61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA E ANATÔMICA DE ESPÉCIES ARBÓREAS COMERCIALIZADAS NA FAZENDA ÁGUA AZUL I, BREU BRANCO, PA.
Simone Marinho de Oliveira 1
João Olegário Pereira de Carvalho 2
Silvia Maria Alves da Silva 3
1. Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
2. Embrapa Amazônia Oriental
3. Izabel Madeiras do Brasil
INTRODUÇÃO:
Na Amazônia brasileira, a nomenclatura popular é bastante utilizada para a comercialização de madeira. Esse fato torna-se preocupante, visto que não há uma padronização que associe um nome popular a um nome científico, havendo duas ou mais espécies conhecidas por um único nome científico, ou uma única espécie conhecida por mais de um nome popular. Esse fato causa confusão, pois o uso da nomenclatura popular em detrimento à científica pode levar a erros sérios dos pontos de vista comercial, visto que cada espécie possui características morfológicas, fisiológicas e ecológicas peculiares que lhe conferem diferentes propriedades físicas e mecânicas. O estudo anatômico da madeira é de comprovada relevância para o conhecimento das espécies madeireiras e para elaboração de chaves capazes de subsidiar a identificação, sendo extremamente útil nos inventários florestais, nos quais freqüentemente o material é estéril ou incompleto. A fim de contribuir com a identificação científica, foi desenvolvido um estudo de espécies comercialmente exploradas, ocorrentes na Fazenda Água Azul I, no município de Breu Branco, Pará, abordando características morfológicas e anatômicas.
METODOLOGIA:
Foram realizadas três viagens à área de estudo, a primeira em julho de 2005,quando foram coletados dados na Unidade de Produção Anual-UPA 2003 (Unidade de Trabalho- UT 06, 22 e 25), a segunda em outubro do mesmo ano, quando foram coletadas dados na UPA 2004 (UT 08 e 09) e a terceira em julho de 2008, quando foram coletados dados na UPA 2007 (UT 06). As amostras de material botânico e de madeira foram coletados, aleatoriamente, de indivíduos que estavam sendo derrubados para colheita de madeira. O material botânico foi coletado tanto de indivíduos férteis como de estéreis. De cada indivíduo fértil, foram coletadas 5 amostras contendo folhas, flores e/ ou frutos, enquanto que, de indivíduos estéreis,foram coletadas apenas 3 amostras. O material foi transportado do campo para o acampamento da empresa, onde as amostras foram prensadas e borrifadas com álcool, com o objetivo conservá-las até chegarem ao laboratório da Embrapa. No laboratório, as amostras foram desidratadas em estufa elétrica a 65°C, durante 7 dias (de 08:00 as 17:00 horas) e posteriormente procedeu-se a identificação botânica, utilizando-se chaves de identificação e comparação com materiais herborizados do acervo do Herbário IAN da Embrapa Amazônia Oriental. Com as amostras foram preparadas exsicatas, as quais estão registradas e depositadas no próprio herbário.
RESULTADOS:
Das 62 espécies coletadas, cuja a madeira é colhida e comercializada pela empresa, apenas 8 não foram identificadas por completo, ou seja, a identificação chegou ao nível de gênero: Astronium (muiracatiara), Balízia (escorrega-macaco), Byrsonima (murici), Coussapoa (cousapoa), Ocotea (louro-preto), Peltogyne (roxinho), Simaba (maruparana) e Terminalia (mirindiba). Enquanto que as outras espécies tiveram sua identificação completa, gênero e espécies. Dentre essas estão: Bombax longipedicellatum, Brosimum parinarioides, Parkia pendula, Tachigali myrmecophila, Pouteria oppositifolia, Bagassa guianensis, Manilkara paraensis, Jacaranda copaia, Alexa grandiflora, Vantanea guianensis, Bowdichia nítida, Lecythis pisonis, Dipteryx odorata, Enterolobium schomburgkii, Caryocar glabrum, Laetia procera, Virola michelii, Cordia goeldiana, Dinizia excelsa, Anacardium giganteum, Pouteria oppositifolia, entre outras.
CONCLUSÃO:
A identificação científica das espécies arbóreas de madeira comercial identificadas cientificamente resultou à empresa uma classificação em grupos de comercialização e um banco de dados sobre botânica, anatomia e usos das espécies arbóreas, o que ira auxiliar na comercialização da madeira de espécies aparentemente idênticas, visto que a secagem, trabalhabilidade e durabilidade são inerentes às espécies.
Instituição de Fomento: EMBRAPA; UFRA; IZABEL MADEIRAS DO BRASIL
Palavras-chave: Manejo de florestas naturais, Identificação científica, Espécies amazônicas.