61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
AVALIAÇÃO NO ENSINO DE BIOLOGIA NO NÍVEL MÉDIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Altem Nascimento Pontes 1
Caio Renan Goes Serrão 1
Sarah Suely Alves Batalha 1
Diellem Cristina Paiva dos Santos 1
1. Universidade do Estado do Pará/ UEPA
INTRODUÇÃO:
A aprendizagem significativa estabelece que o processo de aprendizagem, ocorre pela inter-relação entre o que já se sabe e as novas idéias, que levam a uma associação de informações e construção de sentidos para uma nova informação (RIBEIRO E NUNES, 2004). Esta teoria, apresentada na década de 80, vem em oposição à aprendizagem mecânica, caracterizada principalmente pela relação desconexa entre o conhecimento e a estrutura cognitiva do aluno. Dentro dessa vertente, a avaliação da aprendizagem surge como uma unidade intrínseca à prática educativa. Para tanto, ela deve priorizar aspectos já existentes do aluno e ser um conjunto de conceitos e práticas articulados que o considere como um ser em construção permanente (LUCKESI, 1995). Muitos docentes ainda permanecem com um modelo que, segundo Coll (2004), expressa quantitativamente os êxitos da aprendizagem, o que os leva a dar uma atenção especial a aspectos como objetividade e neutralidade, em oposição à pertinência e contextualização. Com o objetivo de visualizar a forma e a diversidade da avaliação no ensino de Biologia, realizamos uma pesquisa em escolas públicas do Ensino Médio da cidade de Belém, capital do Estado do Pará, que fazem parte dos pólos da Secretaria de Estado de Educação.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada nos meses de novembro e dezembro de 2007, o universo consistiu de alunos de escolas públicas de ensino médio, pertencentes aos 15 pólos da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que contemplam todas as escolas da rede estadual de ensino da cidade de Belém, capital do Estado do Pará, com exceção da região das Ilhas. Em cada pólo foram eleitas pelo menos 50% de escolas a serem pesquisadas, num total de 29. Em cada escola, a pesquisa foi feita com um professor, totalizando 29, e com três alunos (um de cada série do ensino médio), perfazendo um total de 87 alunos consultados. Para coleta de dados, utilizamos como instrumento de pesquisa dois questionários: um direcionado aos professores e outro aos alunos. Os questionários continham perguntas acerca da utilização de método de avaliação nas aulas de Biologia. Na análise dos resultados provenientes da coleta de dados, utilizamos o método de pesquisa quantitativo. Para tanto, os dados foram tabulados no software Excel para quantificar as informações obtidas. Em seguida, produzimos gráficos para análise e discussão dos resultados.
RESULTADOS:
Perguntamos aos professores como eles avaliam seus alunos e aos alunos como eram mais comumente avaliados por seus professores. Dentre as alternativas, poderiam ser marcadas mais de uma, sendo as opções: prova escrita, trabalhos, participação nas atividades desenvolvidas em sala de aula, seminários e produção de textos sobre os conteúdos. Na análise dos questionários aplicados aos professores, todos utilizam a prova escrita como principal método de avaliação, e 17,2% utilizam exclusivamente as provas escritas e os trabalhos. Apenas 13,8% dos professores assumem diversificar os métodos avaliativos entre as alternativas propostas. Ao direcionarmos o mesmo questionário aos alunos, estes confirmaram o uso de provas escritas pelos docentes. No entanto, 60,0% dos alunos afirmaram que os professores utilizam exclusivamente prova escrita e trabalhos. Quanto à variedade nas formas de avaliação da aprendizagem, apenas 2,3% dos alunos informaram que os professores utilizam os cinco métodos avaliativos. Podemos perceber nas respostas de professores e alunos, que a forma de avaliação mais utilizada no ensino da biologia é o método tradicional, que avalia o aluno de forma pontual, “medindo” a quantidade de conhecimento adquirido no processo educativo, prevalecendo, assim, a “cultura do teste”.
CONCLUSÃO:
O processo de aprendizagem pode ser caracterizado pelas transformações de conceitos, decorrentes da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. Porém, muitos professores adotam métodos de ensino, onde o aluno é visto como um sujeito passivo à ação do docente, ou seja, ele apenas irá receber o conhecimento detido pelo professor. Da mesma forma, percebemos no estudo que a avaliação ainda não é considerada parte integrante do fenômeno da aprendizagem. Sendo apenas um momento de tensão entre professores e alunos, onde estes verificam a quantidade de conhecimentos adquiridos, levando em consideração a padronização dos conceitos estipulados pelos professores. Com os resultados obtidos na pesquisa, constatamos que no ensino de biologia, são poucos os professores que fazem da avaliação um processo contínuo e integrado da aprendizagem. Portanto, percebemos que o que prevalece nas salas de aula é a avaliação com objetivos classificatórios, isto é, a avaliação somativa, a qual se caracteriza pela atribuição de valores aos conhecimentos demonstrados no momento do teste.
Instituição de Fomento: Universidade do Estado do Pará
Palavras-chave: Avaliação, Ensino de Biologia, Escolas Públicas.