61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
ANÁLISE DOS RECURSOS HIDRICOS E DO LANÇAMENTO DE ESGOTO NAS DUAS PRINCIPAIS NASCENTES DOS RIACHOS QUE DESAGUAM NO RIO PIAUI E QUE DRENAM A ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE LAGARTO-SE.
Alda Lisboa de Matos 1
Ana Paula Silva de Santana 1
Alberlene Ribeiro de Oliveira 1
Cátia dos Santos 1
Débora de Souza Rabelo 1
Ademário Alves 1
1. Faculdade José Augusto Vieira – Curso de Geografia - FJAV
INTRODUÇÃO:

As preocupações ambientais quanto à utilização dos recursos hídricos acaba por trazer um elenco de questões que acaba por desaguar em políticas públicas e, ainda que mínimo, um processo insipiente de conscientização que atinge todas as classes sociais guardadas as devidas proporções. Com isso, a analisar a expansão dos problemas urbanos é necessário. Mapear e fazer o levantamento do destino dos esgotos produzidos pelas cidades é fundamental. Verificar de que forma os resíduos líquidos são diluídos e escoados nos rios, provocando impactos ambientais das mais diversificadas magnitudes. Nesse sentido, houve o desenvolvimento de projeto de pesquisa na zona urbana do município de Lagarto Sergipe – Brasil, localizada a 78 km da capital Aracaju, e que está inserido na área da bacia hidrográfica do rio Piauí, na região centro sul do estado. Neste município, encontram-se duas nascentes que formam o riacho da bica e engole-cachorro, ambos sofrem com a emissão de esgoto, tornando a água imprópria para o consumo.  Um dos grandes problemas diagnosticados foi o impacto nas nascentes desses riachos. Na nascente do riacho da bica, foi construído um balneário que atualmente está desativado, visto que além do impacto ambiental causado pela construção, há um descaso por parte do poder público.

METODOLOGIA:

Para qualquer estudo se faz necessário um levantamento de dados, seja bibliográfico ou de estudo de campo. As referências servem de base para o aprofundamento do tema na busca de resultados que conduzam a aplicabilidade. Para o estudo da problemática ambiental dos recursos hídricos foi feito um mapeamento do percurso do riacho desde a sua nascente até a confluência com o rio Piauí. Com um mapa e o auxílio de um topógrafo na coleta de dados e uso do GPS map76 esy de fabricação garmin, foram demarcadas as principais áreas de degradação e os principais emissários de esgoto urbano. Foram fotografados ainda os locais mais críticos e, após o conhecimento da área de estudo, todos os dados coletados foram analisados. Em seguida, realizou-se um trabalho de conscientização e distribuindo cartilhas e fotografias tiradas do percurso do riacho as quais continham informações de preservação das nascentes.

RESULTADOS:

No local onde se encontram as principais nascentes a longitude é de 645421, 01475 e 8791803, 0296 w, área com presença de solo arenoso e alagadiço, com ausência de matas ciliares. A 184,00m da nascente, há um emissário de esgoto derivado dos bairros Novo Horizonte, Centro e Mercado Municipal, identificando entulhos domésticos e industriais. O riacho da bica conflui-se com o riacho engole-cachorro, apresentando uma largura de 4,2m, com coordenadas de 6446365 e 879135 W com 152,16m de altitude, este apresenta também resíduos sólidos e presença de odor na água. Seguindo o percurso os riachos, depara-se com uma lagoa de decantação com capacidade de 16, 720m² de água, uma largura de 80m, comprimento de 110 e 1,9m de profundidade. Como está abandonada, transformou-se num esgoto a céu aberto. Como fruto dessa pesquisa foi criando um mapa na qual identificam as áreas mais degradadas dos riachos e que possibilitará aos estudos posteriores localizar as árias que sofre mais impacto.

CONCLUSÃO:

O desfecho da pesquisa encerra um capítulo importante da problemática ambiental no município de Lagarto. De um lado, é constatada a importância da área em estudo, levando-se em conta a relevância econômica da mesma, visto que os referidos riachos drenam importantes áreas agrícolas. De outro, a dramática situação a que estão submetidos não apenas a bacia que envolve a área de estudo, mas as comunidades que sobrevivem diretamente no entorno da área em questão. Com isso, culmina-se com um trabalho de conscientização junto às comunidades, aliado às cobranças que devem ser dirigidas ao poder público. A limpeza periódica das margens dos referidos riachos, o tratamento dos resíduos líquidos e materiais lançados nos córregos da região também devem ser fiscalizados pela sociedade civil, através das entidades de classe, ONGs e a permanente vigilância do cidadão comum.  

Palavras-chave: poder, meio ambiente , recursos hídricos .