61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
TOXICIDADE DE MANIPUEIRA (Manihot esculenta) SOBRE GORGULHO DO MILHO (Sitophilus zeamais) EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO.
Adriana Dantas Gonzaga 1
Francisco Clovis da Silva 2
Neliton Marques da Silva 3
1. Aluna da Pós-graduação – Biotecnologia - UFAM
2. Laboratório de Entomologia Agrícola - UFAM
3. Prof. Dr. Universidade Federal do Amazonas – Orientador
INTRODUÇÃO:
No Brasil o milho é o grão de maior volume em produção, representando de 35 a 40% do total de grãos produzidos. Com o crescimento populacional há necessidade de aumento da produção de grãos de modo a minimizar as perdas das safras agrícolas, decorrentes de falhas na colheita, transporte e armazenamento. Entre os fatores que contribuem para essas perdas, destaca-se o ataque de gorgulhos como o curculionídeo Sitophilus zeamais, que apresenta grande capacidade de penetração, alto potencial biótico, infestação cruzada e grande número de hospedeiros (Gallo et al., 2002), acarretando perdas quanto ao peso, valor comercial e nutritivo (Santos & Cruz, 1984). O controle desses insetos-praga é realizado com agrotóxicos agravando os problemas de contaminação, meio ambiente e agricultores. Assim, é de fundamental importância o uso de medidas de controle de baixo impacto ambiental. A utilização de produtos naturais como a manipueira ou tucupi cru (Manihot esculenta) tem apresentado resultados satisfatórios, pois além da fácil aquisição, preparo e utilização, não agridem o ambiente e possuem baixo custo de produção, favorecendo principalmente o pequeno agricultor. Este trabalho objetivou verificar a mortalidade destes insetos em cinco concentrações de manipueira em condições de laboratório.
METODOLOGIA:
O trabalho foi conduzido no laboratório de entomologia agrícola da Universidade Federal do Amazonas – UFAM em junho de 2008. Avaliou-se a ação inseticida da manipueira ou tucupi cru (M. esculenta), sobre o gorgulho do milho (S. zeamais). Para obtenção do resíduo tóxico, as raízes de mandioca foram coletadas em plantios de dois anos de idade, localizados no ramal São Francisco, rodovia AM 010, KM 42. As raízes foram transportadas à casa de farinha, lavadas e descascadas em operação manual. Posteriormente, o material limpo foi triturado em moinho (“caititu”) movido manualmente, onde se obteve uma massa pastosa. Essa massa foi prensada manualmente em prensa de madeira. Foram testadas 05 (cinco) concentrações de 100, 75, 50, 25 e 10%. A testemunha continha água destilada. Foram realizadas cinco repetições. Para os testes necessitou-se de trinta placas de Petri revestidas com papel absorvente, onde cada concentração foi diluída a 1µl do produto, estes foram colocados com a ajuda de micro seringas no papel absorvente que revestia cada placa de petri. Em cada placa foram colocados 10 gorgulhos, totalizando 60 insetos. As observações duraram três dias, totalizando 72 horas. Foi realizado o teste Tukey com 5% de significância para a avaliação dos resultados.
RESULTADOS:
De acordo com os resultados obtidos, todas as concentrações testadas, apresentaram eficiência no controle do Sitophilus zeamais, apresentando além do efeito de mortalidade, um expressivo poder de repelência do produto. Não houve diferença significativa entre as cinco concentrações avaliadas (100, 75, 50, 25 e 10%).
CONCLUSÃO:
A manipueira (resíduo tóxico) apresenta excelentes resultados quanto à repelência e mortalidade do gorgulho do milho, no entanto necessita de mais estudos para verificar o período de carência do produto em grãos armazenados. Entretanto, o uso do extrato dessa planta se revelou como promissora substância para ser incorporada na estratégia de manejo integrado de pragas.
Instituição de Fomento: CNPq / FAPEAM
Palavras-chave: controle alternativo, pragas de grãos armazenados, plantas tóxicas.