G. Ciências Humanas - 5. História - 6. História Moderna e Contemporânea |
|
MEMÓRIA, MÍDIA E FASCISMO |
|
Paulo Roberto Alves Teles 1 Thiago de Souza Oliveira 1
|
|
1. Universidade Federal de Sergipe
|
|
INTRODUÇÃO: |
A memória social é um objeto marcado por diversas intervenções individuais e coletivas, as quais se estabelecem a partir de interesses pessoais ou de determinados grupos da sociedade, como por exemplo: as media. Dessa forma, torna-se imprescindível que o historiador exerça um papel coerente diante do passado e da memória produzida através dele. Entretanto, nos últimos anos, o reducionismo têm se apresentado como uma prática negativa à construção do discurso historiográfico. Um exemplo claro é a redução do movimento fascista a prática do Holocausto. Além disso, tem se deslocado a memória sobre o mesmo para contextos completamente diferentes como na América Latina e na África. |
|
METODOLOGIA: |
O estudo da memória e a discussão da historiografia se dão a partir da análise dos trabalhos desenvolvidos por pensadores em seus contextos histórico e cultural. Desta forma, a metodologia empregada foi o exame de textos que relatam os trabalhos de alguns intelectuais da Escola de Frankfurt, como por exemplo Theodor Adornor (1903-1969)e Max Horkheimer (1895-1973) baseados no conceito de indústria cultural de massa. A partir deste exame, objetivou-se compreender o processo epistemológico de mudança e consolidação das representações em películas como Minha Luta (1960), Triunfo da Vontade (2001), Noite e Neblina (2001), Arquitetura da Destruição (2001)e O Pianista (2002) e trazer a discussão a um contexto atual de epistemologia, analisando-se textos do historiador Marc Ferro(1924) e evidenciando a partir dos objetos citados acima a relação entre História, memória e cinema. |
|
RESULTADOS: |
Foi notado através da pesquisa estabelecida que o enfoque dado ao Holocausto não é somente fruto de uma aversão a prática metódica de extermínio realizada pelos nazistas, mas sim a um apelo midiático maniqueísta que ao generalizar os culpados pelos crimes cometidos durante a II Guerra Mundial, acabou obscurecendo outros fatores e outros envolvidos no genocídio. Além disso, o enfoque exarcebado a este evento não evitou que outros acontecimentos semelhantes ocorressem, a saber, a limpeza étnica promovida durante a Guerra da Bósnia e os diversos etnocídios ocorridos na África. |
|
CONCLUSÃO: |
Dessa forma, percebemos duas grandes problemáticas: a primeira é que, a ênfase dada ao Holocausto é tão grande que fatores contribuintes para o surgimento do movimento fascista como um todo e grupos integrantes a ele são postos em segundo plano. Além disso, o deslocamento da memória do mesmo para contextos completamente diferentes daqueles que o provocaram acabam descaracterizando o movimento fascista e o próprio Holocausto. Assim o presente trabalho buscou situar o Holocausto como produto dos acontecimentos provocados pelo movimento fascista e estabelecer de forma clara e coesa uma concepção a respeito do mesmo. |
|
|
Palavras-chave: Memória, Mídia, Fascismo. |