60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 3. Ecologia Terrestre

LEVANTAMENTO DA AVIFAUNA EM DUAS ÁREAS DE MATA NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA AZUL, BARRA DO GARÇAS/MT

João Paulo Fernandes de Oliveira1
Márcia Cristina Pascotto2

1. Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas- IUniAraguaia/UFMT
2. Profa. Dra./Orientadora- IUniAraguaia/UFMT


INTRODUÇÃO:
É grande o número de estudos qualitativos e quantitativos com aves, para elucidar a diversidade de espécies freqüentes em áreas preservadas, devido ao fato de as aves atuarem com bioindicadores de preservação ambiental, por serem suscetíveis a variações nos ecossistemas. O presente trabalho se propôs a estudar comunidades de aves nos ambientes mata semidecídua e mata de galeria do Parque Estadual da Serra Azul (PESA), Barra do Garças/MT, através de levantamentos, quantitativo e qualitativo, calculando a freqüência de ocorrência e caracterizando as guildas de acordo suas categorias alimentares.

METODOLOGIA:
Foram feitas amostragens qualitativa e quantitativa da avifauna em trechos pré-escolhidos do PESA (Parque Estadual da Serra Azul) por meio do Método de Transecto Linear (MTL). As trilhas possuem cerca de 300 m para a mata de galeria e 600 m para a mata semidecídua, que foram percorridas em 3 horas por visita, sendo que as visitas foram feitas quinzenalmente no período de agosto de 2007 à fevereiro de 2008. As informações das espécies foram obtidas por observação direta com binóculos (8x40, 7X25). Algumas espécies previamente não identificadas foram fotografadas ou tiveram suas vocalizações registradas por meio de um gravador digital. Foi calculado o índice de freqüência de ocorrência das espécies (FO) para cada ambiente, de acordo com o número de amostras realizadas, calculando da seguinte forma: FO= Ndi/Ntdx 100, onde: FO= freqüência de ocorrência; Ndi= número de amostras em que uma determinada espécie i foi registrada; Ntd= total número de visitas em um determinado ambiente (amostragem). Ao final de cada amostragem foram registradas todas as espécies encontradas, em qualquer horário e local do PESA. O modelo utilizado para as categorias alimentares seguiu Motta (1990).

RESULTADOS:
Para o levantamento qualitativo foram registradas 140 espécies de 38 famílias, sendo 78 espécies (55,7%) de 18 famílias da ordem Passeriformes e 62 espécies (44,3%) em 20 famílias de táxons de não-Passeriformes. As espécies encontradas tiveram as guildas caracterizadas da seguinte forma: insetívoros (I) com 42% das espécies, frugívoras (F) com 28%, onívoras (O) com 18%, carnívoras (C) com 6%, nectarívoras (N) com 4%, e granívoras (G) e detritívoras (D) com 3% cada. Para o levantamento quantitativo registraram-se 129 espécies, das quais 58 foram observadas na mata semidecídua e 71 na mata de galeria, em 896 contatos. Na mata semidecídua 30 espécies obtiveram freqüência de ocorrência (FO) entre 14% e 30%, sete espécies obtiveram 43% de FO, 18 espécies obtiveram entre 57% e 86% e uma espécie, Monasa nigrifons, foi a única que obteve 100% de FO. Para a mata de galeria 26 espécies obtiveram FO de 12,5%, 21 espécies apresentaram FO entre 25 e 40%, 12 espécies apresentaram FO entre 50 e 65%, cinco espécies apresentaram FO entre 75 e 90% e 4 espécies Crypturellus undulatus, Momotus momota, Monasa nigrifrons e Sittasomus griseicapillus apresentaram 100% de FO.

CONCLUSÕES:
A mata galeria obteve maior diversidade de avifauna e diferiu em cerca de 5% de riqueza especifica em relação à mata semidecídua, mesmo possuindo metade da área amostral da mata semidecídua.

Instituição de fomento: CNPq/FAPEMAT

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Aves, Mata de Galeria, Mata semidecídua

E-mail para contato: camafel@hotmail.com