61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
DESENVOLVIMENTO DA TECA (Tectona grandis) EM DIFERENTES CONSÓRCIOS COM ESPÉCIES NATIVAS DA AMAZÔNIA.
Oziane Gomes Borges 2
Israel Alves de Oliveira 1, 3
Regina Maria de Moraes Oliveira 3
Miguel Alves Júnior 2
Mércia Maria Torres e Silva 2
Djair Alves Moreira 2, 4
1. Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará - IDEFLOR
2. Universidade Federal do Pará - UFPA
3. Associação das Indústrias Madeireiras de Altamira
4. Prof. Dr. Adjunto Colegiado de Ciências Agrárias e Agronomia - Orientador
INTRODUÇÃO:

As áreas alteradas na Região Norte somam aproximadamente 20 milhões de hectares, no Estado do Pará especialmente no território de integração Xingu a maioria das propriedades possui passivo ambiental devido à supressão de vegetação em áreas de preservação permanente (APP) e reserva legal (RL), estas áreas em sua maioria estão improdutivas, necessitando de alternativas economicamente viáveis para recomposição das APPs e RLs. Com este objetivo realizou-se um experimento envolvendo espécies nativas e uma exótica de alto valor econômico para o reflorestamento com plantio em consórcio. Neste trabalho avaliou-se o comportamento da Teca (Tectona grandis), em relação à adaptação e desenvolvimento na Região, uma vez que ainda não existem coeficientes técnicos para fornecer informações, apoiar políticas públicas para incentivar ou inibir a disseminação desta espécie exótica e observar seu desempenho em monocultivo e consórcio. As nativas testadas foram: Paricá (Shizolobium amazonicum Humber), Jatobá (Himinaea courbaril) e Ipê roxo (Tabebuia heptaphylla). Os resultados contribuem para a construção de um referencial teórico local, para orientar os silvicultores, na recuperação das áreas degradadas com reflorestamento economicamente viável, em suas propriedades.

METODOLOGIA:

O experimento foi desenvolvido na área de reflorestamento da Fazenda São Sebastião, propriedade da Associação das Indústrias Madeireira de Altamira (AIMAT). Localizado na rodovia Magalhães Barata, km 28, nas coordenadas geográficas S 02º59’37.6” W 052º15’25.1” no município de Altamira - PA. Os tratamentos foram demarcados através de sorteio nas quadras de um plantio de 155.000 plantas, em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), em blocos de 40 x 24m somando 960m² cada, com espaçamento 3 x 2m totalizando 160 plantas por quadra, sendo: 80 plantas de Teca e 80 das nativas consorciadas, constituídos por quatro tratamentos e 80 repetições. Os tratamentos foram constituídos de: Teca x Paricá (1); Teca x Jatobá (2); Teca x Ipê (3) e Teca x Teca (4), sendo este último à testemunha para estabelecer os contrastes entre os consórcios e a comparação do desenvolvimento. O plantio foi realizado em fevereiro de 2004. A avaliação do desenvolvimento consistiu da medida do Diâmetro na Altura do Peito (DAP), Altura total (Ht), Taxa de Sobrevivência (ts), Volume de Planta (vp), Volume Total (vt) e Incremento Médio Anual (IMA). As árvores foram avaliadas aos 36 meses e a análise estatística foi realizada pelos testes de Tukey e DUNNETT BILATERAL a 0,05 de probabilidade.

RESULTADOS:

Os consórcios apresentaram três grupos no desenvolvimento em Ht: (A), tratamento (1), obteve o melhor desenvolvimento, seguido do (B), tratamento (4); e o grupo (C) tratamentos (2 e 3), com o menor desempenho. O desenvolvimento em DAP apresentou dois grupos: (A), tratamento (1) e (B,C), consórcios (2, 3 e 4). O consórcio (1) ts 96%, apresentou resultados superiores em Ht, DAP com vt de 25,12m³/ha. Já o (2) ts 86,5% e (3) ts 88% obtiveram menores volumes: 8,37 e 7,86m3/ha, respectivamente o (4), ts 92% e vt de 14,6m³/ha; sendo compatível com outras regiões produtoras do Brasil e do mundo. Em Cárceres, MT. A produtividade foi de 10 à 15m³/ha Veit (1996). Costa Rica 15m³/ha Schmincke (2000). Indonésia 14,4m³/ha, Malásia 10 à 18m³/ha (KRISHNAPILLAY, 2000). Os valores do DAP (7,34), Ht (8,67) e (Vp) (0,0170m³/há), foram superiores aos de Macedo et al. (2005), avaliado aos 36 meses em Paracatu, MG. DAP (3,7cm) e Ht. (3,1m), ts (69,5 %) e Vp (0,0012m³). O IMA no experimento foi de 9.395m³/ha-¹, e nos tratamentos: 5.239m³/ha-¹ (3); 17.031m³/ha-¹ (1); 5.577m³/ha-¹ (2) e 9.734m³/ha-¹ (4), superior aos encontrados em Minas Gerais 2,000m³/ha-¹ano-1 Macedo et al. (2003), em Mato Grosso 11,92m³/ha-¹ano-1 Passos et al. (2000) e no Acre 10,304 a 13,743m³/ha-¹ano-1. Figueiredo (2005).

CONCLUSÃO:

Nos quatro tratamentos a Teca apresentou potencial de adaptação, apesar das diferenças encontradas no desenvolvimento de cada consórcio. Com base nos resultados, o consórcio mais indicado para cultivo na região foi o tratamento (1) Teca x Jatobá, por apresentar maior desenvolvimento em DAP, Ht, ts, vp, IMA , volume total de madeira e melhor arranjo das plantas para proteção do solo.

 

Instituição de Fomento: Secretaria de Estado de Agricultura do Pará – SAGRI.
Palavras-chave: Teca, Reflorestamento, Consórcio.