61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
RESISTÊNCIA NATURAL DE MADEIRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL FRENTE AO ATAQUE DE FUNGOS APODRECEDORES DE MADEIRA.
Adriana da Silva Nunes 1
Luiz Paulo Batista de Souza 1
Naimy Farias de Castro 1
1. Universidade do Estado do Amazonas/UEA
INTRODUÇÃO:
A madeira, por suas propriedades é amplamente utilizada em construções, móveis e outros fins, por apresentar boa resistência mecânica, renovável, com variedades de cores e texturas. Sendo um material orgânico, enfrenta dificuldades com a ação dos agentes químicos, físicos ou biológicos que provocam variados níveis de deterioração e perdas irreparáveis. A maior perda econômica resulta da ação de microrganismos, como os fungos, que causam diversas formas de podridão, sem diferenciar o tipo e utilização da madeira como alvo de ataque, além disso, a madeira apresenta resistência natural à deterioração, porém, em função da freqüência e da importância econômica, a resistência natural normalmente está associada a agentes biológicos. A madeira é uma fonte de carbono rica em calorias, que apresenta a desvantagem de ser altamente insolúvel, devido ao alto grau de polimerização de seus constituintes. Estudos sobre organismos xilófagos fazem-se necessários para o conhecimento de sua morfologia, fisiologia e potencialidade para as atividades humanas, bem como para o ambiente, na conservação da madeira ou uso biotecnológico. Dessa forma este trabalho teve como objetivo realizar testes de resistência natural da madeira de uso comercial da cidade de Parintins-Am, com diferentes fungos xilófagos.
METODOLOGIA:
Foram utilizadas cinco amostras de fungos da classe dos Basidiomicetos, posteriormente codificados como FX1, FX2, FX3, DSM1 e DSM2, os quais foram purificados em meio de cultura em condições laboratoriais para posterior realização do bioensaio com cavacos de madeira (Simarouba amara Aubl ¬-¬ Marupá) coletada em serrarias da cidade de Parintins. Foram confeccionados diversos cavacos, mensurando sua massa e volume inicial para posterior comparação após realização do bioensaio. Os cavacos foram inoculados e incubados por um período de trinta dias em temperatura ambiente com o objetivo de induzir o ataque dos fungos para se analisar o nível de resistência da madeira. Atingidos os trinta dias os cavacos foram retirados dos inóculos, lavados em água corrente, autoclavados e submetidos à secagem para a eliminação do excesso de água e das hifas, por fim foram computadas as perdas de massa e volume comparando-se aos valores iniciais.
RESULTADOS:
Para as cinco amostras de fungo utilizadas houve variação percentual na deterioração de massa dos cavacos, onde aqueles inoculados com os fungos FX1 e DSM2 (aproximadamente 3,7%) apresentaram um nível de ataque muito baixo, comparado com os demais. Os cavacos inoculados com os fungos FX2, FX3 e DSM1 (aproximadamente 11,61%) apresentaram melhor nível de degradação, isso mostra a agressividade que algumas espécies podem apresentar, podendo danificar uma peça de madeira, se as condições forem favoráveis. Portanto, o conhecimento dos mecanismos de deterioração de uma peça de madeira como forma de tratamento preventivo, pode trazer grandes benefícios para evitar a deterioração de uma peça em serviço, diminuindo os custos de manutenção, além de conhecer a resistência natural de madeiras Amazônicas e o comportamento de fungos xilófagos no processo de degradação.
CONCLUSÃO:
A madeira utilizada no teste, naturalmente, apresenta baixa resistência ao ataque de fungos xilófagos, No período de trinta dias os fungos desenvolveram mecanismos de nutrição, utilizando como fonte de carbono os cavacos de madeira para sobrevivência em condições de laboratório, produzindo enzimas específicas capazes de degradar polímeros presentes na madeira. Os fungos FX2, FX3 e DSM1 apresentaram maiores percentuais de deterioração (aproximadamente 11,61%), mostrando a agressão e malefícios que algumas espécies fúngicas podem apresentar, podendo comprometer instrumentos, móveis e outros produtos de madeira, se as condições forem adequadas para o seu desenvolvimento. É possível que as diferentes espécies de madeira, possam apresentar diferentes níveis de resistência ao ataque de fungos, devido ter em sua composição polímeros e compostos orgânicos que dificultem e/ou facilitem o ataque de agentes deterioradores.
Instituição de Fomento: FAPEAM
Palavras-chave: Madeira, Fungos Xilófagos , Deterioração.