H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Lingüística - 5. Teoria e Análise Lingüística
A REDUÇÃO DA NASALIDADE NOS VERBOS DO PORTUGUÊS DO BRASIL
Emanuel Souza de Quadros1 César Augusto González1 Luiz Carlos Schwindt1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul
INTRODUÇÃO:Neste trabalho, investigamos o comportamento dos verbos quanto ao fenômeno de redução da nasalidade em ditongos átonos no português falado no sul do Brasil. A nasalidade de tais ditongos apresenta realização variável: ora se mantém (falaram), ora se reduz (falaru). Nossa pesquisa insere-se em um projeto maior de estudo desse fenômeno, ligado ao Projeto VARSUL, de onde provêm as 144 entrevistas que compõem nosso corpus. A presente investigação é motivada por resultados anteriores do referido projeto, que mostraram diferenças na aplicação do
processo, de acordo com a categoria lexical em que o ditongo se encontra: aplica-se com maior freqüência em formas nominais (malandragem ~ malandragi; homem ~ homi) do que em formas verbais, em que a nasalidade aparece como desinência número-pessoal (fazem ~ fazi). Apesar da baixa aplicação do fenômeno em verbos, observa-se que as diferentes formas verbais não são atingidas da mesma forma. Desejamos, portanto, investigar as situações de
maior resistência ao processo.METODOLOGIA:Os dados de fala que compõem nosso corpus foram analisados com o auxílio do software estatístico Goldvarb X.RESULTADOS:Análises estatísticas preliminares sugerem uma menor propensão à redução nas formas em que ela resultaria em perda de informações flexionais. Uma forma como cantam, por exemplo, está menos sujeita à aplicação do fenômeno, que resultaria em cantu, porque parece haver uma tendência a garantir o contraste com canto, forma da 1ª pessoa do singular. A presença do sujeito de 3ª pessoa do plural, que poderia assegurar a informação expressa pelo morfema que é alvo de redução (eles cantu vs. ø cantu), não se mostrou estatisticamente
relevante.CONCLUSÕES:Novas análises estatísticas vêm sendo realizadas, a fim de descrever esses fatos mais cuidadosamente. Buscamos, assim, avançar na compreensão do papel da morfologia nesse tipo de fenômeno fonológico variável.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: nasalidade, variação, morfofonologia
E-mail para contato: manuquadros@gmail.com
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