A Política Nacional de Humanização – PNH, foi criada pelo Ministério da Saúde como proposta para trabalhar de forma transversal em toda rede de Saúde do Sistema Único de Saúde – SUS. A PNH tem como referência a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores, fomentando a autonomia e o protagonismo desses sujeitos, aumentando o grau de co-responsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos e a participação coletiva no processo de gestão, identificando as necessidades dos usuários, bem como a melhoria das condições de trabalho e atendimento (Ministério da Saúde, 2007). Assim, percebe-se que o termo HUMANIZAÇÃO, envolve um conjunto de atitudes com o objetivo de melhoria das condições de saúde da população. Partindo desse princípio abordaremos a Educação em Saúde como estratégia para incentivar práticas de prevenção e promoção em saúde, entendendo-a como possibilidade de desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade pela sua saúde e a da comunidade a qual pertencem. O objetivo deste trabalho foi conhecer e verificar as ações de Educação em Saúde realizadas na Policlínica Comte Telles e os profissionais envolvidos no processo.

A pesquisa segue os referencias da Saúde Coletiva e os da pesquisa participante, caracterizada pelo envolvimento e identificação do pesquisador com as pessoas pesquisadas, ou seja, os informantes também são sujeitos do processo (Matos, 2001). Realizou-se um estudo teórico e documental a respeito da Política Nacional de Humanização, da Política Nacional de Promoção e Educação em Saúde e uma revisão bibliográfica. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram os questionários estruturados e semi-estruturados e a entrevista, com os profissionais da Unidade de Saúde pesquisada.

Verificou-se que a Unidade de Saúde pesquisada tem várias atividades de Educação em Saúde coletiva, sendo que algumas são de caráter não-permanente e acontecem, geralmente, acompanhando o calendário do Ministério da Saúde, e são realizadas nas salas de espera e no auditório. As outras, de ocorrência sistemática, seguem os programas ministerias, tais como: Programa do Pré-Natal (oficinas, palestras e reuniões reflexivas semanais com as temáticas de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST, Aleitamento Materno, Cuidados com Recém-Nascido e Planejamento Familiar e Gênero), Programa de Cadastramento de Hipertensos e Diabéticos – HIPERDIA, (discute-se a respeito da alimentação saudável, atividade física, qualidade de vida, diagnóstico e tratamento de hipertensão e diabetes, direitos dos usuários do SUS), Programas de Controle da Tuberculose e Programa de Controle do Tabagismo, dentre outros. Os profissionais envolvidos são de diversas áreas: Assistentes Sociais, Enfermeiros, Nutricionistas, Psicólogos, Médicos, Fisioterapeutas e Técnicos de Enfermagem.

Percebe-se que as atividades desenvolvidas são importantes para romper com a lógica do modelo Bio-médico, hierarquizado e autoritário de fazer Saúde Pública, contribuindo assim, com os usuários na busca da transformação de suas condições de vida e trabalho. Entende-se necessário a realização de levantamentos, estudos e pesquisas, potencializadoras e analíticas dos dados com a produção teórica acumulada, para compreender a realidade culturaL, social, econômica e étnica dos usuários, contribuindo para a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes das condições de saúde do público atendido. A Educação em Saúde contribui para Humanização do atendimento quando semeia em nós uma consciência reflexiva.