61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia
EFEITO ANTIOXIDANTE E FOTOPROTETOR DE EXTRATOS AQUOSOS E ETANÓLICOS DA CASCA DO Calycophyllum spruceanum
Thaires Suelen Silva Lino 1
Emerson Silva Lima 2
Maria de Menezes Pereira 3
Marne Carvalho de Vasconcellos 4
1. graduando - Curso de Farmácia/UFAM
2. Prof. Dr. Orientador - Departamento de Farmácia/UFAM
3. Profa. Dra. Colaboradora - Departamento de Farmácia/UFAM
4. Profa. Dra. Colaboradora - Departamento de Farmácia/UFAM
INTRODUÇÃO:

O Calycophyllum spruceanum é uma planta da família Rubiaceae que possui diversas ações farmacológicas e popularmente é conhecida por mulateiro. Essa planta possui grande quantidade de taninos causando um efeito adstringente, além de possuir grandes quantidades de fenóis e ácidos orgânicos que demonstram atividade antifúngica, antibacteriana e inseticida. A ação de maior importância dessa planta de acordo com os primeiros ensaios é de antioxidante forte, tratando feridas e retardando processos oxidativos cutâneos. O objetivo desta pesquisa foi estudar o efeito antioxidante e fotoprotetor dos extratos aquoso e etanólico das cascas do Calycophyllum spruceanum.

METODOLOGIA:

Foi realizado fracionamento dos extratos, onde foram selecionados três solventes para ser feita a extração das frações: hexano, clorofórmio e acetato de etila, sendo cada solvente colocado três vezes no funil de decantação e sua camada separada da fração residual, essa fração voltava para o funil e mais uma vez era submetida ao contato com o solvente e separadas. Para a capacidade antioxidante foram determinadas as concentrações capazes de inibir 50% da cor (CI50) nos ensaios utilizando ABTS; o [2,2’ azinobis (3-ethylbenzeno-thiazoline-6-sulfonate)]; onde ao reativo de cor (ABTS) adicionou-se a amostra do extrato dissolvido em soro fisiológico. Incubou-se por 15 minutos e lido em absorbância 734nm. Utilizou-se uma solução padrão de TROLOX® (1mmol/L) para a comparação dos efeitos antioxidante dos extratos. E o DPPH; 2,2-difenil-1-(2,4,6-trinitrofenil)hidrazila; onde dissolveu-se uma quantidade do DPPH para um volume de metanol grau HPLC, medindo o decaimento da cor por leitura espectrofotométrica em 517nm após 30 minutos de incubação do reagente no escuro. Neste ensaio utilizou-se ácido ascórbico como antioxidante padrão. Em conjunto foi determinado o efeito protetor sobre a oxidação de lipossomas mediada por luz ultravioleta, onde metade dos tubos continha antioxidante padrão ácido ascórbico e a outra metade continha o extrato da planta e depois submetidos a um processo de peroxidação induzida por radiação ultravioleta, seguido com dosagem das concentrações de malondialdeído, um marcador da oxidação de lipídios. Assim como foi medido o efeito protetor contra a ação do oxigênio singlete na auto-oxidação do Rubreno, onde 20μL da solução de extrato foi incubado por duas horas em temperatura ambiente e no claro em 2 mL da solução de rubreno e lido no espectrofotômetro em 440nm.

RESULTADOS:

No fracionamento dos extratos, a fração com maior atividade antioxidante no método do DPPH foi a fração acetato de etila pelo seu grande poder de solvência. Para os ensaios DPPH o extrato etanólico apresentou maior atividade antioxidante com proteção de 73,8 % para concentração 357,14 µg/mL comparado ao extrato aquoso que apresentou proteção de 62,1 % para a mesma concentração, entretanto nos ensaios ABTS o extrato aquoso apresentou atividade protetora de 87,1% para concentração 178,57 µg/mL, um pouco menor que o extrato etanólico que conferiu 95,4% para a mesma concentração. Quanto à atividade fotoprotetora o extrato aquoso apresentou um aumento de 0,73 µmol/L na oxidação com proteção as micelas de 95%, conferindo uma maior proteção em relação ao extrato etanólico que apresentou um aumento de 3,5 µmol/L na oxidação com proteção de 83,2%. Nos testes da solução Rubreno o extrato etanólico apresentou 9,05% de proteção, mostrando maior atividade do que no extrato aquoso que protegeu em 4,98%.

CONCLUSÃO:

Tanto os extratos aquoso e etanólico apresentaram atividade antioxidante quando analisado pelos métodos do DPPH e ABTS sendo maior a atividade do extrato etanólico em ambos os testes. Os extratos também apresentaram atividade varredora do oxigênio singlete quando analisado pelo método do rubreno, sendo melhor resultado obtido pelo extrato aquoso. No teste da inibição da oxidação da micela mediada pela radiação ultravioleta o extrato aquoso foi mais ativo, protegendo a oxidação dos lipídios em 96,5 %, na concentração de 2mg/mL. Quando fracionados por hexano, acetato de etila e clorofórmio, a fração com maior atividade antioxidante no método do DPPH foi a fração acetato de etila. Os extratos das cascas de Calycophyllum spruceanum apresentam um excelente potencial para uso dermatológico principalmente em formulações visando proteção UV.

Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Calycophyllum spruceanum, Antioxidante, Radiação UV.