| 61ª Reunião Anual da SBPC |
| C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 2. Botânica Aplicada |
| Elaboração da semente-inóculo de Lentinus strigellus, um fungo comestível termófilo, UTILIZANDO diferentes embalagens |
| Ruby Vargas-Isla 1 Rogério Eiji Hanada 2 Noemia Kazue Ishikawa 3 |
| 1. Curso de Pós-Graduação em Botânica-INPA 2. CPPF/INPA 3. CPTA/INPA |
| INTRODUÇÃO: |
| A fungicultura ou cultivo de cogumelos é uma alternativa interessante para ser desenvolvida na região, pois a Amazônia reúne a diversidade de espécies nativas de fungos comestíveis e a abundância de resíduos lignocelulósicos. No entanto, os altos custos com climatização para cultivo de espécies de cogumelos de climas temperados inviabilizam a atividade na região. A espécie comestível Lentinus strigellus Berk., de ocorrência natural na Amazônia apresenta temperatura ótima de crescimento micelial de 35ºC, sendo um fator vantajoso para o cultivo em climas tropicais. A produção e manutenção de semente-inóculo de qualidade é o primeiro ponto crítico para o sucesso do cultivo de fungos comestíveis, assim como a produção e a qualidade das mudas são importantes para o processo de reflorestamento. Para tanto, devem ser considerados aspetos como custos das embalagens, praticidade de inoculação, tempo de corrida micelial, fácil transporte e disponibilidade da embalagem. O presente trabalho objetivou avaliar o uso de três tipos de embalagens de polipropileno para elaboração da semente-inoculo de L. strigellus. |
| METODOLOGIA: |
Em uma primeira etapa, o micélio de L. strigellus foi multiplicado em grãos de trigo. Para tanto, 250 g de grãos de trigo lavadas e imersos em água durante 24 horas foram colocados em frascos de vidro de 500 mL e esterilizados em autoclave a 121°C por 1h. Dez discos de micélio (10 mm de diâmetro) de L. strigellus foram transferidos para cada frasco contendo os grãos de trigo que foram incubados a 35°C por 15 dias. Em uma segunda etapa, as serragens das espécies florestais Simarouba amara Aubl., Hymenolobium petraeum Ducke e Astronium lecointei Ducke. foram utilizadas para elaboração da semente-inóculo de L. strigellus. A formulação das serragens suplementadas com farelo de arroz (5:1) foram colocadas em três tipos de embalagens de polipropileno: (A) frasco 15×9 cm, com capacidade de 600 g de substrato; (B) sacola 23×36 cm, sendo necessária a confecção de um respirador usando tubo de PVC e algodão hidrofóbico, com capacidade de 800 g de substrato; e (C) sacola 32×45 cm com filtro e capacidade de 1200 g de substrato. As formulações foram esterilizadas duas vezes a 121ºC/1h, com intervalo de 24h. Para cada 100 g de substrato foram colocados 3,5 g de grãos de trigo colonizados por L. strigellus. Após 25 dias de incubação a 35ºC, a colonização dos substratos foi avaliada visualmente. |
| RESULTADOS: |
A embalagem (A) proporcionou maior praticidade para inoculação e é de fácil transporte, entretanto, apresentou maior custo e a opacidade da embalagem dificultou a visualização da colonização e a observação de contaminantes durante a incubação. A embalagem (B) apresentou custo intermediário e boa visibilidade da colonização, entretanto, a embalagem é frágil, necessitando a utilização de dois sacos, assim como foi necessário a confecção de respirador. A embalagem (C) comportou maior quantidade de substrato, o que resultou em menor custo. Por ser uma embalagem específica para a produção de semente inóculo de Lentinula edodes (Berk.) Pegler (shiitake), contém filtro para troca gasosa, é resistente ao transporte e possibilita a visualização da colonização. Por outro lado, a venda deste material é restrita no Brasil. |
| CONCLUSÃO: |
| Os três tipos de embalagens demonstraram a possibilidade de uso para elaboração de semente-inóculo de Lentinus strigellus. A embalagem sacola de polipropileno de 32×45 cm com filtro e capacidade de 1200 g de substrato foi considerada a mais adequada por comportar uma maior quantidade de substrato e conter filtro para troca gasosa, o que representa um menor custo para a produção de semente-inóculo de L. strigellus. |
| Instituição de Fomento: FAPEAM e CNPq |
| Palavras-chave: Basidiomicetos, Serragem, Polipropileno. |