61ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 11. Economia
A METAMORFOSE DAS PROFISSÕES VISTA A PARTIR DOS ALFAIATES EM SÃO LUÍS - MA
Milton Alan Azevedo Braz 1
João Claudino Tavares 1
1. Universidade Federal do Maranhão/UFMA
INTRODUÇÃO:
Por muito tempo, a profissão de alfaiates foi imprescindível para a produção do vestuário. Com advento de novas técnicas de produção, notadamente, com a materialização da ciência em forças produtivas do trabalho social, a atividade de produzir o vestir personalizado experimenta um processo de decomposição. Entretanto, a trajetória dos alfaiates permite analisar e explicar como se manifesta este processo que institui uma atividade como necessária a sociedade. O presente trabalho busca destacar empiricamente o movimento que origina e que extingue os alfaiates no centro histórico de São Luís – MA. É essencial que se entenda a produção e reprodução social, enquanto processo civilizatório, tendo como ênfase as metamorfoses das profissões e suas configurações sócio-espaciais. As formulações neste texto sustentam também a carência de compreender mudanças que alimentam o desemprego no Brasil.
METODOLOGIA:
A pesquisa fundamentou-se em dois parâmetros principais: o primeiro tratou-se de estudos teóricos sobre as transformações do mundo do trabalho no fazer-se histórico da humanidade. O segundo referiu-se às observações empíricas do movimento da profissão de alfaiate, por meio de entrevistas, questionários e de um contado direto com a rotina de trabalho, além de investigações em diversos tipos de documentos como: monografia, artigos de jornais e outros.
RESULTADOS:
A dificuldade de sua perpetuação como profissional identifica uma quebra do tecido social e com barreiras da sociedade do trabalho, mostrando que este movimento não se dá de modo natural. O desapareceimento da profissão de alfaiate, assim como outras, não ocorre devido à falta de qualificação profissional, de iniciativa empreendedora, de competência, criatividade, de capacidade de trabalho em equipe, de convívio social, do domino de uma língua estrangeira ou de conhecimento do processo produtivo. Observa-se, sucessivamente, que estes atores sociais, dentre outros, configuram-se numa transição social, ou seja, é constituída de forças que tendem a rupturas e também a continuidades, que ora o apresenta como essencial ora o destituí dessa posição, assim como milhares de trabalhadores que simbolizam um enorme conjunto do fazer humano. Uma alfaiataria pode caracterizar o ambiente de trabalho de apenas um individuo ou, ainda, de trabalho coletivo realizado sob diversas formas, como o de parceria, pois todos são mestres oficiais ou de subordinação, com hierarquia de poder, de divisão de trabalho e de assalariamento.
CONCLUSÃO:
Por meio da profissão de alfaiate constatamos que seu destino está vinculado às relações sociais. Enquanto particularidade, os alfaiates refletem o mundo das profissões com predomínio de atividades mediadas pela grande indústria, isto é, subjugadas às relações sociais burguesas. Portanto, com o desenvolvimento das forças produtivas e, com ela, a possibilidade de produzir roupas em larga escala reduzindo-se os custos da produção têxtil, leva-o a ruína.
Instituição de Fomento: PIBIC / CNPq / UFMA.
Palavras-chave: Trabalho, Profissões, Transição.