O conceito qualidade de vida é um termo utilizado em duas vertentes: primeiro na linguagem cotidiana, pela população em geral, como jornalistas, políticos, profissionais de diversas áreas e gestores ligados às políticas públicas. O segundo seria o da pesquisa científica, em diferentes campos do saber, como economia, sociologia, educação, medicina, psicologia e demais especialidades da saúde. Sabe-se que, em meados da década de 70, a conceituação do termo qualidade de vida, segundo Campbell (1976), era definido como uma vaga e etérea entidade, algo sobre a qual muita gente fala, mas que ninguém sabe claramente o que é. Hoje, qualidade de vida é um termo empregado para descrever a qualidade das condições de vida levando em consideração fatores como a saúde, a educação, o bem-estar físico, psicológico, emocional e mental, etc. A qualidade de vida envolve também elementos não relacionados, como a família, amigos, emprego ou outras circunstâncias da vida. Assim, queremos demonstrar a importância do assunto em suas duas vertentes no âmbito escolar, visto que o mesmo não é tão estudado ou visado, e que qualidade de vida também é função da escola.

A metodologia utilizada para e efetivação da pesquisa sobre qualidade de vida nas escolas foi a pesquisa participante. Recorremos para a coleta de dados baseada na versão brasileira do questionário de qualidade de vida SF-36, que avalia oito domínios que variam desde a capacidade funcional até a saúde mental. Realizado em três turmas da 8ª série do ensino fundamental, sendo duas do turno da manhã e uma da tarde com duração de três dias na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Ulisses Guimarães localizada na cidade de Belém. Os questionários foram aplicados em 110 alunos, sendo 42 do sexo masculino e 68 do sexo feminino, com uma média de idade de 14,48 e 14,03 respectivamente. Entendemos que, diante da problemática envolvendo alto índice de sedentarismo, de doenças causadas pela falta de alimentação balanceada, de descuido consigo mesmo e estresse, a escola não pode fechar os olhos. Devemos também nos preocupar com a qualidade de vida dos nossos estudantes.

A partir da análise do Raw Scale dos questionários, foi feita a média do resultado de todas as turmas. Os valores analisados variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde 0 = pior e 100 = melhor para cada domínio sem apresentar unidade de medida no valor final. Para o domínio Capacidade Funcional, obtivemos uma média de 79,68; para Limitação por Aspectos Físicos, 62,27; para Dor, 68,89; para Estado Geral de Saúde, 62,61; para Vitalidade, 61,59; para Aspectos Sociais, 74,20; para Limitação por Aspectos Emocionais, 57,88; e para Saúde Mental, 70,73.

A escola é um espaço educacional que possibilita aos jovens, formas de se constituírem como futuros sujeitos integrados à sociedade na qual deverão assumir profissionalmente seus papéis sociais. Nesse sentido, analisamos a qualidade de vida em suas duas vertentes dentro deste contexto, o escolar, dando ênfase na importância de que a escola faz parte tanto positivamente quanto negativamente da qualidade de vida de seus alunos. Escolhemos analisar alunos da 8ª série do ensino fundamental devido este ano ser a porta de entrada de transição para o ensino médio. Procuramos contemplar no trabalho que devemos também nos preocupar com a qualidade de vida dos nossos estudantes, seja na alimentação, nas atividades físicas, no estresse, etc. Podemos concluir com este trabalho junto aos alunos a importância de se tratar da qualidade de vida nas escolas, pois devido aos resultados constatamos que essa preocupação e importância principalmente na faixa etária trabalhada, ainda é pouco valorizada, tanto pelos alunos quanto por profissionais, pois os alunos já trazem consigo uma carga enorme de trabalho e uma realidade de vida difícil.