61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 4. Sociologia do Trabalho
AMAZONAS: TRABALHO E RENDA NAS ÁREAS URBANAS E RURAIS
Norma Maria Bentes de Sousa 1
Elenise Faria Scherer 2
1. Mestre em Planejamento Urbano e Regional / IBGE - Unidade Estadual do Amazonas
2. Doutora em Serviço Social / DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL - UFAM
INTRODUÇÃO:
O estado do Amazonas obteve a nona colocação na distribuição do Produto Interno Bruto per capita do país no período de 2003-2006 (IBGE, 2008). Então, quais as marcas do desenvolvimento econômico no estado do Amazonas? Como vive sua população? As condições de vida da população urbana são melhores que as da que vive na zona rural? Com os investimentos econômicos impactam sobre o acesso ao trabalho e renda e, quais as características desse acesso? O objetivo deste trabalho é estabelecer relação entre o desenvolvimento econômico promovido pelo empreendimento Zona Franca de Manaus, em especial pela industrialização e, os reflexos nas condições de vida da população amazonense, através da análise dos indicadores sociais de trabalho e rendimento nas áreas urbanas e rurais do estado do Amazonas, além de identificar aspectos demográficos e características gerais de sua população.
METODOLOGIA:

A pesquisa utilizou dados secundários, principalmente os produzidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/IBGE, nos anos de 2001 a 2006. A PNAD, a partir de 2004, passou a incluir as áreas rurais da Região Norte como área de abrangência da pesquisa, antes circunscrita às áreas urbanas da referida Região. Neste aspecto, busca-se apreender também se a alteração da metodologia da PNAD influenciou na caracterização socioeconômica e demográfica da população amazonense.


RESULTADOS:
No ano de 2006 (PNAD/IBGE), a atividade agrícola, coloca-se como importante pólo de concentração da mão-de-obra amazonense(21,05%), empatando com a indústria (21,56%) e, demonstrando a forte dependência de sua população da relação com os rios, com as florestas, com a terra, ao contrário da ênfase que era dada à produção industrial como responsável pela geração de trabalho e renda. Por outro lado, o trabalho gerado no Amazonas é precário, pois apenas, 36,89% da população ocupada contribui para a previdência social, contra 63,11% que não possuem nenhum tipo de contribuição. A concentração de renda é fortemente presente, pois apenas 1,06% da população declarou possuir rendimento acima de dez salários mínimos.
CONCLUSÃO:
Os dados demonstram que, as características gerais da população do estado do Amazonas têm a predominância de indicadores de uma sociedade que guarda íntima relação com as áreas rurais, fato que não era enfatizado nas PNADs até 2003. Na verdade, em confronto aos alardeados números de desenvolvimento econômico do estado amazonense, tão divulgados na mídia pelos setores governamentais, identifica-se uma situação de concentração de renda, atividades econômicas não somente capitaneadas por aquelas de características predominantemente urbanas, como a indústria, no aspecto da concentração de mão de obra e, trabalho sem contribuição previdenciária. Neste último aspecto, os dados de ausência de contribuição previdenciária demonstram por si só o grau de precarização e de ausência de cobertura da legislação vigente a que o trabalho e o trabalhador estão submetidos no estado amazonense, independente da área (urbana ou rural) onde estão domiciliados.
Palavras-chave: AMAZONAS, TRABALHO E RENDA, URBANO E RURAL.