61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
FAIXA ETÁRIA E PERIODICIDADE DE REALIZAÇÃO DA COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA EM MULHERES ATENDIDAS NO CENTRO DE PARTO NATURAL EM FORTALEZA, CE.
Paula Renata Amorim Lessa 1
Levânia Maria Benevides Dias 1
Thaís Marques Lima 1
Camila Félix Américo 2
Ana Karina Bezerra Pinheiro 3
Escolástica Rejane Ferreira Moura 4
1. Graduandos em Enfermagem-UFC/ Bolsistas do Programa de Educação Tutorial (PET)
2. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC)
3. Doutora em Enfermagem/Orientadora. Professora Adjunto III da UFC.
4. Doutora em Enfermagem/Orientadora. Professora Adjunto III/UFC. Pesquisadora CNPq
INTRODUÇÃO:

O Câncer do Colo do Útero (CCU) é a terceira neoplasia maligna mais comum entre mulheres, e a quarta causa de morte por câncer na população feminina. Tem maior prevalência entre a quarta e a sexta décadas de vida, de grande relevância epidemiológica. O CCU progride a partir de uma alteração pré-invasiva que evolui, em um período que varia de 10 a 20 anos, sendo passível de cura em todos os casos quando diagnosticado precocemente e tratadas às lesões precursoras. No Brasil, é preconizado que o exame colpocitopatológico (Papanicolaou) seja realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade ou mesmo antes desta faixa etária quando já tenham atividade sexual. Deve ser realizado anualmente e, após dois exames anuais consecutivos negativos, deverá ser realizado a cada três anos. Diante da importância de se realizar o exame em periodicidade e faixa etária preconizados, tendo em vista sua efetividade, objetivou-se verificar a freqüência de realização da colpocitologia oncótica, bem como a idade das mulheres atendidas no Centro de Parto Natural (CPN), em Fortaleza-CE.

METODOLOGIA:

Estudo descritivo, com abordagem quantitativa, realizado em um Centro de Parto Natural (CPN), vinculado a Universidade Federal do Ceará (UFC). A amostra foi composta por mulheres atendidas no CPN no período de abril a julho de 2008, totalizando 72 participantes sexualmente ativas. A coleta de dados ocorreu durante consulta de Enfermagem, quando foram pesquisados dados sociodemográficos (incluindo a idade) e a citopatológico. Os dados obtidos foram armazenados no programa Excel for Windows e analisados no software Statistical Package for Social Sciences for Personal Computer (SPSS-PC), versão 15.0, organizados em tabelas e discutidos de acordo com a literatura pertinente. Foram respeitados os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, conforme Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Este estudo é parte de um trabalho de conclusão de curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC).

RESULTADOS:

 A idade das 72 participantes da pesquisa variou entre 18 e 66 anos, sendo que 40 (55,9%) tinham idade inferior a 40 anos, 28 (39%) tinham entre 40 e 60 anos e 4 (5,6%) possuíam mais de 60anos, sendo a média de idade 37,63 anos. Nas mulheres com idade entre 40 e 60 anos o índice de não realização do exame, nos últimos três anos, foi de 13,8% e com mais de 60 anos o percentual foi de 50%. Estudos indicam que quando o exame colpocitológico é realizado em mulheres com idade entre 35 e 60 anos, este se mostra 30 vezes mais efetivo em detectar lesões cervicais potencialmente invasivas, do que se realizado em mulheres com 20 anos. Quanto à periodicidade, 38 (53%) realizavam o exame anualmente e 34 (47%) tinham periodicidade variada. Entretanto, 55 (76,4%) das participantes realizaram o exame nos últimos dois anos e já estavam novamente a realizá-lo, compreendendo mulheres com indicação ou não para o exame. Tal fato demonstra elevada procura dessa população pelo exame colpocitológico, todavia não obedecendo a uma periodicidade regular, em que parte deixa de realizar (aumentando as chances de um diagnóstico tardio) e outra parte o realiza desnecessariamente, aumentando o ônus para o Sistema Único de Saúde e dificultando o acesso daquelas que realmente necessitam do exame.

CONCLUSÃO:

Uma parte considerável das mulheres, ou seja, 28 (39%) possuía entre 40 e 60 anos de idade, demonstrando que, em parte, a população-alvo prioritária das estratégias de detecção precoce do CCU está sendo atingida e que participantes do estudo estão buscando a realização do exame. Observou-se, contudo, que mais da metade dessas mulheres, 40 (55,9%), possui idade inferior a 40 anos. Vê-se, desse modo, que é necessário investir na adesão de mulheres com mais de 40 anos ao exame de Papanicolaou. Além disso, constatou-se que a maioria das mulheres, 55 (76,4%), que já realizou dois ou mais exames colpocitológicos, realizam-no em intervalo inferior ao preconizado pelo Ministério da Saúde. Portanto, fazem-se necessárias campanhas de esclarecimento sobre a faixa etária de maior risco para o CCU e a adequada periodicidade de realização do exame de Papanicolaou, tendo o enfermeiro papel importante junto à comunidade, utilizando estratégias que, além de informar, promovam mudanças de comportamento por parte das mulheres no sentido de buscarem a realização do exame na periodicidade recomendada, particularmente aquelas com idade entre 40 e 60 anos, otimizando, pois, a oferta de serviço.

Instituição de Fomento: Secretaria de Ensino Superior - Programa de Educação Tutorial
Palavras-chave: Câncer de colo do útero, Exame Papanicolaou, Enfermagem em Saúde Pública.