O presente trabalho investigou a formação, a condição sócio-econômica, o tempo de serviço no magistério, dados étnicos, o acesso aos meios de transporte e a satisfação com a profissão dos professores de História que atuam no ensino médio público do Estado do Amapá. Assim, procurou-se estabelecer as características destes profissionais. Outros estudos mostram que conhecer o perfil dos sujeitos do processo de ensino-aprendizagem, especificamente os professores, contribui, de forma prática, nas discussões sobre o aperfeiçoamento deste processo (CERRI, 2007). No entanto, o que se tem visto são propostas de mudanças que, na maioria das vezes, estão fundamentadas em representações do professor construídas a partir de impressões esparsas, em vez de dados científicos. Desse modo, traçar o perfil do professor de História contribui no delineamento das ações de implantação do currículo e de aperfeiçoamento desses professores em serviço.

Participaram dessa pesquisa 56 professores de História, do quadro efetivo do estado do Amapá, de 14 escolas estaduais do ensino médio na cidade de Macapá. A pesquisa envolveu a aplicação de questionários com questões fechadas, que foram tabuladas e analisadas numa abordagem quantitativa.

Os resultados desta pesquisa mostraram que 65,4% dos professores de História são do sexo masculino e 34,65% afirmaram ser do sexo feminino. 70,5% destes professores atuam no magistério entre 01 a 05 anos, 23,8% atua entre 06 a 10 anos, 3,7% atua entre 11 a 15 anos e 2% atuam há mais de 16 anos. Com relação à etnia, 28,8% dos professores se consideram brancos, 35,5% se dizem pardos, 24,7% afirmaram ser negros, 6,6% não responderam e apenas 4,4% se reconheceram indígenas. Sobre a conclusão do curso superior, 78,5% concluíram em instituições públicas e 21,5% disseram ter concluído em instituições particulares. A respeito da formação permanente, 14,7% se mantêm atualizados por meio de livros técnicos, 49,6% utilizam a internet, 20,4% usam revistas, 6,1 lançam mão de congressos e 9,2% se utilizam de outros meios de formação. Sobre os meios de transporte utilizados para chegar ao trabalho, 49,2% usam carro, 20% utilizam moto, 20% usam o ônibus urbano, 7,7% vão a pé e 3,1% pegam carona. Com relação à satisfação com a profissão, 58,9% disseram estar satisfeitos, 30,3% afirmaram estar muito satisfeitos e 10,8% disseram estar pouco satisfeitos. Sobre a classe social a que pertencem hoje, 39,5% disseram pertencer à classe B2, 37,5% à classe B1, 16,6% à classe A2 e 6,4% à classe C.

Diante dos resultados, conclui-se que o professor de História do ensino médio público do estado do Amapá, na sua maioria, é de etnia afrobrasileira e de sexo masculino. Este profissional também demonstra um grau de satisfação positivo em relação à profissão, faz parte de uma classe sócio-econômica mais favorecida e que se utiliza de meios de transporte mais confortáveis. Por outro lado, este profissional é alguém que está em busca da consolidação de um repertório de saberes e da consolidação da prática pedagógica, por estar no início de carreira. Fase que Huberman (1995, p.47) caracteriza como “tateamento” ou “entrada”. Também utiliza a internet como principal ferramenta de formação em serviço.