61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 7. Sociologia
O TRABALHO INFANTIL INSERIDO NA REALIDADE ESCOLAR: OS DIFERENTES RESULTADOS DESTA PRÁTICA NOS AMBIENTES DE ESCOLAS PÚBLICA E PRIVADA.
Ana Maria Libório de Oliveira 1, 2
1. Universidade do Estado do Amazonas/UEA
2. Universidade Nacional da Colômbia/UNAL
INTRODUÇÃO:

Essa pesquisa fora realizada para encontrar resultados direcionados à dissertação a título de Mestre. As diferenças sociais em ambientes das escolas modificam-se com seu público alvo, as escolas públicas possuem alunos de todas as classes sociais, predominante na classe social de baixa renda, em contrapartida as escolas particulares têm em sua maioria alunos de classe média à alta. Entretanto, diante dessas diferenças econômicas do público alvo, pretendera-se compreender as diferenças direcionadas as atividades do trabalho infantil e refletidas no ambiente escolar, tais como: tipos de atividades, da quantidade de horas trabalhadas, qualidade de atividade do trabalho, o rendimento escolar e a visão do professor em relação aos alunos, contudo essa pesquisa tivera intuito de fazer uma investigação da qual pudesse verificar as interferências no rendimento escolar das escolas pública e privada. Sendo assim, a investigação visa confirmar as práticas nas escolas que fora campo do objeto de estudo para introduzir projetos direcionados à prática do trabalho infantil e programas voltados para melhoria da qualidade de vida escolar das escolas públicas, desenvolvidos por pesquisadores e estudiosos da área da Educação.

 

METODOLOGIA:

Nas escolas, campos de estudo, fora selecionados os alunos que trabalhavam das escolas pública e particular, para que houvesse uma análise do rendimento escolar nas avaliações quantitativas e qualitativas, tais como: notas, freqüência, participação e realização nas atividades, registro de enfermidades, reconhecimento de sonolência, entre outros.  Realizara uma observação participante com 15 alunos de classe econômica de baixa renda da escola Estadual Waldomiro Peres Lustoza e 7 alunos de classe média de uma escola privada, ambas localizadas em Manaus. As observações fora realizada nos ambientes de trabalho em um período de 154 dias, assim como nos ambientes escolares, intercalados e em períodos diferentes, utilizara-se máquina fotográfica para registro e filmagem, diário de campo e gravador. Entretanto, para uma percepção dos professores quanto aos seus alunos, objeto de estudo, criou-se um questionário com 10 perguntas para os professores relacionadas aos seus alunos, assim como 14 perguntas para os alunos referentes a seu aprendizado e sua família.

 

RESULTADOS:

Os resultados quanto ao rendimento qualitativo e quantitativo, as enfermidades encontradas entre os grupos, as situações familiares quanto à participação da vida da criança na escola, relações psicológicas encontradas nos grupos e a inserção destes em relação à classe social pertinente ao rendimento, definiram-se da seguinte forma - para uma melhor representação lê-se AP para alunos de escola pública e APR para alunos de escola privada, fora analisado o rendimento qualitativo - AP insuficiente e APR suficiente; rendimento quantitativo - AP insuficiente e APR suficiente; enfermidades - AP - registro de enfermidades com freqüência e APR sem registro de enfermidades mais sérias, tendo esporadicamente dores de cabeça; família - AP em sua maioria ausente e não participa das atividades escolares e APR família presente e participam das atividades escolares. Em relação aos resultados quantitativos da investigação 100% dos APR tem idade regular contra 40% dos AP; horas trabalhadas - aproximadamente 10% dos APR trabalham um pouco mais de 3 horas e entorno de 32% dos AP trabalham cerca de 6 horas diárias; reprovação - AP com mais de 80% já foram reprovados e APR nenhum deles; notas - AP nenhum conseguiu média, todos fizeram recuperação paralela e quanto aos APR 100% alcançaram as médias.

 

CONCLUSÃO:

O trabalho infantil passa a constituir um processo de repetição do ciclo da pobreza em países capitalistas, pois a criança de baixa renda que trabalha prejudica seu desenvolvimento e acaba não estudando como deveria, não se qualifica e se torna ainda mais pobre, isso fica bem evidente no comparativo de alunos de escola pública que trabalham com alunos de escola privada que também exercem atividades trabalhistas. Não é uma afirmação que futuramente os alunos de escolas públicas que trabalham não tenham sucesso, mas é uma atividade que pode tirá-los a capacidade de competir por uma vida melhor e as mesmas oportunidades de crescimento intelectual, profissional e emocional que os demais possuem. É necessária a erradicação do trabalho infantil exploratório, mas seria de grande aproveitamento que as escolas pudessem buscar alternativas que vinculassem à prática do trabalho infantil em produções de crescimento e aprendizagem, para que os alunos de baixa renda pudessem sair da exploração e conquistassem uma atividade com retorno financeiro e intelectual.

 

Instituição de Fomento: Universidade Nacional da Colômbia
Palavras-chave: Alunos, observação participante, rendimento.