60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 10. Odontologia

ESTUDO DE UM MODELO MORFOMÉTRICO PARA AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA DO COLÁGENO DAS LESÕES DE CÁRIE DENTINÁRIAS: IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DA ÁREA ORGANIZÁVEL

Iris Nogueira Bincelli1
Amanda Dias Frasson1
Pedro Paulo Barros1
Gustavo Henrique Silva1
Sérgio Luiz Pinheiro1

1. PUC-Campinas
2. Iris Nogueira Bincelli -Graduanda em Odontologia -PUC-Campinas - Autor
3. Prof. Dr.Sérgio Luiz Pinheiro-Dentística/Odontopediatria-PUC-Campinas-Orientador


INTRODUÇÃO:
A lesão de cárie dentinária pode ser dividida histologicamente em camada superficial (dentina infectada) e profunda (dentina afetada). A primeira camada apresenta extensa descalcificação e degeneração das fibras colágenas. Já a segunda camada, caracteriza - se por descalcificação intermediária, fibras colágenas reversivelmente alteradas e odontoblastos com ativo processo de recalcificação. Atualmente, é possível observar seis camadas distintas na lesão de cárie em dentina: 1- externa, irreversivelmente desmineralizada; 2- translúcida; 3 - subtransparente; 4- esclerótica; 5- dentina hígida; 6- pré – dentina. As camadas 2, 3 e 4 correspondem a áreas reversivelmente alteradas pela lesão de cárie. Na dentística minimamente invasiva preconiza-se a remoção da dentina infectada e manutenção da dentina afetada. O selamento do complexo dentino-pulpar restringe a nutrição microbiana paralisando a progressão da lesão de cárie. Atualmente, escassos são os trabalhos que tem como objetivo avaliar o comportamento do colágeno da dentina cariada após a mínima intervenção. O objetivo do presente trabalho é estudar a viabilidade de um modelo morfométrico para avaliação do colágeno da dentina cariada através da mensuração das áreas de colágeno reorganizáveis em Sirius Red, quantidade e diâmetro dos túbulos dentinários em hematoxilina – eosina.

METODOLOGIA:
A presente pesquisa foi aprovada pelo CEP da PUC-Campinas (Protocolo 637/05). Dez amostras da dentina infectada e 10 da afetada foram coletadas de 20 pacientes na Clínica de Odontologia da PUC – Campinas. A distinção entre a dentina infectada e afetada foi feita realizada através de critérios clínicos: a primeira apresentava-se úmida, altamente amolecida sem resistência para remoção; a segunda, apresentava-se seca, resistente à remoção mecânica e aspecto clínico “em lascas”. A lesão de cárie dentinária foi coletada com auxílio de um micropunch (Ritcher, São Paulo, Brasil) e a dentina cariada remanescente selada com Vidrion F (SSWhite, Rio de Janeiro, Brasil) e Resina Composta Z 350 (3MESPE, Saint Paul, USA). Dez amostras da dentina infectada e afetada foram coradas em Hematoxilina-Eosina (HE), Sirius Red (SR) e analisadas (200 e 500 vezes) no programa Tpsdig, versão 1.38, sendo 32 imagens em SR e 24 em HE. As áreas intensamente coradas com SR (colágeno organizável) foram demarcadas para mensuração da porcentagem representativa dessa área em relação à área total de cada amostra por examinadores calibrados em duplo cego. Para avaliação da calibração entre os examinadores, foi utilizado o teste t e as médias dos resultados submetidas ao teste de Mann Whitney. O padrão ouro para calibração da demarcação das áreas de colágeno organizável foi amostras de dentina hígida coradas em SR (Figura 2). A quantidade e a área dos túbulos dentinários (pixels) foram avaliadas em HE e submetidas ao teste de Mann Whitney.

RESULTADOS:
Os examinadores apresentavam-se calibrados. A média de túbulos dentinários na dentina infectada foi de 213.22 e na afetada 124.42 (p<0.05); a média da área dos túbulos na dentina infectada foi de 1175.16 e na afetada de 1420.79 (p>0.05). A média da porcentagem de colágeno organizável da dentina infetada foi de 12.71% e da afetada de 32.37% (p<0.05).

CONCLUSÕES:
O cálculo da porcentagem de colágeno organizável em SR associado à quantificação e caracterização da área dos túbulos dentinários é um método seguro, aplicável e reproduzível para morfometria das lesões de cárie dentinárias.

Instituição de fomento: CNPQ

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  dentística, colágeno, cárie

E-mail para contato: irisbincelli@ig.com.br