61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
SENTINDO NA PELE: UMA PROPOSTA DE INCLUSÃO SOCIAL E RESPEITO À DIVERSIDADE
Maria Madalena Silva de Barros 1
1. Escola Municipal Marluce Santiago da Silva
INTRODUÇÃO:
Sabemos que o princípio básico da educação inclusiva é que todas as crianças aprendam juntas, independentemente de suas dificuldades ou diferenças. Todas as escolas devem reconhecer e responder às diversas necessidades dos alunos, acomodando tanto estilos como ritmos de aprendizagem, assegurando, assim, um ensino de qualidade a todos. O presente trabalho é fruto de um projeto de sensibilização desenvolvido em escola da rede municipal do Recife e teve como objetivo sensibilizar as turmas e divulgar os conceitos sobre pessoas com deficiência, dando ênfase ao respeito, à diversidade e principalmente à solidariedade para com aqueles que possuem alguma limitação; preparando a escola para novas inclusões. Depois de feitas reflexões e abordados os temas que achamos pertinentes, os alunos se propuseram a aceitar os colegas como são, focando sempre as suas qualidades e potencialidades, ajudando-os sempre que se fizesse necessário. Os trabalhos desenvolvidos foram relevantes, por terem nos propiciado a oportunidade de desenvolvermos um maior senso crítico com o alunado e o despertar para um novo olhar sobre a inclusão escolar e respeito à diversidade.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido através de sensibilizações em 26 turmas da Educação Infantil ao 2º ano do Ciclo 2,no período de agosto a dezembro de 2008. O projeto foi dividido em duas etapas; a primeira que teve início em agosto e término em outubro de 2008. A segunda etapa foi desenvolvida durante os meses de novembro e dezembro de 2008. 1ª. Etapa: Foram trabalhados temas como: Tipos de deficiências, Respeito à diversidade, Aceitações das limitações da pessoa com deficiência. Após o término das reflexões e comprometimento dos alunos para serem mais solidários foram feitos desenhos sobre “Pessoas com Deficiência”. 2ª. Etapa: As turmas que estavam apresentando mais dificuldades e possuíam alunos especiais inseridos, elaboraram trabalhos com vendas nos olhos e, em seguida, com protetores auriculares para que se sensibilizarem perante as limitações dos colegas. A culminância dos trabalhos se deu no término do ano letivo, com exposição dos melhores trabalhos desenvolvidos. Sujeitos participantes: Corpo docente e discente escolar. Materiais Utilizados: Textos para reflexões, atividades para deficientes visuais e auditivos, vendas, protetores auriculares, objetos de formas e texturas diferentes, papel ofício e lápis. Ambiente: Sala de aula, biblioteca, corredores e hall da escola.
RESULTADOS:
Com a continuidade dos trabalhos, observamos que os alunos estavam desinformados e despreparados para aceitarem os colegas com suas limitações. Além disso, percebemos que com o desenvolvimento das atividades, os mesmos foram melhorando suas atitudes e se tornaram mais solidários e menos agressivos, com exceção de alguns alunos que possuem distúrbio de conduta. Estes continuarão sendo assistidos pela professora itinerante. Pudemos constatar que nas turmas que possuíam alunos especiais, todos os colegas se interessaram mais pelo assunto e por diversas vezes procuraram a professora itinerante, em horários que estavam livres, para questionarem ou fazerem alguns comentários em relação a um amigo ou parente especial, solicitando em alguns casos apoio para seus familiares. Pesquisas, estudos e experiências realizadas no Brasil e no mundo, demonstram que os alunos com ou sem deficiência dentro de uma educação inclusiva aprendem melhor porque encontram modelos positivos, lidam melhor com as diferenças individuais, dificuldades no convívio social e educacional, respeitam os limites do outro, partilham processos de aprendizagem e desenvolvem atitudes de apoio mútuo, para a construção de uma sociedade mais solidária.
CONCLUSÃO:
Concluímos que não basta apenas a escola ser considerada inclusiva, ser obrigada a matricular os alunos especiais, respeitar o novo paradigma educacional, mudar percepções, valores, abrir espaços para a diversidade. Se todo o corpo docente e discente da escola não se dispuser a aceitá-los, tudo não passará de uma falsa inclusão. A inclusão escolar é um processo pelo qual a escola e a sociedade como um todo, se abrem e se adaptam para inserir as pessoas com limitações em seus sistemas regulares de ensino e sistema social e simultaneamente estes grupos se preparam para assumirem seus papéis na sociedade. Atentamos com o desenvolver dos trabalhos que a falta de informações do alunado pesa muito, favorecendo atitudes de discriminação, brincadeiras desagradáveis, dentre outras. Nos propusemos a sempre que possível trabalharmos com esses alunos temas envolvendo ética, solidariedade, respeito, aceitação e, intensificarmos os trabalhos para com os familiares, sempre que se fizer necessário.
Instituição de Fomento: Prefeitura da Cidade do Recife
Palavras-chave: Pessoa com deficiência, diversidade, aceitação.