60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental

CÍRCULOS DE APRENDIZAGENS

Jorge Gabriel Ramires Junior1, 2, 3
Michèle Sato1, 2, 3, 4

1. UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso
2. GPEA – Grupo Pesquisador em Educação Ambiental
3. REMTEA – Rede Mato-grossense de Educação Ambiental
4. Professora Dra. do Instituto de Educação - UFMT - Orientadora


INTRODUÇÃO:
Do lar ao circulo mais amplo de parentes e de vizinhos, deles aos pequenos grupos sociais em que vivemos a nossa vida de todos os dias, estamos sempre envolvidos em e participando de pequenas e médias comunidades de vida e de destino, cada um a seu modo, são também protagonistas de cena e cenários do ensinar-e-aprender, assim é que podemos chamar cada uma destas unidades de vida e de destino de Comunidades Aprendentes. Juntamente com o conceito que Paulo Freire propõe de Círculo de Cultura, onde no lugar do professor com “tradição fortemente doadora” o coordenador de debates, em lugar da aula discursiva o diálogo, e no lugar dos alunos com tradições passivas, o participante do grupo. Portando o entrelaçamento desses conceitos surge os Círculos de Cultura. A pesquisa tem o objetivo à utilização dos Círculos de aprendizagens como ponte do diálogo da escola com a comunidade, e a Educação Ambiental entra nesse processo não apenas como uma passagem de informações, ou mudança de comportamentos, mas também como uma produção diferenciada, política, crítica e emancipadora, para a construção de uma cidadania com dimensões sócio-ambientais.

METODOLOGIA:
Para a compreensão do trabalho, foi adotada a pesquisa com cunho etnográfico, onde não se segue padrões rígidos ou pré-determinados, mas sim, o senso que o etnográfico desenvolve a partir do trabalho de campo no contexto social da pesquisa. Assim a tarefa do pesquisador consiste na aproximação gradativa ao significado ou a compreensão dos participantes, isto é, de uma posição de estranho o pesquisador vai chegando cada vez mais perto das formas de compreensão da realidade do grupo estudado, vai partilhando com eles os significados, sendo portando uma pesquisa também qualitativa. A pesquisa foi realizada na Comunidade quilombola de Mata Cavalo, situada a 50km da capital de Mato Grosso, Cuiabá. Teve o envolvimento a escola de 1º e 2º graus Mata Cavalo, situada dentro da comunidade. A coleta de dados se deu com os alunos, professores, equipe gestora da escola e a comunidade, houve aplicação de questionários, conversas gravadas, realizações de trabalhos pedagógicos elencados nos PAECs (Projetos Ambientais Escolares Comunitários), que representam uma postura pedagógica muito inovadora, já que primeiramente ela considera a escola não somente em sua estrutura interna, mas principalmente engloba e desperta para o contexto socioambiental a qual esta inserida.

RESULTADOS:
A pesquisa esta em andamento ainda encaminhando para sua fase final, mas tem vários resultados obtidos. A utilização dos Círculos de Aprendizagens, na formação de uma cidadania critica e socioambiental, teve grande êxodo, uma vez que a participação da comunidade fez-se fundamental para a criação de mecanismos educacionais eficientes que realmente incentivaram o exercício de cidadania da comunidade para a manutenção dos ambientes de uma forma sustentável. Para efeito real, a construção de pertencimento teve eficácia, sobre o fundamento da comunidade em laços pessoais de reconhecimento mútuo e no sentimento de adesão a princípios e visões de mundo comuns, que fazem que as pessoas se sintam participantes de um espaço-tempo (origem e território) comum. Como observamos nas falas dos moradores da comunidade, a construção de pertencimento repercutiu na valorização e conservação de sua terra, casa, o ambiente em que vivem, e sua identidade cultural afro-brasileira proveu uma nova base de informações e programas de saberes, normas, comportamentos que organizam a relação sociedade-natureza.

CONCLUSÕES:
Portando os Círculos de Aprendizagem anda junto com a EA, assim, buscam sua eterna recriação, avaliando seus próprios caminhos na direção da convivência coletiva e da relação da sociedade diante do mundo, significa avaliar a si próprio na busca da identidade individual (ser humano), buscando uma área de aprendizagem coletiva da alteridade (sociedade) e, desta justaposição, construir uma relação com o mundo (oikos). Assim dentro do ambiente escolar junto com a comunidade, interdisciplinaridade oferece esse caminho dialógico, num sistema de confrontação que gera análises, sínteses e, muitas vezes, rupturas. Mas são nessas rupturas que podem ser encontradas novas sínteses, novos saberes, novos caminhos que podem somar os fragmentos e reconstruir as relações dos seres humanos e, dessas relações, evidenciar a indissociabilidade da tríade da educação Ambiental: a Educação, o desenvolvimento e a natureza. Trata-se, enfim, de construirmos a nós mesmos na mesma medida em que construímos a nós mesmos e na mesma medida em que construímos o mundo.

Instituição de fomento: FAPEMAT – Fundação de Amparo as Pesquisas de Mato Grosso

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Educação, Socioambiental, Comunidade

E-mail para contato: jorge_jov@hotmail.com