61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 4. Genética Molecular
IDENTIFICAÇÃO DE GENES ENVOLVIDOS NA BIOSSÍNTESE DE TERPENOS EM PAU-ROSA: POTENCIAIS FERREMENTAS BIOTECNOLÓGICA PARA ENGENHARIA METABÓLICA DA SÍNTESE DE TERPENOS EM PLANTAS
Jorlana Catrine Corrêa Ferreira 1
Enilda Marta Carneiro de Lima Melo 1
Luis Antônio Serrão Contim 1
1. Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Centro Universitário Nilton Lins, CUNL
INTRODUÇÃO:

Muitas espécies pertencentes à família Lauraceae são aromáticas, dentre elas o pau-rosa (Aniba rosaeodora). O Óleo essencial de pau-rosa apresenta alta complexidade química, rico em terpenos, principalmente o linalol (SIANI et al., 2002).  Os terpenos são o mais diverso conjunto de produtos naturais conhecidos e estão envolvidos em rotas de sinalização química e defesa contra patógenos e pragas (CARDOSO, 2004), o que tem levado ao isolamento de enzimas envolvidas na sua biossíntese em diversas espécies para uso em engenharia metabólica em plantas. A biossíntese de terpenos ocorre a partir de metabólitos primários em pelo menos duas rotas distintas, a rota citoplasmática do ácido mevalônico e a rota biossintética plastídica. Essas duas rotas têm sido elucidadas em plantas e microrganismos, e os genes que codificam as enzimas de ambas as rotas tem sido identificados (RODRIGUEZ-CONCEPICION AND BORONAT, 2002; LANGE AND GHASSEMIAN, 2003). Considerando a alta eficiência do pau-rosa na biossíntese de terpenos, o presente trabalho tem como objetivo principal identificar genes envolvidos nesta rota em pau-rosa.

METODOLOGIA:

Folhas jovens de pau-rosa (Aniba roseadora Ducke), cultivadas no Horto de Plantas medicinais do Centro Universitário Nilton Lins, foram coletadas e o DNA genômico extraído, utilizando-se o método CTAB (brometo de cetitrimetilamonia) modificado. Oligonucleotídeos degenerados foram desenhados a partir de sequências de genes envolvidos na biossíntese de terpenos em plantas e foram utilizados na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para a amplificação de fragmentos homólogos em pau-rosa. Os fragmentos correspondentes a cada combinação de oligonucleotídeos foi separado em gel de agarose e corados com brometo de etídeo. Os fragmentos individuais foram excisados do gel, purificados com o auxílio do “Wizard SV Gem and PCR Clean-Up System” (Promega Corporation) e posteriomente clonados no vetor pGEM-T Easy (Promega Corporation). Os fragmentos clonados foram sequenciados e suas sequências comparadas com outras sequências de genes envolvidos na biossíntese de terpenos em plantas depositadas em banco de sequências internacional (NCBI).

RESULTADOS:

Um total de 28 fragmentos foram amplificados pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), sendo que 14 deles foram clonados no vetor pGEM-T Easy (Promega) e utilizados na transformação de E. coli DH5α.  Os fragmentos clonados foram sequenciados e suas sequências comparadas com outras sequências de genes envolvidos na biossíntese de terpenos em plantas depositadas em banco de sequências internacional (NCBI). A seqüência do clone pNL005 apresentou 66% de homologia com a seqüência de aminoácidos da proteína tipo cinase MAP3K de Arabdopsis thaliana  e com outras proteínas cinases de outras espécies vegetais. A seqüência de aminoácidos obtida a partir do clone pNL005 foi alinhada com as seqüências de MAP-cinases de outras espécies, utilizando-se a ferramenta de alinhamento múltiplo Clustaw Bioedit (www.bioedit.com).

CONCLUSÃO:

As seqüências dos fragmentos foram determinadas e contrastadas com as seqüências depositadas no GenBank. Nenhum dos fragmentos apresentou homologia com outros genes envolvidos na biossíntese de terpenos em plantas, mas o clone pNL005 apresentou homologia significativa com o gene MAP3-cinase de A. thaliana e com outras MAP-cinases depositadas no GenBank. Novas metodologias, entre elas a construção e o sequenciamento de uma biblioteca de cDNAs serão necessárias para este objetivo.

Instituição de Fomento: CNPq/CT-Amazônia e FAPEAM.
Palavras-chave: Terpenos, Biotecnologia, Lauraceae.