61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
INFLUÊNCIA DA RESTRIÇÃO HÍDRICA SOBRE A MASSA SECA TOTAL E RELAÇÃO ENTRE PARTE AÉREA  RAIZ EM PLANTAS DE FEIJÃO CAUPI
Maria Viviane Mota 1
Roberto Cezar Lobo da Costa 1, 2
Flávio José Rodrigues Cruz 1
Hadrielle Karina Borges Neves 1
Hugo Amancio Sales Silva 1
Monyck Jeane dos Santos Lopes 1
1. Instituto de Ciências Agrárias/ Laboratório de Fisiologia vegetal Avançada, UFRA
2. Prof. Dr. Orientador
INTRODUÇÃO:

O feijão caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp], conhecido como feijão-de-corda, feijão macaça ou macáçar, feijão-da-colônia e feijão-de-praia, dentre outros nomes, é uma das fontes alimentares mais importantes e estratégicas para as regiões tropicais e subtropicais do mundo.

É uma excelente fonte de proteínas, com teor entre 23% e 25%, além de apresentar todos os aminoácidos essenciais. Possui, ainda, cerca de 62% de carboidratos, além de possuir grande quantidade de fibras dietéticas, baixa quantidade de gordura (teor de óleo de 2%, em média) e não conter colesterol.

 No Brasil, seu cultivo concentra-se nas regiões Norte e Nordeste, onde constitui uma das principais alternativas sociais e econômicas de suprimento alimentar e geração de emprego, especialmente para as populações rurais.

A disponibilidade de água no solo governa a produção vegetal, assim sua falta ou excesso afetam de maneira decisiva o desenvolvimento das plantas, pois alteram a absorção de nutrientes e da própria água. Como conseqüência da escassez hídrica, vários sintomas desde os morfológicos até os bioquímicos são desenvolvidos pelas plantas, contribuindo em menor ou maior intensidade para a redução da produtividade desta cultura de importância social e econômica.

METODOLOGIA:

Sementes de feijão caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp] cultivar Brs-Milênio, obtidas da Embrapa Meio Norte foram postas para germinar em vasos contendo 15 litros de solo franco-arenoso.  No 12º dia após o semeio foi feito o desbaste das plântulas deixando-se uma plântula por vaso e uma adubação com NPK nas doses de 20-30-30 kg. ha-1 por vaso. Os vasos foram irrigados diariamente, mantendo-se o solo na capacidade de campo.  No 28º dia após o semeio, as plantas foram submetidas ao estresse hídrico progressivo constituído por quatro períodos de tempo de estresse. Ao final de cada período, as plantas foram coletadas, separadas em raiz e parte aérea, ensacadas e postas para secar em estufa de ventilação forçada por 72 horas a 65 ºC. Em seguida foi determinada a massa seca das partes destacadas e a massa seca total em balança analítica de precisão (0,02g). Em seguida, foi determinada a relação massa seca total raiz. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x4x6 (plantas controle e sob estresse hídrico; Quatro períodos de estresse hídrico: 2, 4, 8 e 16 dias, e 6 repetições). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas a 5% pelo teste de Tukey. 

RESULTADOS:

Em todos os períodos de estresse, as plantas regadas se diferenciaram significativamente das plantas sob estresse, apresentando valores de massa seca total 19,61%, 39%, 39,18% e 58,95% superiores nos tempos de 2, 4, 8 e 16 dias de estresse hídrico. Em relação ao tempo de estresse, houve diferenças estatísticas entre as plantas controles, sendo as plantas controle do tratamento de 16 dias as que apresentaram maior valor para esta variável. Por outro lado, os tempos de estresse de 2 e 4 dias foram estatisticamente iguais entre si e diferentes dos tempos  8 e 16 que também não se diferenciaram significativamente entre si.

Verificando a relação parte aérea raiz, as plantas controle do tratamento de 4 dias foram estatisticamente superiores as plantas do tratamento de 2 dias de estresse, não diferenciando-se significativamente dos tratamentos de 8 e 16 dias de estresse. Estes dois tratamentos não apresentaram diferenças significativas em relação às plantas controle do período de 2 dias de estresse. Entre as plantas submetidas à restrição hídrica, somente houve diferenças significativas entre os tratamentos de 2 e 16 dias de estresse hídrico.

CONCLUSÃO:

O estresse hídrico aplicado reduziu a massa seca total das plantas sob estresse hídrico, assim como a relação entre parte aérea e raiz de plantas de feijão caupi.

 

Instituição de Fomento: UFRA
Palavras-chave: Massa seca total, relação parte aérea raiz, estresse hídrico.