61ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial |
A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NO ENSINO MÉDIO NO CONTEXTO DA ESCOLA PÚBLICA |
Adilene Maria Rondon 1 Rosa Oliveira Marins Azevedo 1 |
1. Escola Superior Batista do Amazonas - ESBAM |
INTRODUÇÃO: |
A discussão sobre a inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais vem conquistando muitos colaboradores, principalmente profissionais ligados a educação, que não têm poupado esforços em promover debates, palestras, seminários com a intenção de prestar esclarecimentos e subsidiar a comunidade escolar para que a participação das pessoas com necessidades especiais aconteça de fato. Por isso, nesta pesquisa procurou-se compreender como se dá a inclusão do aluno surdo no Ensino Médio de uma escola pública de Manaus. Para tanto, buscou-se conhecer como a escola recebe os alunos surdos e quais as possibilidades de participação social lhes são oferecidas, além de procurar conhecer as impressões desses alunos sobre a escola. Com isso pretendeu-se colaborar com as reflexões de todos aqueles que se interessam pela temática e mostrar as contribuições da escola no sentido possibilitar aos alunos surdos ampliarem sua compreensão de si mesmos e do mundo onde interagem. |
METODOLOGIA: |
O ponto de partida para a pesquisa é a contextualização acerca da história do surdo, desde a antiguidade até os dias atuais, dando enfoque à organização da população surda de Manaus, tendo como referências centrais Skiliar (1998) e Sá (1999 e 2002). Adotou-se a pesquisa qualitativa, pois permite maior mobilidade ao pesquisador e considera os enfoques dos sujeitos pesquisados, possibilitando a percepção dos fatos, do fenômeno e dos acontecimentos. As técnicas usadas para a coleta de dados foram a observação, a entrevista e o questionário. A sala de aula pesquisada era uma turma de Ensino Médio com trinta e cinco alunos. Desses, dez eram alunos surdos e vinte e cinco eram alunos ouvintes, sendo sujeitos da pesquisa todos os alunos ouvintes, dez alunos surdos, o intérprete de sala de aula e uma professora da turma. |
RESULTADOS: |
Percebeu-se que a inclusão é vista com naturalidade pela maioria dos alunos surdos, desde que tenha intérprete em sala. No entanto, para alguns alunos surdos, ainda é um pouco cedo ou até mesmo estranho se sentir à vontade e se perceber também como sujeitos que têm direitos iguais aos dos ouvintes de freqüentar os mesmos espaços. Quanto aos alunos ouvintes, disseram que achavam “normal” a convivência com os alunos surdos na sala de aula. No entanto, notou-se que não havia convivência entre os alunos surdos e ouvintes, na verdade eram dois grupos que ocupavam o mesmo espaço escolar. |
CONCLUSÃO: |
O que de fato constatou-se é que a despeito de toda discussão sobre a inclusão do aluno surdo no espaço educacional, notadamente indicada pela quantidade de debates, seminários e publicações em relação à temática, particularmente no aspecto educacional escolar, o que existe, de fato, é um grande despreparo da escola para receber o aluno surdo, dificultando, por certo, a sua interação no espaço escolar. Isso permite afirmar, considerando a realidade pesquisada, que a inclusão, entendida como a possibilidade de o aluno surdo ampliar sua compreensão de si mesmos e do mundo onde interage, está distante de se concretizar, pois falta um componente fundamental à escola que temos hoje: o respeito à diversidade e à cultura surda. |
Palavras-chave: Aluno Surdo, Inclusão, Ensino Médio. |