A Amazônia compreende a maior bacia hidrográfica do mundo e nela encontra-se a maior parte da floresta tropical do planeta, o conhecimento do que ela representa é fundamental para a conservação da biodiversidade. A parte brasileira da Amazônia, mais especificamente sua região oriental sofre com o ritmo acelerado de destruição, devido sua transformação em áreas agriculturáveis. Este desmatamento desenfreado, além da perda da diversidade, tanto de origem animal como vegetal, causa um fenômeno chamado efeito de borda, que é representado pela fragmentação e isolamento de remanescentes de florestas e sua fauna, conseqüentemente, as populações de insetos também sofrem desequilíbrios, tornando-se necessário seu estudo. Apesar de ser considerado o maior grupo entre os animais, o conhecimento sobre eles ainda é insuficiente, sabe-se que uma de suas grandes características é a polinização. Há vários métodos para captura de insetos, no entanto um dos mais utilizados na avaliação da diversidade, abundância e riqueza das espécies é o emprego de fontes luminosas. Assim, o presente estudo objetiva analisar e comparar a diversidade de insetos num fragmento de floresta na Amazônia oriental.

As coletas foram realizadas, durante doze meses, entre 17/VIII/2007 e 02/VII/2008, a cada período de lua nova, numa área de floresta localizada no 51ª BIS (Batalhão de Infantaria de Selva) no município de Altamira, PA, entre a latitude 03º11’55”S e longitude 52º10’15”W, possuindo altitude média de 195m. Foi utilizada uma armadilha luminosa EMATER/RS, modelo “Santa Rosa”, instalada a uma altura de 2 metros, equipada com lâmpada fluorescente ultravioleta F15T8 BLB, acionada por bateria 12V, ao anoitecer e desligada na manhã seguinte. No Laboratório Integrado de Biologia e Educação Ambiental (LIBEA) da Faculdade de Ciências Biológicas da UFPA, Campus Universitário de Altamira, foi realizada a triagem, identificação ao nível de ordem e contagem dos insetos. Na caracterização entre os meses foram utilizados os parâmetros: riqueza (S), abundância (N) e índices de diversidade (H) e uniformidade (E) de Brillouin e dominância de Berger-Parker (BP) calculado através do programa de computador “Krebs Ecological Methodology for Windows”.

Foi coletado um total de 56.778 exemplares (N) e 19 ordens (S) de insetos, sendo que Diptera com 43.573 (43,6%) foi a mais abundante, seguida de Coleoptera com 8.928 (15,7%) e Hymenoptera com 7.824 (13,8%) totalizando 73,1% já, Blattodea, Dermaptera, Embioptera, Mantodea, Neuroptera, Odonata, Orthoptera, Phasmatodea e Psocoptera apresentaram os valores mais baixos. Na comparação entre os meses, o mais abundante foi agosto de 2007, onde foram coletados 12.110 (21,3%) já, outubro do mesmo ano com 1.684 (3,0%) foi o de menor. Em relação a riqueza (S), foram encontradas 19 ordens, os meses de fevereiro e julho de 2008 foram os de maior riqueza, com 16 ordens cada, já o mês de agosto de 2007 foi o menor com 10. A diversidade de Brillouin registrou índice geral para o período de H= 2,32. Entre os meses, outubro de 2007 apresentou o maior índice H= 2,34 e maio de 2008 o menor H= 1,19. A uniformidade de Brillouin para o período foi E= 0,547 já, para os meses houve variação entre E= 0,652 em outubro de 2007 e E= 0,344 em maio de 2008. A dominância de Berger-Parker (BP) para o total da amostragem foi BP= 0,436 havendo uma variação máxima e mínima nos meses de março de 2008 e outubro de 2007, que tiveram valores de 0,781 e 0,315 respectivamente.

O material coletado no presente estudo permitiu verificar a diversidade, uniformidade, dominância, riqueza e abundância de insetos numa área de floresta durante o período de um ano. Conclui-se, ainda, que em outubro de 2007 foi o mês com maiores índices de diversidade e uniformidade e, de menor dominância já, em maio de 2008 observou-se os menores índices de diversidade e uniformidade e, em março de 2008 obteve-se a maior dominância. A riqueza total foi de 19 ordens, sendo fevereiro e julho os meses de maior riqueza. As ordens Coleoptera e Diptera foram as mais abundantes, enquanto que Blattodea, Dermaptera, Embioptera, Mantodea, Neuroptera, Odonata, Orthoptera, Phasmatodea e Psocoptera foram as de menor abundância.