61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
MEDIANA DE ALEITAMENTO MATERNO ENTRE FAMÍLIAS RESIDENTES NA ÁREA DE COBERTURA DO CS PERSEU.
Camila Turchetti Bacan 1
Semíramis Martins Álvares Domene 2
1. PUC-Campinas – estudante de graduação da Faculdade de Nutrição
2. Profª. Drª. – Faculdade de Nutrição PUC-Campinas – Orientador
INTRODUÇÃO:

O aleitamento materno é uma das estratégias de prevenção aos agravos à saúde infantil mais bem sucedidas no conjunto de ações básicas de saúde. Os benefícios, advindos do aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida são incontestáveis. Em Campinas, há grande variabilidade quanto à duração e às modalidades de aleitamento, e sabe-se que a prevalência de desnutrição no primeiro ano de vida é maior em regiões de pobreza. O Distrito Noroeste do município é classificado como de baixo índice de qualidade de vida.

METODOLOGIA:

Após aprovação por parte do Comitê de Ética em Pesquisa, o projeto se iniciou por reunião com a equipe do Centro de Saúde Perseu Leite de Barros – CS, após aprovação por parte da Secretaria de Saúde do projeto PSF-Nutri, ao qual se integra este trabalho. De acordo com a agenda de atendimentos regulares do serviço, foi preparada uma escala de trabalho para aplicação de questionário às mães durante o período em que aguardam sua consulta. Foi estabelecida a amostra adequada para alcançar um nível de confiança de 5%. Não integraram a amostra os indivíduos que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS:

Foram entrevistadas mães de 168 crianças com idade de 0 a 6 anos sendo 84 meninos (50,6%) e 82 meninas (49,4%), amostradas aleatoriamente entre aquelas atendidas pelo CS Perseu Leite de Barros, das quais 87% apresentavam mais de 5 anos de escolaridade; 98,8% realizaram o pré-natal, com 93,2% tendo comparecido a mais de 6 consultas. A renda média das famílias foi de 2,8 ± 2,4 SM. O peso médio ao nascer foi de 3.109,7 ± 538,2g, e houve 12,4 % de crianças com baixo peso ao nascer. A duração média do aleitamento exclusivo foi 3,3 ± 2,1 meses e a mediana de 3,0 meses; apenas 8 crianças não foram amamentadas (4,76%). Não houve associação significante entre o tempo de aleitamento materno exclusivo e o número de consultas pré-natal, a escolaridade materna, a renda familiar, o tipo de parto, e se criança ficou ou não em alojamento conjunto (p > 0,05); a variável comprimento ao nascimento apresentou associação significante com o tempo de aleitamento exclusivo (p > 0,021); as variáveis uso de chupeta (OR=1,75, IC = 1,11 - 2,73) e ausência de revestimento no piso da moradia (OR=1,28, IC = 0,57 - 2,85) foram fatores de risco para tempo de aleitamento exclusivo menor do que 3 meses.

CONCLUSÃO:

Os resultados encontrados mostram que o tempo de aleitamento materno exclusivo na área de cobertura do CS é inferior à recomendação da OMS e do Ministério da Saúde, mas que a mediana é superior à nacional. Os dados ratificam a importância da qualificação do atendimento no nível de atenção básica do SUS, para a melhoria dos indicadores relacionados a práticas alimentares saudáveis.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Palavras-chave: aleitamento, alimentação infantil, ações básicas de saúde.