61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia
PREVALÊNCIA E INTENSIDADE DA INFECÇÃO POR Ascaris lumbricoides EM CRIANÇAS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE – PARAÍBA
Teobaldo Gonzaga Realço Pereira 1
Maria Teresa Nascimento Silva 1
Gerson Bragagnoli 1
Paulo Monteiro de Freitas 1
Paulo Ortiz Aragão 2
Elizabeth Malagueño 3
1. 1. Unidade Acadêmica de Medicina – CCBS – UFCG
2. 2. Unidade Acadêmica de Economia – CH – UFCG
3. 3. Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical UFPE.
INTRODUÇÃO:

A infecção pelo Ascaris lumbricoides é encontrada em quase todo o mundo. A sua freqüência é variável dependendo das condições de desenvolvimento humano da área estudada. Estima-se, que 20% da população mundial seja portadora de ascaridiose (OMS,1987). No bairro do Pedregal, situado na periferia da cidade de Campina Grande, Paraíba observa-se ocupação desordenada, devido a migrantes da zona rural o que é comum em muitas cidades de médio e grande porte no Nordeste do Brasil. A falta de saneamento é fator complicador e agravante para a alta prevalência de enteroparasitoses.  Em estudo realizado em 2001, observou-se uma prevalência de 56,3% de infecção pelo A. lumbricoides em crianças de 2 a 10 anos residentes no bairro do Pedregal. O trabalho atual tem como objetivo avaliar a prevalência e a carga parasitária para A. lumbricoides estudando a população infantil atual na mesma faixa etária.

METODOLOGIA:

Foram avaliadas 1.195 crianças de 2 a 10 anos de idade residentes no bairro do Pedregal por mais de 1 ano. O estudo transversal (16 de janeiro a 19 de novembro de 2007), foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi assinado pelos responsáveis pelas crianças. O material fecal (1 amostra) foi encaminhado para o Laboratório de Parasitologia da UFCG e avaliado pelos métodos de Ritchie e Kato-Katz. A carga parasitária foi assim classificada: baixa (0 a 5.000 ovos/g); intermediária (5.001 a 10.000 ovos/g) e alta (maior que 10.001 ovos/g). Na avaliação estatística foi utilizado o SPSS versão 10.0 for Windows.

RESULTADOS:

Nas 1.195 crianças estudadas 26,1% (n=312) eram portadoras da infecção pelo A. lumbricoides. Foi considerado com carga parasitária baixa 40,1% (n=125); com carga parasitária intermediaria 12,8% (n=40) e com carga parasitaria alta 47,1% (n=147). Os resultados encontrados no estudo mostram que houve uma diminuição da prevalência da ascaridióse comparando com o estudo anteriormente realizado. As condições de saneamento permaneceram praticamente inalteradas, o que foi verificado é o uso continuado de medicação anti-helmíntica pelos profissionais do Programa de saúde da Família (PSF).

CONCLUSÃO:

Observa-se uma alta prevalência de ascaridiose em crianças de 2 a 10 anos de idade residentes no bairro do Pedregal, na cidade de Campina Grande, Paraíba, apesar do uso indiscriminado de medicação especifica. O encontro de praticamente 50% da população infantil portadora da infecção pelo A. lumbricoides com carga parasitária alta demonstra que ações mais efetivas devem ser tomadas pelos Gestores da Saúde Pública.

Palavras-chave: Crianças, Ascaridiose, Carga parasitária.