61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONTRIBUIÇÕES DE DANIEL GOLEMAN PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL.
Jusley Brito Matos 1
Leidiana Oliveira Borges 1
1. Universidade Federal do Pará - Faculdade de Educação
INTRODUÇÃO:

Este estudo teve como principal objetivo investigar teoricamente a obra “Inteligência emocional” de Daniel Goleman (2001). Uma teoria que está relacionada a habilidades de valorização de sentimentos, de aprender a conviver e identificar os mesmos, fortalecer a auto-estima, ser responsável pelas próprias necessidades emocionais e respeito mútuo pelos sentimentos dos outros. Com relação à Educação, o autor fala da importância de se “alfabetizar” as emoções desenvolvendo em pais, professores e alunos a competência de lidar com as habilidades citadas acima. Estes foram aspectos levados em consideração nesta pesquisa, a qual possibilitou uma reavaliação da educação, principalmente na área da educação infantil, por compreender que a base precisa de uma preparação interligada a todos os aspectos de vida da criança, inclusive o emocional, para que esta cresça e se torne um cidadão melhor em nossa sociedade. Para tanto, acreditamos que a inteligência emocional pode complementar o processo de ensino-aprendizagem infantil, como meio de estimular as “manifestações afetivas” das crianças e orientar o contexto das formas de expressões emocionais de maneira benéfica. Reconhecendo-se assim, os aspectos emocionais da inteligência em consonância ao cognitivo.

METODOLOGIA:

A realização desta pesquisa se deu no decorrer do ano de 2008, sendo a Pesquisa Bibliográfica a metodologia aplicada, a qual nos possibilitou um levantamento de dados para melhor entendimento da proposta não somente sobre as obras de Daniel Goleman (2001), mas também baseado na visão de autores que estudam a sua teoria e evidenciam (ou não) suas contribuições para o Ensino Infantil, tais como: Celso Antunes (2005), Michael Brearley (2004), Travis Bradberry; Jean Greaves (2007) e Cleomar Azevedo (2003). Nesse percurso, trabalhos acadêmicos que evidenciavam a temática da inteligência emocional também serviram com fontes de pesquisa. Esse estudo foi favorável, pois, aprimoramos a construção da pesquisa sobre a teoria proposta por Goleman, numa dinâmica que nos levou a (re) conhecer a raiz ou complemento de estudos de outros autores, apontando conjuntamente a necessidade da inserção de uma alfabetização emocional, e a partir de então tecermos possíveis sugestões de propostas para o desenvolvimento da mesma. Logo, o trabalho foi sistematizado levando em consideração as seguintes seções: Emoção: (re) conhecendo a competência emocional humana; Conhecendo a definição e teoria da inteligência emocional; Daniel Goleman e a Educação Infantil: suas contribuições.

RESULTADOS:

Mediante esta análise teórica da Inteligência Emocional de Daniel Goleman e de suas possíveis contribuições para a Educação Infantil, resultamos que o desenvolvimento de uma alfabetização das emoções na formação de cidadãos deve começar desde quando estes são ainda crianças. Essa é uma fase essencial, pois nela serão registradas juntamente com as (in) formações, também, várias emoções que auxiliarão na preparação da criança para toda sua vida. Compreendemos que é importante trabalhar o aspecto emocional também na sala de aula, onde atitudes diárias dos próprios alunos podem ser tomadas como uma situação de estudo para a compreensão dos mesmos. Para isso, o professor precisa ter sensibilidade e conhecimento do que vem a ser e como trabalhar nossas habilidades emocionais. Na educação infantil, esse novo caminho do ensino, conta significativamente para a construção do saber emocional e social da criança. Fazendo com que esta aprenda a conviver com situações de espera, de compartilhamento e a controlar o desejo de discutir, compreendendo as razões do outro. Ressaltamos, a idéia de que a alfabetização emocional pode não ser a solução para as problemáticas do ensino, mas se transmitida, poderá revelar diferenças em seus resultados, cotidianamente, na formação de seres “mais humanos”.

CONCLUSÃO:

Apesar de Goleman não ter escrito uma teoria totalmente voltada ao ensino, o estudo da mesma amplia a visão daqueles que se preocupam com o bem estar emocional humano, alcançando ambientes como a Educação Infantil e correspondendo com as perspectivas dos envolvidos – professores, alunos, pais e comunidade – em relação ao desenvolvimento de uma alfabetização emocional nesse contexto.             Assim, o que verificamos foi a necessidade de mediação das emoções no ensino infantil como facilitador também da internalização de conhecimentos. Tal proposta demonstra a entrada das emoções e da vida social dos alunos perpassando a construção do currículo escolar, explorando temáticas como: Valores, Coletividade, Solidariedade no desenvolvimento infantil. Além disso, as habilidades emocionais tornaram-se uma autocomplementação das atividades, em que alguns momentos da aula precisam ser guardados para a aplicação de uma proposta emocional. Isso favorecerá um ensino baseado no envolvimento do fazer-se em coletividade, com controle de impulsos e aquisição de habilidades emocionais. Logo, a maioria dos teóricos pesquisados, abordou que a razão em parceria com a emoção revela atitudes humanas mais sensatas, as quais dependem dessa relação de complementaridade, para o desenvolvimento dos sujeitos.

Palavras-chave: Inteligência Emocional, Habilidades, Educação Infantil.