61ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 1. Língua Portuguesa
As práticas de leituras dos professores de Língua Portuguesa do Ensino Médio do Estado do Amapá: primeiros delineamentos.
Dina do Socorro Paiva Borges 1
1. Professora de Literatura / Colégio Amapaense-AP
INTRODUÇÃO:

Este trabalho traz à pauta de reflexão, a investigação feita sobre o nível de leitura dos professores de Língua Portuguesa do Ensino Médio na cidade de Macapá. Assim, levou-se em consideração o grau, preferência, tipos, freqüência, conceito, leituras feitas em 2008 e a influência da leitura na vida desses professores. Outras pesquisas apontam que estamos entrando no século do conhecimento num período da história onde a informação e a capacidade de se apropriar do conhecimento vai ser, cada vez mais, cobrada dos profissionais de todas as áreas. E só atenderá essas exigências, e só conseguirá versatilizar para se adaptar habilmente às mudanças que estão ocorrendo vertiginosamente, quem for leitor. E bom leitor! (Luzia de Maria - 2003). Contudo, o que se tem visto são poucos investimentos para aumentar o cabedal de conhecimentos, em especial dos professores, mostrando assim o descaso que a maioria das pessoas e o próprio professor tem com a leitura. Dessa forma, perfilar o professor leitor de Língua Portuguesa, contribui no esboçamento das ações de implantação do currículo e de aprimoramento desses professores em serviço.

 

METODOLOGIA:

Participaram dessa pesquisa dez professores de Língua Portuguesa, do quadro efetivo de estado do Amapá, de duas escolas estaduais do ensino médio na cidade de Macapá. A pesquisa envolveu a aplicação de questionário com questões fechadas e abertas, que foram tabuladas e analisadas numa abordagem quantitativa e qualitativa.

 

RESULTADOS:
Os resultados mostraram que em relação ao grau de leitura, 30% dos professores de Língua Portuguesa afirmaram que leem pouco, 60% que leem muito e 10% que leem o exigido. Sobre a preferência de leitura, 27,3% responderam que leem livros, 27,3% que leem revistas, 24,3% que leem os textos da internet, 15,1% leem jornais e 6% disseram preferir outras leituras. Com relação às leituras feitas em 2008, 10% dos professores relataram que leram uma obra inteira, 50% disseram ter lido várias obras e 40% afirmaram ter lido apenas capítulos. A respeito dos tipos de leitura realizadas, 17,8% leram textos científicos, 25% leram notícias do cotidiano, 17,8% fizeram leituras didáticas, 28,4% leram obras literárias e 14% realizaram leituras religiosas. Sobre o conceito de leitura, percebeu-se a existência de seis conceitos na fala dos professores: a) ler é aumentar o conhecimento de mundo; b) ler é entretenimento; c) ler é desenvolver o intelecto; d) ler é interagir com o mundo; e) ler é fundamental e; f) leitura é uma obrigação, um fardo. Levando em consideração a influência da leitura na vida dos professores de Língua Portuguesa, 50% falaram que influencia sobremaneira, 10% disseram que a influência é mediana e 40% afirmaram que a leitura influencia didaticamente e intelectualmente. Sobre freqüência de leitura, 70% lêem todos os dias, 10% leem uma vez por semana e 20% leem semanalmente.
CONCLUSÃO:

Mediante os resultados, percebe-se a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas para a formação continuada dos professores, enquanto sujeito-leitor e protagonista na formação de futuros leitores. Também é imprescindível que a Secretaria de Educação do Estado crie espaços de reflexão para que os docentes possam perceber a importância que a leitura tem para sua formação e, consequentemente, para o processo de ensino-aprendizagem.

Instituição de Fomento: Governo do Estado do Amapá-GEA
Palavras-chave: Leitura, Práticas de leituras, Professor-leitor.