60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 6. Processamento de Produtos Agrícolas

PROPRIEDADES FÍSICAS DO FRUTO BARU (DIPTERYX ALATA VOG)

Aline de Lara Defante5
Deise Laiz dos Santos4
Neylson Pereira Maranhão4
Conceição Aparecida Previero6

4. Curso de Engenharia Agrícola. Programa de Iniciação Científica do CEULP/ULBRA.
5. Curso de Farmácia. Programa de Iniciação Científica do CEULP/ULBRA.
6. Prof. Dra. em Pós-colheita de Produtos Agrícolas - CEULP/ULBRA - Orientador


INTRODUÇÃO:
O baru (Dipteryx alata Vog), também conhecido como cumbaru, cumaru e coco-feijão, é uma árvore frutífera nativa do planalto central do Brasil, encontrado no cerrado em estados como de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Tocantins e São Paulo. Este fruto possui casca fina e polpa carnosa, que servem de alimento para o gado e animais silvestres, sua amêndoa dura quando torrada, possui gosto semelhante ao do amendoim, é reconhecida pela população local por suas propriedades afrodisíacas, servindo na culinária como ingrediente de receitas de pé-de-moleque, rapadura e paçoquinha. Da amêndoa ainda se extrai seu óleo, de ótima qualidade, usado como aromatizante para o fumo e como anti-reumático. Contudo ainda é pouco explorada em escala comercial, devido a grande dificuldade de retirar a amêndoa de dentro do fruto, mas com a invenção da máquina de quebrar baru da Embrapa Cerrados (Planaltina/DF), e a distribuição dessas máquinas para pequenos produtores através da WWF-Brasil esse quadro vem começando á mudar. Este trabalho tem como objetivo identificar as características físicas básicas do fruto baru, pois são importante quando associadas a projetos de máquinas específicas, à sua conservação e classificação para comercialização.

METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado com frutos baru coletados nas mediações da Fazenda Mata do Sossego, em Palmas, Tocantins. Foram realizadas três épocas diferentes de colheita: a primeira no dia 2 de julho de 2006, foram coletados 64 frutos ainda na planta-mãe, sem seu desprendimento, apresentavam coloração marron-esverdeado; a segunda colheita aconteceu no dia 8 de julho do mesmo ano e foram coletados 70 frutos do chão, ou seja, atingiram a maturidade fisiológica e estavam prontos para serem consumidos, apresentavam coloração marron-claro; a terceira colheita foi realizada no dia 20 de agosto do mesmo ano, foram coletados mais 89 frutos, também do chão, apresentavam coloração marron-claro. No total foram coletados 225 frutos, sendo observado que os frutos da primeira colheita apresentavam consistência firme, mas muito difícil de retirar a polpa para a retirada da semente, sendo feito com uma faca, já os frutos da segunda e da terceira colheita apresentavam polpa de consistência dura e seca, o que facilitou para obtenção da semente, quebrando a polpa com um martelo, porém, ocasionou uma perda de muitas sementes para a análise, e para melhor demonstrar os dados obtidos, os frutos foram organizados em médias. As análises foram realizadas no Laboratório de Pós-colheita do Curso de Engenharia Agrícola do CEULP/ULBRA. As características físicas avaliadas para os frutos e sementes foram: dimensões em três eixos (d1, d2, d3), massa (M), volume (V), massa específica (ME), diâmetro equivalente (Deq), e esfericidade (φ).

RESULTADOS:
Foram considerados nos resultados 30 frutos de cada colheita, uma vez que houve quebra das sementes, os dados obtidos foram representados em médias das características fisicas dos frutos de baru da primeira, segunda e terceira épocas de colheita para fornecer uma idéia de conjunto acerca das relações fundamentais entre eles. O coeficiente de variação baixo demonstra pequena variabilidade nas dimensões dos frutos, independente da época de colheita. Foi observado que os valores médios obtidos na esfericidade dos frutos foi de 0,76, tendendo à forma esférica. Há uma diferença na massa e volume dos frutos considerando a época de colheita. Verifica-se um pequeno coeficiente de variação nas dimensões das sementes, em relação a massa, diâmetro equivalente e esfericidade nas diferentes épocas de colheita. Em função dos índices obtidos pode-se observar que o formato das sementes tende a forma elíptica. Fazendo uma comparação entre os diâmetros equivalentes do fruto e das sementes de baru, observa-se a uniformidade de frutos e sementes nas diferentes épocas de colheita. O diâmetro equivalente das sementes correspondeu aproximadamente 35% do fruto.

CONCLUSÕES:
Analisando as características físicas do baru, pode-se observar uma uniformidade nas características físicas dos frutos e das sementes, entretanto, quando se compara as massas e o volume dos frutos e sementes observa-se uma pequena diferença nos dados obtidos, considerando as diferentes épocas de colheita. Pelos índices obtidos, concluiu-se que o formato dos frutos tendem a forma esférica e das sementes ao formato elíptico.

Instituição de fomento: Centro Universitário Luterano de Palmas

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Propriedades físicas, Baru, Amêndoa

E-mail para contato: alinedelara@ulbra-to.br