comprimento de onda de 830 nm, técnica pontual, contato e área de 1,0 cm2 de dispersão, ângulo de 90 graus, forma contínua, potência de 100 mW com energia de 4 joules (J). O tempo de exposição foi de 40 segundos, com pontos eqüidistantes de 1,0 cm sobre o músculo masséter, numa freqüência de 3 vezes por semana em dias intercalados, totalizando 10 sessões de tratamento. A dor e a medida de abertura total da boca (abertura sem auxílio e sem dor, abertura máxima sem auxílio e abertura máxima com auxílio) foram quantificados pela EAV (escala analógica visual) e por paquimetria no início e final do tratamento, respectivamente, ambas registradas em milímetros. As voluntárias após esclarecidas sobre os procedimentos do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS:

As voluntárias com DTM apresentaram diferença estatisticamente significante com relação a dor quantificada na escala analógica visual após a terapia com laser (2,08±0,36 ; 1,18±0,59, p<0,001) e dor a palpação (2,01±0,32 ; 1,21±0,58, p<0,001). Os movimentos de abertura de boca sem auxilio e sem dor (30,46±8,32 ; 42,53±687, p<0,001), abertura máxima sem auxilio (41,06±7,35 ; 47,07±5,87, p<0,001) e abertura máxima com auxilio (47,20±5,95 ; 51,53±3,99, p<0,001) foram estatisticamente significantes.

CONCLUSÕES:

O tratamento pela terapia por laser de baixa potência foi eficaz na diminução da dor e no aumento da amplitude total de boca, por promover analgesia e conseqüente relaxamento do músculo masseter, diminuindo a tensão nas estruturas associadas, eliminando toxinas e melhorando a circulação local.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Disfunção temporomandibular, Laser de baixa potência, Dor

E-mail para contato: rubiramc@terra.com.br