60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

A gravidez representa um período de transformações importantes para mulher. Essas transformações consistem em alterações fisiológicas de cada sistema orgânico, incluindo o emocional da mulher. Cada gestação possui uma representatividade para a mulher, no contexto pessoal, familiar, social e comunitário. Estar grávida pode representar para a mulher desde a magia e o poder de gerar como também representar um momento infeliz de sua vida, principalmente quando ainda a mulher não se considera preparada para engravidar. Para o Ministério da Saúde (2005), a mulher somente deve estar preparada para gerar a partir da perfeita formação de suas estruturas anatômicas. Cada vez mais cedo as mulheres se tornam férteis e que associado à precocidade das relações sexuais, resultam em gravidez não planejada ou indesejada.

METODOLOGIA:

O trabalho foi realizado na cidade de Matipó-MG, no período de fevereiro a março de 2008, escolheu-se como cenário a residência das adolescentes gestantes, por permitir maior liberdade de expressão em suas falas. O objetivo principal da pesquisa foi identificar o perfil das adolescentes gestantes e qual a representatividade da gravidez para essas mulheres. Como objetivo específico buscou-se identificar o conhecimento a cerca da gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, uso de métodos contraceptivos e multiplicidade de parceiros. Para atingir os objetivos utilizou-se a entrevista com base em um questionário estruturado previamente elaborado. O objeto da pesquisa foram 21 gestantes adolescentes, independente da classe social ou cultural. Antes da realização das pesquisas as mesmas foram orientadas a respeito dos objetivos, foi explicitada a livre participação e a exigência na assinatura do termo de concordância pelo responsável.

RESULTADOS:

Após análise dos dados observou-se um número de 8 adolescentes compreende a faixa etária de 18 anos, porém foram identificadas 13 gestantes entre 13 e 17 anos. A maior parte das entrevistadas, um total de 16 adolescentes não completou seus estudos. Foi identificado 8 adolescentes que tiveram mais de um parceiro sexual e 4 delas relatam ter tido dois parceiros e 4 mais de três parceiros. Em relação ao ter conversado sobre gravidez com alguém metade das entrevistadas relataram já ter tido esse tipo de conversa e a outra metade relataram nunca ter conversado com ninguém sobre gravidez. Das adolescentes que já haviam conversado sobre gravidez, relatam que essas orientações foram fornecidas por amigas e pela escola. Quando abordadas sobre as alterações na vida devido à gravidez 18 delas relataram que a mudança seria o aumento da responsabilidade. Em relação ao uso de métodos contraceptivos 12 delas relataram já ter feito uso e 9 delas nunca o usaram. Em relação às doenças sexualmente transmissíveis 18 delas relatam conhecer esses tipos de doenças. Duas delas relatam já ter realizado aborto. Em relação ao apoio do parceiro, 14 delas relatam ainda estar com os pais de seus filhos. Quando abordadas sobre a culpa de estar grávida 13 delas não se sentem culpadas.

CONCLUSÕES:

Pode-se observar que ainda as adolescentes enfrentam o obscuro em relação ao conhecimento do corpo e a prevenção de gravidez. A família que teoricamente seria o berço de acolhimento e ensinamento ainda não é a principal responsável na orientação da gravidez indesejada ou não planejada. Apesar da gravidez não fazer parte dos planos de vida de grande parte das adolescentes; estas percebem a transformação da vida cotidiana e o aumento da responsabilidade. Mediante os dados obtidos percebe-se a necessidade da implementação de políticas públicas na orientação para prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.

Instituição de fomento: Faculdade Vértice - Matipó - MG

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Gravidez na adolescência, Responsabilidade, Práticas educativas

E-mail para contato: pedropradojunior@yahoo.com.br