61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 17. Planejamento e Avaliação Educacional
AVALIAÇÃO NO CURSO NORMAL: O QUE SE DIZ E O QUE SE FAZ
Vera Lúcia de Souza Neves 1
Zulmira Rangel Benfica 2
Ilda Maria Bandanza Nazareth Duarte 3
Edith Maria Marques Magalhães 4
Ana Valéria de Figueiredo 5
1. Curriculo, IEP, Universidade do Minho / UMINHO
2. Pedagogia, FaEL, Universidade Iguaçu / UNIG
3. Administração Educacional, IEP, Universidade do Minho / UMINHO
4. Educação, Estacio de Sá / UNESA
5. Educação, Pontífica Universidade Católica - PUC
INTRODUÇÃO:

Há muitos estudiosos e pesquisadores sobre avaliação, porém ainda não foi possível solucionar a problemática que ela traz durante o processo ensino-aprendizagem. Muitas são as divergências quando se estabelecem os critérios, os aspectos filosóficos por parte dos docentes e discentes. Outra questão que interfere na avaliação centra-se no relacionamento professor-aluno, além do aspecto da necessidade do exercício democrático que a avaliação deveria proporcionaria nos momentos de planejamento de verificação da aprendizagem por meio da prática ideal para se proporcionar o desenvolvimento da cidadania, afirma Pacheco (2006) “é preciso viver a cidadania”, ressalta-se ainda o que aponta Demo (1993, p.7) “o tratamento de divergências sobre o pressuposto das oportunidades equalizadas desigual para igual; pelo menos em tese nem se imagina que a negociação acabe com as divergências. O que se pretende é a acomodação delas em patamares que permitam a convivência e a utilização relativa dos interesses específicos”. Nesse sentido o presente estudo objetivou analisar as principais metodologias utilizadas para avaliar alunos em duas Escolas Normais na perspectiva docente e discente, além de levantar as principais concepções que os referidos atores possuem de educação e do que seja avaliar.

METODOLOGIA:

No presente estudo utilizou-se como suporte teórico a concepção fenomenológica-hermenêutica alemã de Heidegger (1979), e autores que se aprofundaram neste estudo principalmente Barreto & Moreira (1997), na tentativa de decifrar o fenômeno da polêmica presente da avaliação no quotidiano da escola. Sabe-se que a fenomenologia está na base dos estudos sociais com características qualitativas. Os sujeitos foram alunos de duas turmas do Curso Normal, de duas escolas de Nova Iguaçu na Baixada Fluminense, turmas de 2º ano e respectivos professores. Os instrumentos utilizados foram observação e questionários semi-estruturados, tendo como base filosófico-metodológica e fenomenológica. Inicialmente usou-se a observação participante. Deste modo, o pesquisador, através de “um olhar de estranhamento”, registrou as observações no diário de campo.Após, foram distribuídos questionários com perguntas semi-estruturadas aos alunos e professores com duas questões fechadas e duas abertas. No processo de análise dos dados coletados utilizou-se como referencial teórico análise de conteúdo de Bardin (1979), na tentativa de nuclear fragmento do discurso com base no tema e nos objetivos propostos.Foram destacadas as categorias de análise quantas foram apresentadas como relevantes na abrangência do estudo.

RESULTADOS:
Quantitativamente levantou-se os seguintes resultados docentes: as metodologias utilizadas nas duas escolas centram-se nos trabalhos de grupo e individuais: os instrumentos utilizados para avaliar o aluno: na escola X observação, participação, testes de verificação e trabalhos em grupo; e na Y: testes, trabalhos em grupo, observação e participação. Os discentes da X indicam trabalho individual; na Y trabalho em grupo e pesquisas. Os principais instrumentos para avaliar na X são: participação nas aulas e observação; na Y: participação nas aulas e testes. Para os alunos das duas escolas o objetivo da avaliação da aprendizagem é diagnosticar as dificuldades. Há entrosamento entre professor e aluno no quotidiano do processo ensino-aprendizagem e que as dimensões avaliativas são consideradas tanto pelo docente como pelo discente. Na perspectiva qualitativa levantou-se o conteúdo das respostas abertas apresentadas pelos alunos e professores, conforme Bardin (1997), destacando as “unidades de sentido”, em ordem decrescente de freqüência. Na ótica docente a avaliação serve para coletar informações, fornecer dados para aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem. Os respondentes apontam avaliação de forma contínua.
CONCLUSÃO:

A avaliação vivida por docentes e pelos futuros docentes do Ensino Fundamental foi nossa preocupação, tendo em vista ser sabido que se reproduz muito que se vivem na prática. É importante ressaltar que a avaliação tem sido usada e interpretada como fatos de aprimoramento do processo ensino-aprendizagem, nas escolas pesquisadas. Sentiu-se falta foi de pesquisa, pois somente uma delas indicou a sua utilização e a pesquisa é uma metodologia que fortalece o aprender a aprender, um dos pilares da educação na modernidade, embora as duas escolas vejam a educação como transformação da sociedade, contribuindo para o desenvolvimento do ser humano Ressalta-se que a negociação também não é muito utilizada como metodologia, tanto no planejamento como nas decisões do como avaliar, como afirma Demo (1997, p.18) ”negociação entre professor e aluno é importante porque acarreta o compromisso mútuo, dentro do qual a participação passa “ser a metodologia fundamental Falta o incremento real da participação para se viver a cidadania como recomenda Pacheco (2006) e deste modo proporcionam nas novas gerações um verdadeiro sentido democrático de viver no coletivo da sociedade.

Palavras-chave: Avaliação, Critérios, Ensino-Aprendizagem.