Discute a eficiência do sistema público de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) do Estado do Amazonas na geração de processos que levem à melhoria das condições socioeconômicas para Agricultores Familiares. Para tanto, toma como parâmetro de eficiência do sistema sua capacidade de articular aspectos endógenos de cada localidade com elementos externos que os potencializem, na perspectiva de elevar o padrão de vida das populações rurais, considerando os diversos aspectos da sustentabilidade. Aborda as relações das políticas públicas de ATER com a Agricultura Familiar e faz a caracterização do sistema de assistência técnica no Estado, especialmente referente à atuação do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Estado do Amazonas (IDAM), órgão oficialmente constituído para a prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural no Estado. Demonstra que a via da ATER é de suma importância para a viabilização de políticas de desenvolvimento socioeconômico no campo, mas que a falta de um plano estratégico amplo e participativo de desenvolvimento local e regional, que leve em conta o conhecimento sobre as condições socioeconômicas e culturais, prejudica sua eficácia e, por vezes, acarreta resultados adversos.

A pesquisa indica que o sistema de ATER no Amazonas é composto por grande número de entidades, tanto governamentais quanto não governamentais. Entre estas instituições existe pouca articulação, o que causa má alocação dos recursos e eleva a proporção dos gastos administrativos em relação ao montante aplicado.  As principais instituições não dispõem de estudos socioeconômicos para orientar e coordenar as ações. Assim, apesar da abrangência do sistema público de ATER ter sido ampliada significativamente, estando presente hoje em todos os municípios do Estado, na prática ele não é valorizado por sua importância em si, mas apenas como estrutura que viabiliza ações pontuais. Estas ações, por sua vez, quase nunca estão associadas a um plano estratégico de desenvolvimento local e/ou regional. Em conseqüência, inúmeras vezes a estrutura pública de ATER acaba a reboque de interesses particulares. Não obstante a todos estes problemas, a assistência técnica continua a ter grande importante como política pública para o ambiente rural.