O Programa de Educação Tutorial do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Pará (PET-Farmácia/UFPA) desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão com a finalidade de auxiliar na formação de profissionais com responsabilidade social. Dentro dessa perspectiva o PET-Farmácia/UFPA desenvolveu um Censo Parasitológico na Creche “Lar Criança Esperança” localizada no município de Marituba – Pará, tendo como público – alvo as crianças da Creche, seus familiares e amimais de companhia. Deste modo, aplicou-se um treinamento em Vigilância em Saúde analisando-se amostras biológicas (fezes) da população em estudo para a realização dos exames coprológicos em laboratório, entrega de diagnósticos para que as pessoas procurem assistência médica e aplicação de questionários sobre hábitos de higiene, alimentação e demais fatores propícios ao parasitismo. Além disso, palestras foram ministradas com base nas principais parasitoses que acometeram a população amostra.

O Grupo PET-Farmácia/UFPA sediado no Laboratório de Biologia Celular (LBC) – Instituto de Ciências Biológicas (ICB) – Universidade Federal do Pará (UFPA) após explicação aos pais e responsáveis das crianças matriculadas na Creche forneceu uma Carta de Esclarecimento que explicava a finalidade da realização deste trabalho e os Termos de Consentimento para comprovar a permissão da coleta e análise das amostras biológicas (fezes); além de questionários que continham onze questões de prevenção, seis sobre transmissão, duas de tratamento e três sobre diagnóstico de verminoses. Assim, as amostras foram entregues e analisadas. Todos os diagnósticos foram entregues para as famílias para levarem à assistência médica no LBC-ICB-UFPA ou no posto de saúde da região.

Onze crianças cadastradas na Creche “Lar Criança Esperança”, na faixa etária de 3 a 6 anos, com familiares e animais de companhia compreenderam 39 amostras. Dessas, 24 resultados foram positivos para parasitoses e 15 negativos. A análise dos questionários teve como base a divisão entre grupo positivo e negativo.

As pessoas do grupo positivo e negativo vão ao médico com frequência e poucas tiveram verminose, sendo que as espécies citadas foram Ascaris lumbricoides, Enterobius vermiculares e Tricuris trichiura. Das pessoas com diagnósticos positivos a maioria consome água do poço e toma banho de água corrente e dos negativos, poucos consomem água do poço e tomam banho com água corrente. Dos indivíduos com exames positivos, poucos andam descalço e utilizam fossa séptica como destino dos dejetos de sua residência, oposto das negativas, onde um número apreciável anda descalço e utiliza fossa séptica. Os dois grupos têm animais, sendo o que apresentou parasitose, a maioria, possui gato, os animais costumam habitar a residência, alguns foram vermifugados e alimentados com vísceras bovinas cruas ou semi-cruas; no grupo que não teve parasitoses, a maioria possui cachorro, seus animais não frequentam a residência, foram vermifugados e se alimentam com vísceras bovinas cruas ou semi-cruas.

De acordo com a análise dos questionários e a comparação com os resultados dos exames coprológicos é possível concluir que a falta de informação a respeito dessas parasitoses, os maus hábitos de higiene, tais como andar descalço, e de alimentação, alimentar-se na rua, são fatores que favorecem a transmissão de verminoses, sendo que a maioria das pessoas do grupo dos positivos possuem hábitos inadequados de higiene e outros fatores que podem facilitar a transmissão de muitas parasitoses.