61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
OCUPAÇÃO E USO DA TERRA: FATORES DETERMINANTES DA PREVALÊNCIA DE MALÁRIA NO DISTRITO DO CARVÃO, MAZAGÃO-AP
Rodrigo Márcio Gomes Monteiro 1
Rosemary Ferreira de Andrade 2
José Leir Santos Souza 1
Raulan Baia da Silva 1
1. Escola Família Agroextrativista do Carvão/EFAC
2. Universidade Federal do Amapá/UNIFAP
INTRODUÇÃO:
A malária ainda continua sendo considerada uma das principais doenças infecciosas existentes no mundo. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revela a ocorrência de cerca de 500 milhões de casos anuais, nas regiões tropicais, onde a cada ano, de 100 a 150 milhões de pessoas adquirem a enfermidade. De acordo com a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, o Brasil registrou 388 mil novos casos e 98 mortes em decorrência da malária em 2001. Mediante a gravidade desse quadro epidemiológico, foram implantadas políticas públicas e ações voltadas para a redução. No entanto, apesar dos resultados obtidos, a redução alcançada não foi suficiente para um controle efetivo da endemia. O Ministério da Saúde através da Vigilância em Saúde destaca a que a incidência na Amazônia continua elevada o que prejudica o nível de vida da população e o desenvolvimento socioeconômico da região. Nesse contexto, direcionou-se o estudo para o Estado do Amapá, mais especificamente para o Distrito do Carvão, município de Mazagão, uma vez que o mesmo é considerado área de alto risco na endemia, com Incidência Parasitária Anual (IPA) acima 49,9 casos por mil habitantes.
METODOLOGIA:
Foi feito um estudo descritivo-explorátorio sobre os dados adquiridos no SISMAL, SIVEP, FUNASA-Mz e nas entrevistas in loco na comunidade. Os resultados apresentados foram analisados/comparados em forma de gráficos de avaliação no programa Excel.
RESULTADOS:
Pelos resultados do estudo constatou-se que 71,8% da população referiram ter tido malária e 28,2% não. Desses, 68% tiveram de um a três episódios, e 17,5% de quatro a cinco vezes. Pela distribuição da amostra por espécie de parasito, tem-se que 46,8% tiveram malária por P. falciparum, 35,5% por P. vivax e 17,7% por falciparum e vivax. Quanto à atividade ocupacional, verificou-se pelos resultados a predominância de pessoas envolvidas com atividades na agricultura e extrativismo. Ou seja, são pessoas que adentram as matas para extração da madeira, caça e pesca. Dessa maneira acabam se expondo em adquirir a endemia.
CONCLUSÃO:
As "paisagens da malária" no Distrito do Carvão são determinadas pelas diversas interações entre as práticas de uso da terra, o comportamento humano, os elementos físicos e biológicos do meio natural e as transformações nele causadas pela intervenção humana. O resultado final da conjugação desses fatores biológicos, comportamentais e geográficos será a incidência maior ou menor da malária, nos diferentes grupos expostos, bem como a maior ou menor estabilidade da transmissão e a gravidade da doença.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPQ; Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia do Amapá/SETEC
Palavras-chave: Distrito do Carvão, Malária, Epidemiologia.