60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 27. Teoria Econômica

UTILITARISMO: DO ORTODOXISMO ECONÔMICO À POLÍTICA

Mauricio Roberto Côas Filho1
Bruno Colletto2
Felipe Micail da Silva Smolski3
Heitor Waldow4
Karine Daiane Zingler5
Argemiro Luís Brum6

1. Acadêmico do 7º semestre do curso de Economia da UNIJUÍ, integrante do grupo PET
2. Acadêmico do 4º semestre do curso de Economia da UNIJUÍ, integrante do grupo PET
3. Acadêmico do 8º semestre do curso de Economia da UNIJUÍ.
4. Acadêmico do 4º semestre do curso de Economia da UNIJUÍ.
5. Acadêmica do 6º semestre do curso de Economia da UNIJUÍ, integrante do grupo PET
6. Professor Dr. do Departamento de Economia e Contabilidade UNIJUI e Tutor do grup


INTRODUÇÃO:
De acordo com o dicionário Sandroni de Economia (2004), o utilitarismo é a doutrina ética na qual o bem se identifica com o útil. Em outras palavras pode ser entendido como um princípio ético no qual o que determina se uma ação (ou decisão) é correta, é o benefício intrínseco por ela exercido à coletividade. Quanto maior o benefício, melhor foi a decisão que o gerou. O utilitarismo teve aplicação prática no sistema político, na legislação, na política econômica e inclusive na emancipação das mulheres nos últimos séculos. Nos últimos anos vem se disseminando uma “cultura” de colaboração em massa, a qual ganha impulso, pelo processo de laicização da internet. A “mão invisível” preconizada por Adam Smith foi, sugestivamente, tragada por um “cérebro invisível”, no qual as pessoas figuram como neurônios de uma complexa “massa cinzenta”. Como reflexo circulam na internet programas de código aberto, comunidades de internet cujo cerne é a colaboração em massa, sites de busca, provedores de internet e servidores de email gratuitos cada vez mais competitivos entre si. Por sua relevante importância no contexto social, busca-se compreender o ortodoxismo econômico em função desta importante doutrina filosófica e analisar a influência “utilitarista” nas decisões econômicas.

METODOLOGIA:
A metodologia utilizada neste trabalho baseia-se na análise de referenciais bibliográficos já produzidos a respeito da temática, extraídos de fontes primárias, com destaque para as obras da coleção “Os Economistas”, dentre os quais se destacam as contribuições de Adam Smith, John Maynard Keynes, John Stuart Mill, W. Stanley Jevons, Leon Walras e Alfred Marshall, além destes a obra “Econômico” de Xenofonte balizará a análise das “decisões econômicas”. Além destes serão utilizadas também fontes secundárias tais quais reportagens de jornais, revistas e internet discutidos no âmbito de equipe do grupo PET Economia Unijuí.

RESULTADOS:
Através da leitura preliminar das obras e de observações empíricas, se percebe, primeiramente, que a filosofia foi fonte de estudo e inspiração para os primeiros economistas. Além do que, antes de “economistas” estes pensadores eram filósofos, tendo eles dado escopo à evolução da economia como ciência. A teoria de Smith se mostra conveniente às opressões morais de seu tempo, embora tenha o interesse-próprio influenciado inovações tecnológicas e crescimento econômico, deve se frisar que não foi este o agente fomentador do capitalismo moderno, mas sim a competição e auto-regulação do mercado. De que forma competir sem exaltar o auto-interesse é a grande incógnita. Nos últimos anos, com o advento da internet, a cultura de “colaboração em massa” foi difundida por sites de relacionamento, a qual já se fazia presente na elaboração de programas de código aberto desde meados da década de 90. Essa nova cultura contrasta com os “segredos industriais” tão bem guardados pelas indústrias, mas não foge da habitual competição do mundo capitalista nem do crivo do mercado.

CONCLUSÕES:
As “decisões” econômicas são obrigatoriamente “políticas”. Não pelo fato de política e economia se entrelaçarem de forma a qual dificilmente se ignorem em causas e efeitos, mas sim pelo fato da política tratar de toda decisão a qual envolva a “polis”. Sendo assim, percebe-se que o ortodoxismo econômico teve claramente origem nos ideais utilitaristas. Embora defendesse o auto-interesse como agente fomentador, o objetivo de Smith referia-se ao bem estar da sociedade. No entanto é Keynes, ao defender o intervencionismo, quem contrasta uma situação de claro benefício recíproco (sociedade e indivíduo) com situações conflitantes que requerem o Estado como agente regulador. No que se refere às decisões econômicas, esta constatação torna-se mais complexa. No entanto, ainda assim, percebe-se no Brasil um reflexo “utilitarista” nas decisões econômicas nos últimos anos. O que pode ser sintetizado pela paradoxal política econômica do atual governo federal frente sua ideologia, quando se alia aos interesses e regras do mercado internacional que antes criticava, ou quando se mostra coerente com sua ideologia e amplia a demanda incentivando o consumo através de programas sociais.

Instituição de fomento: Programa de Educação Tutorial - PET/MEC/SESu

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Utilitarismo, Economia, Politica

E-mail para contato: mauricio.filho@unijui.edu.br