61ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 6. Geoquímica |
MERCÚRIO NOS SEDIMENTOS ALUVIAIS E DE CORRENTE DO RIO CARANGOLA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO. |
Marilu de Meneses Silva 1 Gustavo Teixeira de Andrade 2 |
1. DMPI, FGEL, UERJ 2. IGEOG, UERJ |
INTRODUÇÃO: |
Nos primeiros anos de 1980 quando houve a elevação da cotação do ouro no mercado internacional, registrou-se no Estado do Rio de Janeiro o início da exploração do ouro de aluviões que ocorreu primeiramente no Rio Carangola, na Região Noroeste Fluminense. Posteriormente, os garimpos de ouro espalharam-se até os anos 90, ao longo do Rio Paraíba do Sul e de seus afluentes e subafluentes da sua margem esquerda. Em virtude do desmatamento, da caça e pesca predatórias, assoreamento dos rios e a contaminação da biota e do homem por mercúrio esta atividade foi considerada ilegal pelo o governo do estado desde 1987 (FEEMA, 1989). O mercúrio pode sofrer alterações químicas quando exposto ao ambiente natural, apresentando vários níveis de toxicidade para os organismos vivos (LACERDA, 1991). Esta pesquisa referente à Geoquímica Ambiental teve como objetivos determinar os parâmetros físico-químicos das águas do rio pesquisado, as concentrações totais e parciais do mercúrio nos sedimentos das planícies aluviais e nos sedimentos de corrente e de conhecer o grau de disponibilidade deste metal para a biota e consequentemente para o homem, através da cadeia alimentar, contribuindo assim, no fornecimento de subsídios para o planejamento e gestão ambiental. |
METODOLOGIA: |
No campo, durante a coleta de sedimentos foram analisadas in situ as águas do Rio Carangola com relação ao pH, temperatura, condutividade elétrica (CE) e condições de óxido-redução (Eh), utilizando equipamentos portáteis específicos da marca DIGIMED. A coleta dos sedimentos aluviais e de corrente foi feita em três estações de amostragem ao longo do Rio Carangola, que compreende desde a fronteira com os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo até sua foz no Rio Muriaé, próximo à cidade de Itaperuna. No laboratório esses sedimentos foram peneirados o úmido em malha de |
RESULTADOS: |
As águas do Carangola apresentaram-se ligeiramente ácidas (pH entre 6,5 e 6,7), valores estes normalmente encontrados nos rios |
CONCLUSÃO: |
Os teores do mercúrio total no Rio Carangola encontram-se dentro da faixa do background considerado para a região. Este mercúrio detectado, na sua maior parte, estava inerte (fase residual) e potencialmente disponível (fase oxidável) portanto encontravam-se preso em sítios geoquímicos estáveis. Essa fase residual indica a existência de uma contribuição da litologia regional com teores de mercúrio natural. Os resultados obtidos mostraram que atualmente a área da microbacia do Rio Carangola apresentou-se pouco impactada pelos garimpos de ouro. Contudo, devido à constatação da existência de áreas contaminadas na bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul recomenda-se um estudo sobre os peixes consumidos pela população local, tendo em vista as características do mercúrio de poder metilar-se e entrar na cadeia alimentar. |
Instituição de Fomento: FAPERJ/FAP-UERJ |
Palavras-chave: Mercúrio, Rio Carangola, Estado do Rio de Janeiro. |