61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
AVALIANDO ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE BELÉM EM RELAÇÃO AO PRECONCEITO RACIAL
Ananda Maira Ferreira do Nascimento 1
Lana Roberta Reis dos Santos 1
Werena Lisboa de Jesus 1
Lizandra Elizeário dos Santos 1
Amália Dayane Queiroz da Cruz 1
Juliardnas Rigamont Araújo Nascimento 2
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará/IFPA
2. Orientadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará/IFPA
INTRODUÇÃO:

O processo de exclusão atinge, principalmente, as classes menos favorecidas de nossa sociedade, como por exemplo, os “negros” e “pardos”, os quais têm uma probabilidade maior de serem excluídos, sendo os mais prejudicados tanto no que diz respeito à escolarização, quanto ao salário e às oportunidades de competição no mercado de trabalho. A discriminação, o preconceito e o racismo que são vivenciados cotidianamente por crianças e jovens negros, principalmente das escolas públicas, tanto dentro quanto fora do espaço escolar, agravam essa exclusão, além de afetar a auto-estima dessas pessoas, tendo reflexos em seu aprendizado e sendo uma das causas da evasão escolar. A escola é um lugar propicio para se disseminar idéias e ideais anti-racistas, pois é nela que crianças e jovens terão a oportunidade de se relacionar e trocar experiências com outros de diferente classe social, religião, etnia, etc. Este trabalho vem através de uma aula áudio-visual seguido de um questionário, tentar minimizar os pré-conceitos adquiridos fora ou até mesmo dentro do ambiente escolar, de alunos da 7º série das escolas públicas: E.E.E.F.M. Barão de Igarapé Miri; E.E.E.F. Caldeiras Castelo Branco e E.E.E.F.M. Vilhena Alves em Belém. Além disso, visa incentivar que os participantes da prática educativa desenvolvida tornem-se multiplicadores de boas informações recebidas na escola, para que assim compartilhem-nas com aqueles que não possuem as mesmas oportunidades de estarem nesse ambiente.

METODOLOGIA:

Este trabalho foi realizado nas escolas E.E.E.F.M.Barão de Igarapé Miri; E.E.E.F. Caldeiras Castelo Branco, e E.E.E.F.M. Vilhena Alves, localizadas em Belém do Pará, tendo como público-alvo os discentes da 7º série do ensino fundamental. A pesquisa de campo foi dividida em três etapas: Apresentação do projeto aos diretores (as), corpo técnico e pedagógico das escolas, e estes gostaram da proposta, e principalmente do tema a ser abordado e colocaram-se a disposição para ajudar no que fosse necessário; Exposição e abordagem preliminar para os alunos sobre o tema que seria abordado, especificando os objetivos do trabalho e demonstrando uma abordagem geral sobre o tema central do filme; Exibição do filme “Duelo de Titãs”, título original “Remember the Titans”, seguido de um questionário do tipo aberto com oito perguntas a respeito da temática abordada no filme, focalizando a opinião pessoal de cada um dos discentes acerca da temática do trabalho.

RESULTADOS:

A pesquisa abrangeu um público alvo de 85 discentes e por se tratar de um questionário em aberto, as respostas foram bem variadas, porém muitas convergiram. A maioria disse que não era e nunca foram preconceituosos, porém dois alunos responderam da seguinte maneira: “A minha opinião era que os negros são todos feios eles são parecidos com um macaco.”, “Bom, a minha opinião era que as maiorias dos negros eram de gangue, mas não digo todos, só alguns”. Cerca de 49% responderam que sua concepção mudou após a exibição do filme, 31% disseram que continuam com a mesma opinião anterior ao filme, e 20% não opinaram. Além disso, 27% responderam que o momento mais impressionante durante a exibição do filme foi à união entre brancos e negros. Outras respostas interessantes que foram analisadas dizem respeito a 4% do alunado os quais pensavam que somente os brancos eram preconceituosos, porém perceberam, a partir do filme, que o preconceito também é manifestado pelos negros, 1% não sabiam que os EUA eram tão preconceituosos e cerca de 1% pensavam que o preconceito racial só existia no Brasil. Ao analisarmos as respostas dos discentes acerca da lição que tiraram para sua vida após a exibição do filme as respostas foram bastante positivas, cerca de 90% disseram que não devemos ter preconceito por que somos todos iguais; que não devemos julgar as pessoas pela cor e sim pelo caráter, que o preconceito não é legal; entre outras respostas. Com isso, a percepção que tivemos com este trabalho, é que em grande parte do alunado, conseguimos alcançar nosso objetivo de reformular e/ou acrescentar em seu desenvolvimento intelectual e social uma visão crítica em relação ao preconceito racial, e a partir desse tipo de trabalho poderá surgir grandes disseminadores de bons conceitos.

CONCLUSÃO:

O ambiente escolar, além de ensinar também deve educar os jovens a tornarem-se indivíduos pensantes a cerca de assuntos presentes e que agridem nossa sociedade, como o racismo, e incentivá-los à obtenção de visão crítica sobre o tema. Deve-se, portanto, estimular os alunos desde o inicio de sua formação escolar, ou seja, enquanto eles ainda estão desenvolvendo sua personalidade e formulando o modo de construção de suas idéias, para, dessa forma promover a conscientização e a minimização de ações racistas nas gerações futuras. Porém, sabe-se que além do ambiente escolar, também existe o familiar influenciando diretamente, às vezes até mais do que a escola, no desenvolvimento destes jovens. Logo, a escola deve utilizar-se de artifícios eficazes para que, as possíveis opiniões e atitudes preconcebidas em casa, carregadas de preconceitos, sejam reavaliadas e abolidas, para que desta forma, façam o caminho inverso, e consigam atingir o máximo de pessoas possíveis.

Palavras-chave: Preconceito Racial, Ambiente escolar, Conscientização.