61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil
A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL SOBRE A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR EM SUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
JOÃO LUIZ DA COSTA BARROS 1, 2
1. Universidade do Estado do Amazonas - UEA
2. Secretaria Municipal de Educação - SEMED
INTRODUÇÃO:

Este trabalho desenvolvido, teve como objetivo descrever como ocorre o processo de aprendizagem através do brincar, e quais as percepções dos professores sobre sua importância em suas práticas pedagógicas. Suscitando que a construção do elemento lúdico na escola, especificamente na Educação Infantil, torna-se fundamental. Trata-se de uma pesquisa de campo e bibliográfica mediante uma análise qualitativa numa abordagem sócio-histórica, que procura compreender os eventos investigados, descrevendo-os e procurando suas possíveis relações, integrando o individual com o social, através das informações obtidas pelos professores acerca do problema estudado, tendo como método de procedimento a proposta de BARDIN, a análise de conteúdo com adaptações em sua execução. A presente pesquisa foi desenvolvida em cinco Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) do Distrito Educacional Oeste, vinculados a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) da Cidade de Manaus, tendo como universo de amostragem dez professores escolhidos de forma aleatória, sendo dois de cada (CMEI). Percebemos que a aprendizagem dos conteúdos pelo brincar requer conhecimento e dedicação por parte dos professores em suas ações. Portanto, a presença significante nas brincadeiras pelos professores favorecerá o interesse maior pelas atividades escolares, proporcionando experiências motoras novas e diversificadas. É importante que o ato de brincar tenha uma intencionalidade que possa contribuir para o desenvolvimento integral das crianças. Na análise dos dados, constatou-se que os professores entrevistados possuem uma visão sobre o brincar na escola de forma bastante ampla. Trazendo conceitos, procedimentos e atitudes que ao mesmo tempo valoriza o jogo no processo de aprendizagem como também não o considera como uma estratégia séria, produtiva e prazerosa.

 

METODOLOGIA:

A presente pesquisa desenvolveu-se através de entrevistas junto aos professores nos  cinco Centros Municipais da Educação Infantil do Distrito Educacional Oeste da Cidade de Manaus, sendo escolhidos de forma aleatória, dois professores de cada CMEI’s. A pesquisa caracterizou-se pela interrogação direta das pessoas cuja concepção sobre o problema estudado se desejou conhecer. Buscou-se obter conclusões correspondentes aos dados coletados, mediante análise qualitativa de informações. A metodologia utilizada para esta pesquisa segue a proposta de BARDIN com adaptações em sua execução. Consideramos neste contexto a abordagem sócio-histórica, que procura compreender os eventos investigados, descrevendo-os e procurando suas possíveis relações, integrando o individual com o social, através das informações obtidas pelos professores acerca do problema estudado. Sendo assim, entrevistamos os professores com perguntas abertas de forma estruturada.

Segundo LEHFELD e BARROS (2004) analisar significa buscar o sentido mais explicativo dos resultados da pesquisa. Significa ler através dos índices, dos percentuais obtidos,[...] ou de leitura e decomposição de depoimentos obtidos em pesquisas com ênfase na abordagem metodológica mais qualitativa. MENGA (1986) completa dizendo que a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que se está investigando, via de regra através do trabalho intenso de campo.

Com o intuito de enriquecer o nosso trabalho, realizamos uma pesquisa de campo. Pois esta possibilita uma ação social a fim de confrontar teoria e realidade, validando ou não as nossas observações sobre ludicidade, reconstruindo novos pensamentos. Tendo como princípio teórico que na prática se confirmam, se modificam ou se ampliam os saberes.

LEHFELD e BARROS (2004) comenta que o investigador na pesquisa de campo assume o papel de observador e explorador, coletando diretamente os dados no local (campo) em que se deram ou surgiram os fenômenos.

RESULTADOS:

Pergunta 1: O que você entende por lúdico e qual a relação deste elemento com o processo de aprendizagem?

INTERPRETAÇÕES:

1.     sujeitos 1 e 6 dão importância ao lúdico, considerando-o como algo que desenvolve o poder da imaginação e a criatividade das crianças, respeitando rigorosamente sua cultura lúdica.

2.      Quanto a categoria Jogos e Brincadeiras, fica visível a grande preocupação em relação aos sujeitos 2,3,4,5,7,8 e 10 no que se refere ao lúdico, no qual a sua prática favorece o desenvolvimento integral da criança de forma harmoniosa, descontraída, prazerosa e participativa.

3.      Na categoria recurso de aprendizagem, somente o sujeito 9, considera o elemento lúdico como recurso. Evidenciando uma concepção conceitual muito limitada de seu real valor enquanto conteúdo e ou estratégia de ensino.

Pergunta 2: Quais os tipos de atividades lúdicas que você desenvolve em suas aulas?

 INTERPRETAÇÕES:

1.      Quanto a categoria de criatividade e imaginação, percebeu-se que o sujeito 1 demonstrou um respeito profundo quanto ao poder de criação e imaginação das crianças nas atividades lúdicas, no qual ele acredita que o jogo deve ser produzido pela criança e não somente para a criança.

2.      Na categoria Brincadeiras, música, fantoches, jogos diversos, boliche, dramatização e histórias, percebeu-se que os sujeitos 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 consideram em suas aulas várias atividades lúdicas como um meio e uma finalidade de alcançar seus objetivos educacionais.

 

CONCLUSÃO:

         Podemos perceber através dos estudos e das entrevistas efetuadas durante duas semanas no Distrito Educacional Oeste e nas escolas escolhidas aleatoriamente, que é notório a preocupação de todos os professores entrevistados, quanto a necessidade da vivência plena do componente lúdico na cultura da criança, principalmente, no início do processo de escolarização, ou seja na Educação Infantil. Assim, a vivência do lúdico na escola é imprescindível em termos de conhecimento, participação e criatividade. Por tudo isso, é fundamental que se assegure à criança o tempo e o espaço para que o brincar seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida da formação e do desenvolvimento integral deste corpo-criança e, sobretudo para o exercício do prazer de viver e estudar em comunidade. Finalizando este trabalho, concordamos com Rubem Alves (1986), no qual ele diz que a imaginação é a mãe da criatividade. Portanto, acreditamos que o jogo é um começo de ativação da imaginação da criança em todos os sentidos humanos; no qual Brougére (2002, p.26), sendo um apologista do brincar alicerça também dizendo que “a criança adquire, constrói sua cultura lúdica brincando”. Desta maneira, o processo de evolução da criança se inicia a partir da criatividade, do já constituído. Afinal de contas, você não cria a partir do nada. Precisamos um do outro para criar; cada um na sua experiência e no conhecimento adquirido. Assim, a linguagem corporal tornar-se-á a expressão do pensamento de ambos, professores e alunos.

Instituição de Fomento: FAPEAM - FUNDAÇÃO DE AMPARO A PESQUISA DO ESTADO DO AMAZONAS
Palavras-chave: EDUCAÇÃO INFANTIL, BRINCAR, PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.