61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
DIAGNÓSTICO PARA IMPLANTAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO FLORESTAL DO TERRITÓRIO DE INTEGRAÇÃO XINGU.  
Israel Alves de Oliveira 1
Oziane Gomes Borges 2, 3
Regina Maria de Moraes Oliveira 2
Miguel Alves Júnior 2
João Batista Uchoa Pereira 3
Anderson Borges Serra 2, 3, 4
1. Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará - IDEFLOR.
2. Universidade Federal do Pará - UFPA.
3. Secretaria de Estado de Agricultura do Pará - SAGRI.
4. Prof. Msc. Colegiado de Engenharia Florestal da UFPA- Orientador.
INTRODUÇÃO:

 O propósito deste trabalho é apresentar a demanda por essências agroflorestais a serem incorporadas no território de integração Xingu, através do Programa de Restauração Florestal do Governo do Estado do Pará, com meta de um Bilhão de árvores. A legislação florestal na Amazônia legal passou de 50 para 80% a área de reserva legal, MP 2.166-68/2001, obrigando os proprietários de imóveis rurais a recomporem suas áreas destinadas à reserva legal, haja vista que no período de colonização impetrado pelo Governo Federal na década de 70, os proprietários rurais desmataram uma área de floresta superior a 20%, gerando um passivo ambiental segundo a legislação atual. Outros elementos também contribuíram para o desmatamento na região, destacando a exploração ilegal de floresta para madeireiras e projetos agropecuários, financiados pelo Governo Federal, substituindo florestas por pastagens. A construção do arranjo Produtivo local (APL) florestal contribuirá na promoção do reflorestamento em áreas alteradas. O território possui dez municípios ocupando uma área de 250.791,94 km². As florestas ocupam (65,3%), as pastagens (24,6%) sendo as áreas com o maior índice de degradação e as demais culturas (6,4%), Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (FVPP-2006).

METODOLOGIA:

 

O levantamento da demanda por essências florestais na região do Xingu, foi efetuado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal – IDEFLOR. Foram realizadas reuniões e entrevistas semi-estruturadas com organizações de produtores rurais e instituições do poder público que desenvolvem ações de desenvolvimento rural, totalizando 15 organizações e 8 instituições, com média de 40 pessoas por município, no período de 20 de janeiro a 20 de março de 2009. Durante o mesmo período dessa pesquisa, organizou-se um levantamento da capacidade instalada de produção de mudas de essências florestais e árvores frutíferas de culturas perenes, a serem articuladas para execução do Programa um Bilhão de árvores. Foram feitas visitas técnicas nos principais viveiros de produção de mudas nos municípios e elaboração de uma relação dos demais viveiros conduzidos por organizações de produtores, instituições de fomento à produção rural, viveiros de empresas e proprietários rurais que comercializam mudas e sementes na região. Além das informações das lideranças foram utilizados dados secundários e avaliação in loco das áreas mais críticas com impacto ambiental no território.

 

RESULTADOS:

 

A demanda levantada está distribuída da seguinte forma: 12.000.000 de mudas de cacau consorciadas com 500.000 mudas de essências florestais, recompondo uma área degradada de 12.000 ha, e mais 5.800.000 mudas agroflorestais que serão plantadas na recomposição de 5.800 ha de APPs, RLs e áreas de uso alternativo do solo. A estratégia para produção das mudas foi apoiar aos viveiros existentes, revitalizando as estruturas inativas e construindo novos viveiros em pontos estratégicos. Constatou a existência de 19 viveiros ativos com capacidade de produção de 1.870.000 mudas e 18 viveiros inativos com capacidade para produção de 2.745.000 mudas necessitando ainda da construção de 48 novos viveiros para produção de 13.645.000 mudas, distribuídas nas comunidades, somando uma quantidade de 18.300.000 mudas agroflorestais, restaurando 17.800 ha. O território possui capacidade suficiente para fornecer sementes, necessitando apenas de mão de obra especializada para suprir a deficiência de coleta. Foram realizados pelo IDEFLOR dois cursos de formação de coletores e multiplicadores de sementes e mudas florestais, certificando 60 produtores no território para fornecimento de sementes.

 

CONCLUSÃO:

 

O encaminhamento para implantação das 17.800 ha, de reflorestamento no próximo calendário agrícola (2009/2010), priorizará a regeneração da mata ciliar dos igarapés,por serem as aréas com maior impacto ambiental, causado pela erosão em processo de voçorocas seguido pelas demais APPs e as RLs, desta forma esperamos que a médio e longo prazo teremos os igarapés do território revitalizados e as RLs produzindo matéria prima para fomentar as indústrias de beneficiamento de produtos florestais, diminuindo a pressão sobre as áreas de florestas nativas. Estas iniciativas são promissoras, para o início de um novo momento que marca a transição da degradação para a regeneração dos recursos naturais na Amazônia, em especial no território de Integração Xingu, regularizando as propriedades na legislação ambiental vigente. Foi verificado que o território possui capacidade de produzir sementes e mudas de essências florestais nativas, e que estas poderão ser produzidas em parcerias públicas privadas potencializando os objetivos da pesquisa.

 

 

Instituição de Fomento: Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará – IDEFLOR
Palavras-chave: Reflorestamento, Território de Integração Xingu, Um Bilhão de Árvores.