60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

ESTUDO SOBRE A ASSEPSIA NO CULTIVO IN VITRO DE ESPINHEIRA-SANTA (MAYTENUS ILICIFOLIA MART.EX REISS).

Maycon Cardoso de Souza1, 2
Gilmar Pezzopane Plá1, 2

1. Universidade do Sul de Santa Catarina
2. Curso de Agronomia


INTRODUÇÃO:
A proliferação in vitro de plantas inteiras, a partir da cultura de gemas e meristemas, é basicamente uma extensão da propagação vegetativa feita em muitas espécies. Esta metodologia vem sendo aplicada em grande número de plantas herbáceas e lenhosas, sendo geralmente o mais rápido, eficiente e confiável método de micropropagação. A oxidação fenólica é um dos sérios problemas que podem dificultar o estabelecimento inicial do cultivo in vitro. A liberação de compostos fenólicos ocorre devido ao dano causado nas células durante a excisão dos explantes. Algumas enzimas oxidam os fenóis formando quinonas, as quais são responsáveis pela coloração marrom das culturas. A espinheira santa (Maytenus ilicifolia Mart.ex Reiss), espécie nativa da família Celestraceae, de valor fitoterápico, está ameaçada de extinção devido à coleta indiscriminada e falta de cultivo. A importância do desenvolvimento deste estudo é enfatizada pela possibilidade de elaboração de protocolos iniciais de cultura in vitro, que possibilitem o isolamento e a manutenção de culturas axênicas, sendo estas as primeiras etapas na busca de alternativas para a manutenção do germoplasma e a multiplicação em massa da espinheira santa (Maytenus ilicifolia Mart).

METODOLOGIA:
Os ensaios foram realizados Laboratório de Produção Vegetal no Centro Tecnológico – CENTEC, da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Foram utilizados como explantes segmentos nodais e apicais (1cm de diâmetro) de plantas de Maytenus ilicifolia.. Estes segmentos foram lavados em água corrente por duas horas e depois seguiram seguinte seqüência de desinfecção: # Álcool 96%: Os explantes foram submetidos a solução contendo álcool durante 1, 2 e 3 minutos. # Hipoclorito de sódio: A seguir os explantes foram mergulhados em solução de hipoclorito de sódio 1% com 2 gotas de detergente durante 10, 20 e 30 minutos. Posteriormente, foram lavados em água destilada e autoclavada. O meio básico de cultivo continha 50% dos sais de MS (MS/2) (Murashige & Skoog, 1962) com ferro reduzido a ¼, 30 gL-1 de sacarose e 6 gL-1 de ágar. Também foi estudado a adição do fungicida (ex: Cercobin) no meio de cultura onde estes explantes foram isolados.O pH foi ajustado para 5,8 antes da autoclavagem. As culturas foram mantidas no escuro por 10 dias, sendo posteriomente, conduzidas à sala de crescimento a 25 0C, com fotoperíodo de 16 horas e 1000 lux. As avaliações foram o feitas aos 45 dias de cultivo pela percentagem de regeneração.

RESULTADOS:
Nos três experimentos montados e analisados observou-se que os diferentes tempos de exposição dos explantes ao hipoclorito de sódio não foram suficientes para diminuir a oxidação/contaminação destes, ou seja o nível de oxidação/contaminação sempre foi superior a 90%. Nos experimentos onde foi utilizado o fungicida Cercobin, a contaminação do meio diminui bastante, no entanto não ocorreu sobrevivência dos explantes utilizados.

CONCLUSÕES:
Pelos resultados apresentados, ficou claro que os tempos de exposição dos explantes ao hipoclorito não foram suficientes, bem como a concentração do fungicida usado no meio de cultura também não foi a ideal. Vale salientar que a espinheira-santa é uma planta considerada “lenhosa”, ou seja, nestas plantas os meristemas que mais se manifestam são os secundários, que originam tecidos com uma morfogênese indefinida, ou seja surgem “callus” que não se diferenciam em órgãos das plantas como raiz, caule e folha. Portanto, é necessário que novos estudos sejam desenvolvidos, redirecionando os tempos de exposição de explantes ao hipoclorito de sódio, e as concentrações de fungicidas e de alguns componentes do meio de cultura onde estes serão isolados.

Instituição de fomento: Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Bolsa Art. 170 Pesquisa

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  assepsia, cultivo in vitro, protocolo

E-mail para contato: mayconagronomia@hotmail.com