61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
ASSOCIAÇÃO ENTRE ESCOLARIDADE MATERNA E PREVALÊNCIA DA INTENSIDADE DE INFECÇÃO PELO Ascaris lumbricoides.
Maria Teresa Nascimento Silva 1
Gerson Bragagnoli 1
Teobaldo Gonzaga Realço Pereira 1
Paulo Monteiro de Freitas 1
Paulo Ortiz Aragão 2
Elizabeth Malagueño 3
1. 1. Unidade Acadêmica de Medicina – CCBS – UFCG
2. 2. Unidade Acadêmica de Economia – CH – UFCG
3. 3. Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical UFPE.
INTRODUÇÃO:

A infecção pelo A. lumbricoides é freqüente em países em desenvolvimento, podendo levar a manifestações diversas como dores abdominais, desnutrição e em casos graves de enovelamento dos vermes ao quadro de abdômen agudo. Os estudos mostram que a maior prevalência  das enteroparasitoses são observadas em população de baixa renda, que vivem em condições precárias de saneamento e higiene pessoal. No atual estudo foram avaliados 1.195 crianças com 2 a 10 anos de idade residentes há mais de 1 ano no bairro do Pedregal na cidade de Campina Grande, onde são observados baixos indicadores de desenvolvimento humano. A escolaridade materna é associada a algumas variáveis constante na declaração de Nascido Vivo (DNV)  do Ministério da Saúde. O objetivo do estudo e avaliar a associação entre escolaridade materna e prevalência da intensidade da infecção pelo A. lumbricoides em crianças de 2 a 10 anos de idade.

METODOLOGIA:

Foram avaliadas 1.195 crianças de 2 a 10 anos de idade residentes no bairro do Pedregal por mais de 1 ano. O estudo transversal (16 de janeiro a 19 de novembro de 2007), foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi assinado pelos responsáveis pelas crianças. O material fecal (1 amostra) foi encaminhado para o Laboratório de Parasitologia da UFCG e avaliado pelos métodos de Ritchie e Kato-Katz. A carga parasitária foi assim classificada: baixa (0 a 5.000 ovos/g); intermediária (5.001 a 10.000 ovos/g) e alta (maior que 10.001 ovos/g). Na avaliação estatística foi utilizado o SPSS versão 10.0 for Windows.

+A escolaridade materna foi classificada como: 1. analfabeta; 2. curso fundamental incompleto; 3. curso fundamental completo+ curso médio incompleto+ curso médio completo.

RESULTADOS:

Nas 1.195 crianças avaliadas no estudo, 26,1% (n=312) eram portadores da infecção pelo A. lumbricoides. Naquelas crianças com ascaridiose observou-se que 21,8% (n=68) eram analfabetas e as crianças apresentavam 20,8% (n=26) de carga parasitária baixa; 27,5% (n=11) com carga parasitária intermediaria e 45,6% (n=31) com carga parasitaria alta. As mães com o curso fundamental incompleto totalizavam 69,6% (n=217) e a carga parasitaria encontrada nas crianças foi assim distribuída: carga parasitária baixa 69,6% (n=87); carga parasitaria intermediaria 62,6% (n=87); carga parasitaria alta 71,4% (n=105); naquelas crianças incluidas no grupo com mães com o curso fundamental completo+ médio incompleto + médio completo totalizavam apenas 8,6% (n= 27). A carga parasitaria foi assim distribuída: 3,8% (n=12) com carga parasitaria baixa; 1,2% (n=4) com carga parasitaria intermediaria e 3,55 (n= 11) com carga parasitaria alta. Não foi observada diferença estatisticamente significante ( ρ>0,29) entre as categorias avaliadas no estudo.

CONCLUSÃO:

Observa-se uma maior prevalência e intensidade da  infecção parasitaria para A. lumbricoides nas crianças cujas mães eram analfabetas e com curso fundamental incompleto comparando com as crianças de 2 a 10 de idade quando as mães apresentavam maior nível de escolaridade. Os dados encontrados mostram a necessidade de maior investimento em educação o que certamente acarretara em melhores índices na saúde da população.

Palavras-chave: Crianças, Escolaridade materna, Carga parasitária.