Agregados minerais são largamente usados pela humanidade desde os primórdios da civilização. Pode-se considerar o consumo de agregados minerais como um grande indicador do perfil sócio-econômico de um país, ligado diretamente à qualidade de vida das pessoas, sendo ele consumido em obras como silos, armazéns, moradias, obras de sistema de saneamento básico e demais obras de infra-estrutura. O agregado, por se tratar de um recurso natural bastante acessível e uma das matérias-primas mais importantes usadas na construção civil, constitui cerca de 80% do concreto, vindo a ser, depois da água, o recurso natural mais consumido em volume pela humanidade. Neste contexto, esta pesquisa tem como objetivo o estudo e a comparação das propriedades dos agregados britados produzidos nas pedreiras da região de Ijuí-RS, buscando definir as principais características das unidades de britagem desta região e a caracterização dos agregados por ensaios de laboratório, visando a comparação dos resultados com os definidos pelas normas.

Foram estudadas cinco pedreiras, denominadas de A, B, C, D e E, nos municípios de Coronel Barros, Santo Ângelo, Santa Rosa e Cerro Largo. A primeira etapa da pesquisa incidiu-se sobre a coleta de dados em campo, nas próprias pedreiras, durante tais visitas também foram entregues questionários que permitiram reunir dados, tais como: britadores usados; intervalo de detonações; intervalo de manutenção dos britadores e volume de produção. Realizada a etapa de coleta de material e informações, teve-se início a fase laboratorial do estudo, onde as amostras coletadas nas pedreiras foram submetidas a diferentes ensaios laboratoriais para análise de suas características físicas e químicas, sendo estes ensaios: análise granulométrica (DNER– ME083/98); índice de lamelaridade (DAER/RS-EL 108/01 e ASTM D4791); índice de abrasão “Los Angeles” (DNER ME 035/98); massa específica aparente em estado solto (DAER/RS-EL 107/01); absorção e massa específica (DNER – ME 195/97); e massa específica real dos grãos (DAER/RS EL 010/01); tais ensaios foram realizados no Laboratório de Engenharia Civil (LEC) da UNIJUI e no Laboratório de Pavimentação (LAPAV) da UFRGS.

Quanto a analise granulométrica, de modo geral, todas as pedreiras apresentaram deficiências em relação ao enquadramento de seu material aos padrões de nomenclatura das britas comercializadas, sendo que na brita 0 se verificou maior discrepância, principalmente na Pedreira ‘’C’’, na qual se verifica 40% do material passante na peneira referência (brita 0 >% retida peneira 4 – 4,75mm). A massa especifica, levou-nos a resultados gerais que apontaram a existência de uma relação semelhante para todas as pedreiras, os dados aqui representam uma quantificação volumétrica das britas comercializadas. Os limites determinados para o ensaio de abrasão ‘’Los Angeles’’, não foram excedidos por nenhuma pedreira (LA<30%), tendo a pedreira ‘‘C’’ chegada a um índice de 28%, que requer muita atenção em obras de pavimentação asfáltica. O ensaio de lamelaridade apresentou resultados bem contrastantes, podendo se achar, para a brita 2, na pedreira ‘’E’’ um índice de 40% e para a pedreira ‘’A’’ índices menores de 4%. No que se refere à absorção, a pedreira ‘’C’’ teve um índice maior em relação às demais, enquanto as pedreiras ‘’A’’ e ‘’E’’ tiveram índices menores.