60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 12. Neurociências e Comportamento - 1. Neurociências e Comportamento

EPILEPSIA BENIGNA DA INFÂNCIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS: ESTUDO EVOLUTIVO NO TESTE DE DESEMPENHO ESCOLAR E NO ELETRENCEFALOGRAMA QUANTITATIVO

Amanda Augusta Campregher4, 3
Glória Maria Almeida Spuza Tedrus3

2. Profª. Drª Glória Maria A. S. Tedrus - Faculdade de Medicina- Puc- Orientador
3. Pontifícia Universidade Católica de CAMPINAS (PUC-Campinas).
4. faculdade de Psicologia


INTRODUÇÃO:
A Epilepsia Benigna da Infância com Pontas Centrotemporais (EBICT) é uma forma de epilepsia na qual não existem lesões anatômicas demonstráveis e há remissão espontânea das crises. Na fase ativa da epilepsia algumas crianças podem apresentar déficits cognitivos. Há poucos estudos na literatura de seguimento evolutivo do desempenho cognitivo nessas crianças. Assim o objetivo deste trabalho foi estudar, em crianças com EBICT, a relação entre os aspectos evolutivos do desempenho no Teste de Desempenho Escolar (TDE) e as variáveis do eletrencefalograma quantitativo (EEGq) (potências absolutas e relativas nas faixas delta, teta, alfa e beta), durante um período médio de acompanhamento de 18 meses.

METODOLOGIA:
Foram incluídas neste estudo 24 crianças com EBICT, de 7-12 anos de idade, 11 do sexo masculino e 13 do sexo feminino, que já participaram de pesquisa anterior, há aproximadamente 18 meses, e foram avaliados os aspectos evolutivos dos aspectos clínicos, eletrencefalográficos, cognitivos e do desempenho escolar avaliadas pelo TDE (escores total e nos subtestes). As crianças eram procedentes do Hospital e Maternidade Celso Pierro (PUC-Campinas). Houve consentimento dos pais para a participação na pesquisa e a anuência se deu com assinatura do termo de consentimento.

RESULTADOS:
As crises epilépticas foram focais em 19 casos (orofaríngea em 17) e generalizadas, em 5 casos. Todas as crianças apresentavam atividade de base normal no EEG e atividade epileptiforme (AE) de localização central, temporal média e parietal, no 1º exame. Cinco crianças não apresentaram AE, no 2º EEG. Houve redução significativa do número de AE entre o 1º e 2º EEG (Wilcoxon p=0,0289). A lateralidade da AE, no 1º EEG, foi à direita em 11 casos e a esquerda em 12 casos, no 2º EEG. Foi observado no primeiro EEGq, quando comparado com o segundo, maior potência absoluta em várias faixas de freqüência e de maior potência relativa teta. O desempenho no TDE (subteste leitura e total) em ambas as avaliações, na maioria das crianças, foi abaixo da média para a série escolar. O desempenho no TDE total, quando comparadas as duas avaliações, 3 crianças melhoraram, 2 crianças pioraram e 19 crianças mantiveram n mesma classificação. As crianças apresentaram desempenho inferior no TDE em ambas às avaliações e não houve alteração estatisticamente significativa no desempenho no TDE (total e subtestes) na avaliação inicial quando comparado ao do seguimento evolutivo. Assim, não foi possível estabelecer uma correlação entre os parâmetros do EEGq com os aspectos do TDE evolutivo.

CONCLUSÕES:
As crianças ainda estão na fase ativa da epilepsia (aspectos clínicos e eletrencefalográficos) apesar da redução no número de AE no EEG, quando comparados os exames. No EEGq é possível observar na primeira avaliação uma imaturidade no desenvolvimento cerebral, mas em processo de resolução, quando avaliado o segundo exame. Não foi observado neste estudo evolutivo na segunda avaliação, um melhor desempenho no TDE (total e nos subtestes) nas crianças com EBICT, quando comparado com o inicial. Desse modo, o baixo desempenho no TDE pode estar relacionado ao comprometimento neuropsicológico observado em algumas crianças na fase ativa da EBICT.

Instituição de fomento: PIBIC/CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Epilepsia focal benigna, EEG, Teste de Desempenho Escolar

E-mail para contato: amandacampregher@yahoo.com.br