61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos
A EVASÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA ESCOLA ESTADUAL PAULO FREIRE: DESAFIO DA GESTÃO PEDAGÓGICA ESCOLAR.
Carla Matos Cardoso da Silva 1
Romualdo Tavares de Oliveira 1
Wanderley Leite de Lima 1
1. Vale do Acaraú-UVA/AP
INTRODUÇÃO:

Os professores da Educação de Jovens e adultos (EJA) sabem das dificuldades de manter o interesse dos alunos, que chegam, na maioria das vezes, cansados do trabalho. Hoje são 4,5 milhões de brasileiros que cursam as aulas da EJA com o propósito de alcançar uma vida mais digna. Também, sabe-se que a melhoria da escolaridade da população não depende apenas de programas de alfabetização, é necessário que os alunos possam ter as condições de continuar os estudos. Desse modo, o presente trabalho procurou investigar os fatores que produzem a evasão na Educação de Jovens e Adultos na Escola Estadual Paulo Freire. Considerando a relevância dessa discussão e pelo lugar que esta modalidade de ensino ocupa na pauta de investimentos públicos ocupa, este estudo procurou identificar os diferentes fatores que geram a evasão na EJA da Escola Estadual Paulo Freire.

METODOLOGIA:

Participaram dessa pesquisa 20 alunos egressos da Educação de Jovens e Adultos da Escola Estadual Paulo Freire na cidade de Macapá. A princípio, a unidade escola forneceu os endereços de 31 alunos que haviam evadido no ano letivo de 2008 e, após contato com 24 desses alunos, apenas 20 aceitaram participar da pesquisa. 07 dos 31 alunos evadidos indicados pela escola não foram encontrados. Após, o contato foi aplicado um questionário com questões fechadas com cada um dos sujeitos, as quais foram tabuladas e analisadas numa abordagem quantitativa.

RESULTADOS:

Os resultados desta pesquisa mostraram que 45% dos alunos que evadiram estão na faixa etária entre 18 a 24 anos de idade, 30% estão entre 30 a 35 anos, 20% estão entre 36 a 40 anos e 5% tem mais de 55 anos. Sobre a etnia a que pertencem, 65% se reconhecem de cor parda, 20% se reconhecem de cor negra, 5% se reconheceram como afrobrasileiros e 10% declararam ser brancos. Com relação aos motivos que os levaram a matricular-se na Educação de Jovens e Adultos, 85% disseram que foi a possibilidade de continuar os estudos, 10% afirmaram que foi a oportunidade de aprender a ler e a escrever e 5% declararam que foi a possibilidade de desenvolvimento profissional. Quando indagados se contaram com o apoio familiar na decisão de voltar a estudar, 65% afirmaram que tiveram o apoio da família, enquanto que apenas 35% declararam não ter tido o apoio. Com relação aos motivos que os levaram a abandonar a escola, 50% apontaram o horário de trabalho, 35% cansaço, 10% a violência e 5% apontaram outros fatores que os impedem de continuar a estudar na EJA.

CONCLUSÃO:

Diante dos resultados do presente estudo, conclui-se que é necessária a formulação de políticas públicas efetivas que garantam o direito do aluno da Educação de Jovens e Adultos a permanecer na escola. Nesta mesma direção, faz-se necessário o desenvolvimento de leis que garantam aos alunos trabalhadores da EJA uma carga-horária de trabalho menor. Por outro lado, é necessário que a proposta curricular da Escola Estadual Paulo Freire contemple reflexões acerca da cultura e da História afrobrasileira, para que os alunos possam vir a reconhecer a sua origem miscigenada.

Instituição de Fomento: Universidade Vale do Acaraú-UVA/AP
Palavras-chave: Evasão escolar, Educação de Jovens e Adultos, Evasão na EJA. .