61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 7. Química Orgânica
SÍNTESE "ONE POT' DE DERIVADOS DA L-SELENOCISTEÍNA VIA MESILATO DA L-SERINA
Paulo Sérgio Taube Júnior 1
Antonio Luiz Braga 2
Greice Tabarelli 3
Rafael Santos da Silva 3
Juliano Braum de Azeredo 1
Vanessa do Nascimento 1
1. Departamento de Química - UFSC
2. 2. Prof. Dr. - Departamento de Química - UFSC- Orientador
3. Departamento de Química - UFSM
INTRODUÇÃO:

O selênio é um elemento essencial na nutrição humana, desempenhando funções significativas na prevenção do câncer e envelhecimento, bem como na reprodução humana e outros processos fisiológicos. Dentre os compostos contendo selênio, destaca-se a selenocisteína (Sec ou U), considerada o 21° aminoácido natural, que está presente na cadeia peptídica de várias seleno-enzimas, entre elas, a glutationa peroxidase, a selenoproteína P, glicina redutase e tioredoxina redutase.

Devido ao grande potencial biológico destes compostos, diversas metodologias para sua síntese foram desenvolvidas por diferentes grupos de pesquisa.

Neste trabalho, descrevemos uma nova metodologia de síntese destes compostos a partir do éster metílico da N-Boc-L-serina (serina protegida) em uma reação “one pot”.

METODOLOGIA:

Foi usada aparelhagem normal de laboratório e as purificações foram realizadas por cromatografia em coluna de sílica gel. As estruturas dos compostos foram confirmadas por dados espectroscópicos de RMN de 1H e de 13C obtidos através de um espectrômetro da Bruker 400 MHz. Procedimentos: i) Preparação das selenocisteínas: Balão reacional 1. Em um balão de duas bocas, sob atmosfera de argônio, munido de agitação magnética, contendo o éster metílico da N-Boc-L-serina (2,19 g, 10 mmol), solubilizado em THF (20 mL), adicionou-se Et3N (1,70 mL, 12 mmol) e após adicionou-se, lentamente a 0 oC, uma solução de cloreto de mesila (0,90 mL, 12 mmol) dissolvido em THF (10 mL). Após adição total do cloreto de mesila, deixou-se a mistura sob agitação a 0 ºC por mais 15 min.

Balão reacional 2. Em um balão de duas bocas, sob atmosfera de argônio, foi adicionado o disseleneto apropriado (1,0 mmol), THF (3 mL) e após NaBH4 (76 mg, 2,0 mmol).  Adicionou-se etanol (1 mL) e agitou-se até a descoloração da solução.

Em seguida, adicionou-se a solução do balão reacional 2 (selenolato) no balão reacional 1 via cânula, a -78 ºC. A reação permaneceu sob agitação à temperatura ambiente por 12 h. Após, foi adicionado uma solução saturada de NH4Cl e extraiu-se com CH2Cl2 (3x 20 mL). Em seguida as porções orgânicas foram combinadas, secas com MgSO4 e o solvente evaporado. Purificação posterior do produto por coluna cromatográfica em gel de sílica, usando-se uma mistura de hexano / acetato de etila (70:30) como eluente, forneceu os derivados da L-selenocisteína.

RESULTADOS:

Os derivados da selenocisteína foram obtidos com rendimentos que variaram de 32 a 80%.

Por essa metodologia,uma grande diversidade de derivados da selenocisteína são obtidos pela combinação apropriada dos materiais de partida. A possibilidade de sintetizar uma ampla gama de compostos estruturalmente diversificados é de grande valia para estudos envolvendo a relação estrutura / atividade em estudos biológicos.

CONCLUSÃO:

Verificou-se que com o uso de procedimentos “one pot” na obtenção de derivados da L-selenocisteína, a partir do respectivo aminoácido N-protegido, os rendimentos foram de satisfatórios a bons. Além disso, através dessa nova rota os procedimentos experimentais são mais limpos, menos trabalhosos e mais rápidos, pois ocorre em uma única etapa a partir da serina protegida.

Instituição de Fomento: UFSM, UFSC, CAPES, CNPq, FAPERGS e FAPESC, INCT-catálise
Palavras-chave: Selenocisteína, Selênio, Selenocistina.