61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 1. Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA E SEU VETOR LUTZOMYIA LONGIPALPIS NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL
Paloma Helena Fernandes Shimabukuro 1, 2
Túllio Romão Ribeiro da Silva 2
Eunice Aparecida Bianchi Galati 3
Frederico Otávio Ribeiro Fonseca 4
1. PPG em Ciências/Coordenadoria de Controle de Doenças/SES-SP
2. Instituto Leônidas e Maria Deane/Fiocruz - Amazônia
3. Faculdade de Saúde Pública/USP
4. INPA/SIGLAB/LIS/CPCS
INTRODUÇÃO:
A leishmaniose visceral americana (LVA) é causada pela Leishmaia chagasi que é transmitida entre o homem, animais domésticos e silvestres pela picada do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis. No estado de São Paulo, a LVA passou a ter grande importância epidemiológica, pois está expandindo para novas áreas, incluindo áreas urbanas; são muitos os fatores que contribuem para a urbanização da LVA: migrações, desmatamento, saneamento básico precário, desnutrição e construção de grandes empreendimentos. Até 1999, a presença do vetor estava associada a áreas sem transmissão da LVA, mas a partir desse ano, casos autóctones foram registrados em Araçatuba, um ano após o encontro do vetor nesse município. É fundamental conhecer a distribuição dos vetores para a melhor compreensão de fatores relacionados a transmissão das doenças. O objetivo deste trabalho é atualizar a distribuição de L. longipalpis e comparar com os registros de LVA no período de 1999-2006.
METODOLOGIA:
Coleta de dados: os dados de distribuição de L. longipalpis foram obtidos através de pesquisa bibliográfica e bancos de dados (SUCEN/SES-SP, 2008) e os dados sobre a LVA foram obtidos através de consulta ao banco de dados do SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Notificação, CVE/SES-SP) no período de 1999-2006. As bases de dados utilizadas neste trabalho foram a do IBGE para municípios do Brasil e a da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo para número de casos de LVA no Estado de São Paulo. Para a Database os dados da pesquisa foram compilados em um banco de dados ACCESS 2007, cruzados com os dados de uma Geodatabase criada no ARCCATALOG do ARCGIS 9.3 (SIGLAB/INPA) contendo informações do Estado de São Paulo e seus respectivos municípios. Após as analises, mapas foram confeccionados através do ARCMAP.
RESULTADOS:
A LVA foi registrada pelos serviços de saúde em 138 municípios que incluíram um total de 19 municípios com registro da presença do vetor. A LVA não ocorreu em 10 municípios onde L. longipalpis foi registrada: Auriflama, Cássia dos Coqueiros, Espírito Santo do Pinhal, Glicério, Pirapora do Bom Jesus, Santo Antônio do Aracanguá, Socorro, Rubiácea, Cajamar, Salto de Pirapora.
CONCLUSÃO:
A ausência de L. longipalpis na maioria dos municípios que registraram a LVA sugere que o vetor está ausente ou ocorre em densidades muito baixas. No caso da ausência, outros vetores devem ser pesquisados e se ocorrem em baixa densidade outras formas de captura devem ser empregadas. As análises de dados de distribuição dos vetores combinadas com dados epidemiológicos possibilitam o estabelecimento de um perfil das áreas de ocorrência da doença, e o planejamento de ações controle. Dessa forma, os SIGs podem auxiliar estudos em saúde pública na melhoria da descrição e análise espacial das doenças e podem ser muito úteis na avaliação de agravos intimamente associados a variáveis ambientais. Esperamos que esses resultados auxiliem os serviços de saúde dos municípios para o estabelecimento de programas de vigilância entomológica e epidemiológica para a leishmaniose visceral americana.
Instituição de Fomento: CAPES/FAPEAM/ILMD - FIOCRUZ
Palavras-chave: vetor, distribuição, leishmaniose visceral.